Jorge leva irmã e namorada para passear.

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Já era noite quando paramos perto da praça Nossa Senhora de Fátima na Paia Grande, Aline e Renata desceram, Junior me olhou entre os bancos como se disse:

"tenho que ir mesmo?".

_Tem garotão... O Papai e a Mamãe e a tia Renata vão cuidar de você! - Puxei sua guia, logo pulo o banco da frente e eu o peguei no colo, fechei o carro.

Aline e Renata deram a volta no carro, as duas estavam com poupas frescas, bermudas jeans, camiseta fresquinha e sandália baixa para andar, Junior se animou ao ver Renata fazer festa para ele, o segurei firme na guia e cruzamos a praça, ficando perto do grande chafariz que estava desligado; Não teve uma vez que vim aqui e vi isso funcionando.

- O que querem fazer primeiro? Olhar as tranqueiras ou comer? - Perguntei para as duas que estavam animadas com o artesanato quando passamos.

(Aline)
- Por mim vamos olhar as tranqueiras! - eu disse.

(Renata)
- Oba!... - Renata bateu palmas, agarrou no braço de Aline e me olhou sorridente. - Vem mano... E pode preparar a carteira.

( Jorge)
- Ai meu Deus... Eu vou ficar mais pobre com duas mulheres na minha vida! - Revirei os olhos e as segui.

(Aline)
- Deixa de ser sovina, Jorge! - Enlacei meu braço no seu- É sua única irmã.

(Jorge)
A olhei de lado, tentei esconder o sorriso, mas não consegui.

- Eu não pedi uma irmã! - Soltei piscando para Aline.

- Pediu sim... - Renata apontou para mim, brava. - Ele foi no orfanato e ficou num canto olhando todos brincarem, a mamãe se encantou com o Gilberto, e você disse que não era um irmão que queria. - Renata se virou para Aline, nos fazendo parar. - Aí o Sr. Jorge Quintino pegou no braço da mãe e como se estivesse escolhendo uma roupa, apontou para mim e disse, eu quero essa daqui. - Renata cruzou os braços e me olhou com meio sorriso.

- Não foi bem assim, você está exagerando!... - Eu tinha que gargalhar, a puxei para mim e a abracei apertado tirando minha irmã do chão, me virei para Aline. - Foi assim... Essa baixinha estava sentadinha num canto brincando com gravetos, os cabelos emaranhados e descalça, todos que chegavam perto, ela empurrava para longe, eu fui o único que fiquei perto dela... A mamãe me apresentou o Gilberto, ele parecia que queria me matar, aí eu apontei para a Renata, e falei, Mãe, eu quero uma irmã!

(Aline) 
- E fez a escolha certa!- eu ri observando a interação dos dois e me sentindo uma boba por ter enxergado algo além de amor fraternal entre eles. Internamente eu torcia pra que ele não fosse tão controlador quanto o Alex e aceitasse o namoro da irmã com o amigo- Meu irmão sempre me tratou como se eu fosse de louça. As vezes ele me irritava...-olhei pra Jorge- ...me irrita muito. Mas, ele era um cara do bem depois que você conhece.                       

 -Só é um mala!

(Renata)
- Sei irmão é bonitão? - Perguntou Renata

(Jorge)
- Casado Renata... e Muito velho para você. - Disse já cortando e a encarando.

(Renata)
- Deixa de ser Chato, Jorge! - Renata pegou no braço de Aline. - Deixa esse chato resmungar, por que o Jorge quando pega para resmungar é pior que velho!

(Jorge)
- Estou ouvindo! -  Disse  deboche e as segui.

(Aline)
- Meu irmão é casado com uma vaca loura... E tem uma filhinha de cinco aninhos. Uma ruivinha linda!- e eu sempre me perguntava de onde vinham aqueles cabelos vermelhos se o Alex é moreno e a Patrícia loira- Minha sobrinha é uma criança incrível, não merece a mãe que tem.

(Renata)
- E qual é o nome da vaca?... - Ri com aquilo. - Olha esse colar de conchinhas!... -  peguei na mão para observar de perto.

(Aline)
- Patrícia Dantas Viana- eu disse em tom de deboche- Aquela vaca roubou o meu irmão da melhor amiga de infância, e o idiota caiu feito um pato e casou por conveniência porquê ela apareceu grávida... As vezes eu acho que...- não queria falar das minhas suspeitas e dei de ombros- Ah, deixa pra lá.

(Renata)
- Que sua sobrinha não é sua sobrinha! - A olhei e estendi o colar para ela ver.

(Aline)
-Sabe o que acontece... A Patrícia se jogava pra cima do Alex e eu tenho certeza que era só de provocação com a Tissy, ela tanto fez, tanto insinuou que ficou com o meu irmão algumas vezes. Depois quando eu descobri ele me jurou que não ia mais fazer aquilo, que os resistir ,que não ia mais ficar com ela, em troca de eu não contar pra Ticiane. Eu fiquei condoída, não queria que o namoro deles terminasse pq eles se amavam, e foi um deslize... E ele cumpriu, e ela também se afastou... Só que aí dois meses depois ela jogou a bomba que tava grávida.                       

Apanhei o colar de sua mão, e realmente era fofo e bem trabalhado.

-Eu nunca disse pro Alex, mas eu sempre achei essa gravidez muito suspeita.

(Renata)
- Que louca... Bom!... Se seu irmão achou melhor se casar... - Puxei a carteira e paguei o colar. - Fez bem em não contar... - Apontei para o colar. - Vi que tem um chapéu lindo, vamos enfeita-lo, vai ficar lindo.

(Aline)
-Meu irmão é um palerma! E sabe uma coisa que sempre me deixou muito grilada, os cabelos da Duda! Ela é ruiva. Ninguém na minha família é ruivo e pelos parentes da Patrícia que eu conheço, na dela também não.

(Jorge)
- Alguém quer sorvete? - Apareci com Dois sorvetes de casquinhas e com duas bolas generosas. - Este é Passas ao Rum e creme. e este é flocos e pistache. - estendi os sorvetes.

(Renata)
- Eu quero de pistache e flocos... - Disse pegando o sorvete das mãos de Jorge.

(Jorge)
- Aline?... Quer escolher outro sabor? - Perguntei dando um beijo gelado.

(Aline)
-Sorvete de Creme com passas tem sabor de infância. - Eu ri.

(Jorge)
- Então segure... - Entreguei para ela. - Vou buscar o meu... Vem Junior.

(Renata) - Mas continue contando... - Olhei para Aline. - Da Patrícia...

O InquilinoOnde histórias criam vida. Descubra agora