(Jorge)
Uma hora depois de conversar com Renata e conbinar de vir busca-la na sexta para passar o fim de semana comigo, me despedi e voltei para o Guarujá, torcendo para que Aline tenha ido trabalhar.
Embiquei o carro no portão, abri e entrei, fechei o portão, desci o Junior do carro que entrou como uma bala para dentro de casa, meu coração disparou, por que ela estava em casa peguei toda a bagunça, sacolas de roupas que trouxe da casa dos meus pais e entrei.(Aline)
-Mas, que merda hein, Jorge! Fiquei aqui morrendo de preocupação com você e você só me aparece agora?!(Jorge)
Parei no primeiro degrau, fechei os olhos, aquilo não podia estar acontecendo, ser cobrado como se fossemos um casal era demais, desci do degrau e me virei.- Não sou nada seu para ficar preocupada... Sou apenas um inquilino... Lembra disso!? - Junior não parava quieto, rebolando no chão e choramingando aos pés de Aline, aquela cara de pidão.
(Aline)
-Não dá pra esquecer, né? Eu achei que fôssemos AMIGOS, Jorge! E amigos se preocupam uns com os outros. Você saiu daqui ontem cantando pneu, e eu estava achando que você pudesse ter sofrido um acidente na estrada. Eu estava aflita, porque eu gosto de você! Mas, relaxa eu não vou perder mais o meu tempo.Senti o bolo se formar na minha garganta e a vontade de chorar, mas engoli o choro.
(Jorge)
- Se o Play boy tivesse morrido... garanto que os jornais estariam comemorando... Relaxa... - dei as costas. - Junior... vem?(Aline) -Dá pra parar com essa história de Playboy e agir com um pouco de maturidade pelo menos uma vez? Você tem noção de que eu passei a noite inteira acordada, olhando o relógio de hora em hora, rezando pra que você estivesse bem, e você simplesmente chega aqui assim, me tratando com toda essa indiferença.
Eu não tinha mais vontade de chorar, tinha vontade de atirar outro cinzeiro de pedra-sabão na cabeça dele.
(Jorge)
De novo fui detido na escada, respirei fundo, desta vez não me virei.Aline... Não somos namorados e nem casados para você perder sua noite de sono por minha causa... Se ficou acordada, é problema seu... o que rola entre a gente é cama... amizade tudo bem... Mas não me cobre como se eu tivesse o dever de te dar explicações.
(Aline)
-Tá bom, Jorge! Eu vou dormir que eu ganho mais. E relaxa que a partir desse momento, eu não vou mais te cobrar nada, ou me preocupar com você...-subi as escadas, ficando um degrau acima dele. - Cama é o que rolava entre a gente! Você há de concordar comigo que não tem mais clima nem pra isso.(Jorge)
- Pode ser que hoje não tenha!... mas pode ter amanhã.... depois de amanhã... - dei de ombros. - Pode ser daqui a uma semana!... quem sabe?(Aline)
Me voltei pra ele enfurecida, pensando em uma série de coisas que eu poderia dizer a ele, mas engoli em seco e optei pelo silêncio, dei-lhe as costas e fui para o meu quarto, batendo a porta com força, me joguei na minha cama e deixei as lágrimas correrem soltas.Depois de ter chorado tudo o que eu tinha para chorar liguei pra Tissy e desabafei. Ela me escutou paciente e ao fim da chamada, pedi a sua moto emprestada, já que desde que comprou um carro, ela quase não a usava e eu não queria mais ficar dependendo do Jorge pra ir e vir.
Programei o despertador do celular para as quatro da manhã, liguei para o Matias que era um velho amigo taxista e pedi para que viesse me buscar as cinco da manhã. Eu queria sair antes mesmo do Jorge acordar.
Me cobri e logo peguei no sono. Precisar compensar a noite perdida!
(Jorge)
Fiquei parado naquela escada por um bom tempo, a batida da porta ecoava pela casa, voltei para traz, tranquei a casa, fiz um sanduiche peguei um suco e subi para o escritório, eu precisava esquecer e isso que Aline estava vivendo passaria, logo as coisas voltariam como era antes. Me afundei no trabalho, e só fui dormir as 3h da madrugada.
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O Inquilino
RomansaAline Viana é uma farmacêutica pragmática e com mania de limpeza, que por anos guarda cada centavo que ganha pra comprar a casa em que sua mãe trabalhou como domestica e ela e o irmão foram criados. Os anos passam e ela compra essa casa de por...