Aline e Tissy

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Pedi uma cerveja depois que Jorge saiu e Tissy se debruçou sobre a mesa, parecia triste.

- O que tá te incomodando, Tissy?

- Eu discuti com o seu irmão na sexta-feira, e eu tô muito mal depois disso.

- E por que discutiram, Tissy?

- Tentei abrir os olhos dele por causa dessa mania dele implicar com o Jorge! Tentei convencer ele a ir no teu noivado e acabei soltando umas verdades que eu acho da Patrícia.

- Tissy! Não devia ter comprado briga com Alex por minha causa. Eu já me conformei!

- Por que depois de tanto tempo eu não consigo esquecer, Aline?- o garçom veio trazendo nossa cerveja e dois copos- Eu devia ter aceitado a proposta do meu pai de ir fazer um intercâmbio nos Estados Unidos. Mas, eu quis ficar aqui porque não queria me distanciar do Alex, sabe?! Eu acho que lá no fundo eu ainda tinha esperanças.

- E não tem mais?-eu não sabia que ela teve a oportunidade de ir pra longe e não aceitou pra ficar perto do Alex, mesmo ele tendo se casado com a Patrícia

- E eu teria esperança de que, Aline? O teu irmão costumava ser um cara meigo, doce, gentil. Mas, de uns tempos pra cá ele virou um troglodita carrancudo.

- Ele é um homem infeliz, Tissy! Pessoas infelizes são assim mal-humoradas, carrancudas. Eu não sei qual foi a última vez que eu vi meu irmão sorrir.

- Eu tenho que arrancar esse amor do meu peito, Aline! Não dá pra eu viver nessa expectativa.

- Ele separou da Patrícia, Tissy! Será que não daria pra vocês tentarem agora. Retomar de onde pararam?

 - Você acha justo eu agora servir de prémio de consolação pro Alex, por que ele separou da Patrícia? O fato dele ter aberto os olhos pra quem ela é, não quer dizer que ele a tenha esquecido, Aline! - Ela estava quase soluçando- Eu não quero ser a segunda opção de ninguém. Não importa o quanto eu ainda ame o Alex! Eu não quero viver um amor unilateral.

Não tinha mais o que dizer diante daquilo. Eu não acreditava nesse amor que a Tissy achava que o Alex tinha pela Patrícia! Eu tinha certeza que ele tinha se casado com a Patrícia por responsabilidade e pena. Ela era a "pobre órfã" ,grávida dele, que morava em uma pensão. Mas, não disse nada a Tissy, se o Alex ainda a amasse e quisesse um dia reatar com ela. Era ele quem tinha que provar isso a ela e não eu que tinha que convencê-la. Eu com certeza faria de tudo pra ajudar eles ficarem juntos, mas o pontapé inicial tinha de ser do Alex.

 - Vamos mudar de assunto né? Animar um pouco!

Ticiane secou as lágrimas e me encarou com um sorriso de canto, secando as lágrimas.

- Me conta como foi a noite de sábado.

Enredados uma conversa animada e Tissy mencionou que o Bruno tinha puxado assunto com ela na festa e eles tinham trocado telefone.

Meu irmão que se cuidasse pois aquela mulher era linda demais pra ficar solta na pista muito tempo, sem que ninguém investisse.

E agora que ela estava determinada a esquecê-lo. O Alex que se cuidasse se ele ainda nutrir alguma esperança de ficar com ela.

Tomamos mais algumas cervejas, conversando bobagens e rindo alto. Júnior ficava de olho no caminho por onde o Jorge tinha ido e eu servi um pouco de comida para distraí-lo, e lhe dei também um brinquedinho para mastigar que havíamos levado na bolsa.

Voltamos a conversar animadas e quando nos demos conta, a tarde já tinha acabado.


O InquilinoOnde histórias criam vida. Descubra agora