Capítulo 4 - O Rio

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Tema musical para este capitulo e Rio Roma - Tu caíste del cielo.

Pilar saiu dali batendo a porta e foi para o quarto, e começou a esbravejar, como ele se atrevia a falar assim com ela, como ele pode fazer isso, falar de modo grosseiro, ela queria descer novamente e dar na cara dele, falar umas verdades na cara dele, ela riu a porta desceu as escadas e quando chegou na porta do escritório ouviu Atílio gritando com a mãe.

Atílio: Mas que diabos deu em você, por que a trouxe junto, sabe que estávamos na época da chegada dos cavalos novos e dos vamos receber o gado por conta do inverno. Isso aqui vai ficar movimentado. - gritava andando de um lado para o outro no escritório.

Monserrat: Você foi grosseiro com a Pilar, ela está aqui para descansar, não para aguentar você. E o que tem? Ela já ajudou na vacinação dos potrinhos uma vez poderá ajudar novamente.

Ele deu um soco na mesa, urrando de dor, pois tinha dado o soco com o braço em que a serpente tinha picado, ele gemeu e murmurou uma maldição.

Monserrat: Posso ajudá-lo? - perguntou preocupada.

Atílio: Não, obrigado. - ele se afastou da mãe com um semblante de dor e com cara de muito sério.

Monserrat saiu da sala dando de cara com Pilar, que não sabia o que fazer e então  Monse a abraçou e sussurrou para Pilar.

Monserrat: Ele sempre foi arisco, mas agora está pior, e acho que sei o motivo. – sorriu deu um beijo e Pilar e subiu para o quarto.

Pilar ficou ali parada, depois foi para seu quarto, ligou para Amparo que informou que tudo estava bem, depois para Emília, que também estava dando conta do recado na empresa, e avisou que Eduardo tinha ligado, Pilar não deu importância, pois sabia que ele o faria. Depois pegou um livro e ficou lendo na cama até adormecer.

Atílio ficou no escritório, estava no segundo copo de conhaque, bom nem vamos dizer que fumou toda a carteira de cigarros, abriu uma nova, estava irritado com alguma coisa. Algo além do normal. A noite foi longa para ele, era quase 2 da manhã quando resolveu ir para a cama.

Na manhã seguinte, um pouco antes 6 da manhã Atílio já estava na lida da fazenda, os novos cavalos estavam para chegar, e o pasto para o gado também estava sendo preparado. Atílio teria que pedir ajuda para os fazendeiros vizinhos esse ano, não queria contratar os índios novamente, pois eles gastavam salários na venda e não com suas famílias.

Atílio: Vamos quero tudo pronto, sem demora e sem atrasos. – falava com os peões que ali estavam.

Na casa Pilar e Monserrat tomavam o café, conversando, era uma conversa amistosa, até que Monse falou de algo que Pilar não sabia e a deixou intrigada.

Pilar: Mas Tia, o porquê Atílio te trata assim tem que contar a verdade para ele, e por que ele ficou pior depois do sumiço. Como assim ele mudou?

Monserrat: Você lembra seu ultimo verão aqui? Tinha completado 18 anos e estava na piscina quando um dos homens da fazenda mexeu com você e ele partiu a cara do homem? – Pilar fez que sim com a cabeça e Monse continuou. – Logo depois seu pai vendeu a fazenda dele, e você iria se casar com Eduardo, que na época era o rapaz que estava enamorada, bom a fazenda de seus pais, agora faz parte da nossa. Um tempo depois falei para Atílio que você iria se casar, ele sumiu por uns dias e quando voltou, tinha certa amargura no olhar e seu coração se fechou de tal forma que ainda não sei entender.

Pilar lembrou que um dia antes do seu casamento, teve a impressão de ter visto Atílio do lado de fora da casa dos pais, ele estava parado do outro lado da rua olhando para a janela do quarto dela, ele estava fumando, e quando desceu para ver se era ele mesmo, já não tinha ninguém lá. Monserrat continuou a falar.

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