"Para mim é bem mais fácil descrever o que sinto com letras do que falando abertamente por isso depois de pensar melhor, aceitei melhor a ideia de ter um diário. Pra começar, ontem fui a uma festa e conheci a mulher mais linda que já vi na minha vida. Tinha lindos olhos azuis, pele branca como a neve e era muito cheirosa e gostosa. Senti umas coisas estranhas quando a vi dançar, confesso que fiquei excitado, coisa de garoto que está com os hormônios à flor da pele. Ela me ensinou a dançar, deixei até que me tocasse e olha que nunca gostei dessa coisa de toques por conta do que passei na infância. Mas quando fui beija-la, o alarme de incêndio disparou e ferrou tudo porque me perdi dela por conta da confusão. Mas a vida é realmente surpreendente e hoje descobri que é minha professora. Isso que é coincidência!
Anastásia (esse é o nome dela) me tratou friamente o tempo todo. Pensei que era porque a sala estava cheia mas quando ficamos sozinhos, ela simplesmente disse para esquecer o que aconteceu entre nós. Como se eu pudesse né? Não paro de pensar nela e tudo o que queria nesse momento era provar o sabor de seus lábios. Mas para piorar a situação, estou com a pulga atrás da orelha porque quando estava voltando para casa outro dia, a vi em uma sorveteria com um garotinho e um homem e agora, estou achando que são o marido e filho dela. Se ela for casada, terei que me afastar de vez sem hesitar. Talvez deva aceitar as investidas da Leila, que é uma garota da minha sala que vive dando em cima de mim porém, sempre a ignorei. Mas se for necessário, se não parar de pensar nessa mulher terei que me envolver com a Leila mesmo não sentindo absolutamente nada por ela. Enfim, está tarde e estou com bastante sono, por isso irei dormir. Espero sinceramente que o dia de amanhã, seja melhor do que hoje."~*~
[...]
No dia seguinte...
- Como foi sua consulta? - Leila perguntou assim que entrou na sala de aula onde só havia o rapaz, já que o intervalo ainda não havia acabado.
- Boa. - Christian limitou-se a dizer, enquanto bebia um suco através de um canudinho.
- Sabe, podíamos sair no final de semana, o que acha? - A garota sentou-se na mesa de Christian e cruzou as pernas de forma um tanto quanto vulgar.
- Vamos ver, se der iremos sim. - O rapaz respondeu e Leila abriu um enorme sorriso, enquanto Anastásia entrava na sala e via aquela cena porém, ambos não notaram sua presença.
- Poderíamos ir ao teatro, ou em uma balada se você quiser. - Leila levou as mãos ao seu decote e Grey engoliu em seco e corou, um tanto quanto sem graça com a provocação.
- Bom dia. - Ana pigarreou para os interromper e Leila deu um salto da mesa de Christian que quase engasgou com o suco. - Cadê os outros alunos? - Foi em direção à sua mesa.
- Ainda estão no intervalo professora. - A morena respondeu indo para o outro lado da sala.
- Vamos espera-los voltar para focar no que é realmente importante aqui, a aula. Porque é pra isso que vocês devem vir para esse colégio, para estudar e não ficar de conversinha. - Deu uma bronca em ambos.
Leila fechou a cara, mas Christian não.
Gostou do que ouviu.
Anastásia estava incomodada por tê-lo visto com Leila e isso só poderia acontecer por um único motivo:
Ela sentiu ciúmes.
[...]
Quando os demais alunos chegaram, Anastásia deu sua aula que era sobre ácidos e bases. O tempo todo evitava contato visual com Christian mas vez ou outra, acabavam se olhando e ela não conseguia esconder o nervosismo. Quando a aula finalmente terminou e ela dispensou os alunos, Grey mais uma vez ficou por último pois ansiava ficar a sós com ela.
- Professora, posso te fazer uma pergunta? - Indagou se aproximando dela.
- Se for pessoal, melhor não. - A morena desviou o olhar e se levantou indo de mesa em mesa pegar os livros que haviam sobrado.
- Mesmo assim vou perguntar pois preciso saber. Ontem estava andando de carro e vi a senhorita com uma criança e um homem. - Ela virou-se para ele ao ouvir o enunciado. - Por acaso é casada? E é por isso que quer que me afaste? - A pergunta dele fez a mulher mudar totalmente de semblante.
- Em primeiro lugar, nem deveria responder essa sua pergunta pois a mesma me ofende. - Colocou a mão na cintura.
- Juro que em nenhum momento quis te ofender, mas é que estou realmente confuso. - Desabafou.
- Olha Christian, jamais iria em uma balada e dançaria com você daquele jeito se fosse comprometida. - Aproximou-se dele o olhando nos olhos. - Aquele garotinho que você viu era meu filho, mas o homem que estava comigo era apenas um dos funcionários da sorveteria que se encantou pelo meu filho e ficou brincando com ele. - Revelou fazendo o moreno suspirar aliviado. - O motivo pelo qual estou me afastando de você é mais que óbvio. Você é meu aluno e eu, sua professora. Não podemos em hipótese alguma nos envolver. Agora por favor, vá pra sua casa. - Pediu ela fazendo-o murchar e triste, o jovem saiu da sala a passos largos.
[...]
Depois da conversa com Grey, Ana teve uma reunião com os professores ao lado de Kate que era professora de história dos alunos do primeiro e terceiro grau daquele local. Enquanto isso, Christian ficou por algumas horas na biblioteca exercendo um de seus passatempos favoritos; a leitura. Foi então que uma forte chuva começou a cair e o rapaz resolveu voltar pra casa. Separou dois livros para levar pra casa;
Um de Shakespeare e outro de Edgar Alan Poe.
Saiu da escola e foi em direção ao estacionamento onde entrou em seu carro que era preto, de marca famosa e havia sido dado por seu pai há dois meses de presente de aniversário de dezoito anos. Colocou o cinto, ligou a rádio em uma estação onde havia seu estilo musical predileto, música classica, e dirigiu para fora da escola.
[...]
Ainda na rua do colégio, Christian viu Anastásia. Estava no ponto de ônibus encharcada a espera de conseguir ir para casa. O rapaz então parou o carro, tirou sua jaqueta e saiu do mesmo em direção à sua professora.
- Venha comigo! - Estendeu a mão com a jaqueta e entregou para ela.
- Não, não posso. - Negou sabendo que não era apropriado.
- Não vou te deixar sozinha na chuva! Anda, coloque isso. - Pediu com firmeza e Anastásia cobriu a cabeça com a jaqueta, ele a puxou pelo braço e ambos correram até o carro. Ele abriu a porta do mesmo e ela entrou no banco do passageiro. Depois, deu a volta e também entrou em seu possante.
- Isso não está certo. - Anastásia constatou tirando a jaqueta dele e jogando-a no banco de trás. - É só uma carona e certa vez, dei carona para um dos meus professores e ninguém disse que era errado. - Christian passou a mão por seus cabelos molhados.
- Devia ter me deixado lá! Daqui a pouco o ônibus irá passar. - Descordou vendo-o colocar o cinto.
- Olha, não vou te atacar okay? Não sei porque esse medo todo, já entendi que não quer nada comigo mas poderíamos ser amigos pelo menos. Pena que você não deixa. - Virou-se de frente e ficou olhando para o volante.
- Desculpe, não quis ser rude. - Lamentou olhando-o e ficando com pena. - Podemos ser amigos sim.
Os cabelos de Grey estavam molhados e a água escorria por seu rosto lhe dando um ar sexy, que a fez morder os lábios mesmo que contra sua vontade.
- Tudo bem. - Baixou a cabeça.
- Quantos anos você tem? - Perguntou colocando o cinto de segurança.
- Dezoito e você? - Ligou o carro e começou a dirigir.
- Vinte e nove. - Respondeu olhando pelo vidro do carro.
- Então são onze anos... - O rapaz murmurou.
- Onze anos do quê?
- Onze anos que me separam de você. - Olhou de relance para a morena, vendo-a corar.
- Por acaso você e aquela garota tem alguma coisa? - Não resistiu e perguntou.
- De quem está falando? - Christian se fez de desentendido.
- Aquela menina que estava dando em cima de você hoje cedo, eu vi muito bem. - Tentou se controlar para não demonstrar o quanto aquilo lhe incomodava.
- Claro que não. A Leila é apenas minha colega e amiga da minha irmã mais nova também. - Explicou dando um sorrisinho de canto de boca, pois percebeu o tom de ciúmes nas palavras dela. - Acha que devo me envolver com ela? - Perguntou para Ana que continuava olhando para o horizonte evitando mais uma vez, o contato visual.
- Acho sim. Vocês são jovens, bonitos e super combinam! - Respondeu fazendo uma careta pois não era o que realmente queria ter falado e Christian se calou com raiva da resposta dela.
[...]
- E seu filho? Quantos anos tem? - Ele questionou vendo que a chuva estava começando a dar uma trégua, pois estava usando bem menos seus parabrisas.
- Oito anos. - Ana sorriu ao falar do filho. - Se chama Theodore, mas o apelidei de Teddy.
- É um nome muito bonito, o mesmo do meu avô. - Sorriu de volta. - Você mora na cidade há muito tempo?
- Cheguei há poucos dias, sou do Texas! Mas já vim nessa cidade outras vezes visitar umas amigas e passear. - Contou enquanto ele virava a esquina. - Pode parar aqui. - Pediu vendo que estavam perto de um mercado.
- Achei que fosse te levar até em casa. - Disse fustrado.
- Não, vou comprar algumas coisas para meu filho e depois, busca-lo na escola. A noite tenho mais duas aulas pra dar. - Explicou enquanto ele parava o carro.
- Posso te esperar e depois, buscamos o seu filho juntos. - Ofereceu-se descendo o olhar pelo corpo torneado dela.
Como a camiseta de Ana estava molhada dava pra ver o contorno de suas curvas, de seus seios e Christian não teve como fingir que não havia gostado do que estava vendo, nem teve como esconder que estava ficando novamente excitado.
- Não! A chuva já está parando e é só pedir um táxi depois. - Tirou o cinto de segurança e deu um sorriso amarelo.
- Está bem. Até amanhã, professora. - Despediu-se dela.
- Até Christian! - Abriu a porta do carro, pegou sua bolsa e saiu, deixando-o sorrindo feito bobo por ter passado um tempo com ela, mesmo não tendo rolado um terço do que realmente queria.
~*~
[...]
- Então quer dizer que ele te deu uma carona? - Katherine perguntou maliciosa.
Ela e Anastásia estavam na cozinha preparando o jantar enquanto Teddy estava em seu quarto estudando para uma prova de português que teria no dia seguinte.
- Sim, mas não rolou nada, juro. - Garantiu.
- Mas até quando? Por quê está escrito na sua testa que está doida pra dar uns amassos nesse carinha!
- Para Kate, não quero nem posso chegar a esse ponto. Tenho que fazer alguma coisa logo, antes que seja tarde e eu ferre com a minha vida e carreira por causa do desejo louco que ando sentindo por esse garoto.No próximo capítulo teremos o tão aguardado beijo 💜
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Química
Fiksi PenggemarChristian Grey é um rapaz de dezoito anos que está no último ano do colegial. Um jovem fechado e inexperiente nos assuntos do amor e ainda mais do sexo, já que ainda é virgem. Por conta de um grande trauma que sofreu na infância, seu psicólogo lhe...