Capítulo 50

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A sala ainda tinha o mesmo sofá e a mesma mesinha de centro. Mas a televisão era diferente, uma mais moderna. De todas as coisas a serem mudadas naquela sala, é claro que a televisão seria a primeira e eu sabia que a televisão não era coisa da minha mãe.

Voltei para a cozinha, recordando cada pequeno traço da casa que eu via na minha frente. A familiaridade era chocante. Eu não conseguia lembrar desses detalhes antes, talvez eu nunca tenha realmente olhado para eles.

- Você não mudou nada de lugar. – eu disse enquanto me sentava na mesa redonda da cozinha.

- Talvez tenha mudado algumas coisas. Mas nada realmente. – ela disse enquanto mexia na panela de comida.

Lá estava eu, sentada na mesa da cozinha, olhando para os armários antigos, mas bem cuidados.

Ela enxugou as mãos no avental e se sentou na cadeira a minha frente.

- Eu ainda não acredito que você está aqui. – ela disse pegando minhas mãos nas suas.

- Você não está com raiva de mim? – eu perguntei olhando para nossas mãos unidas. - Nenhum pouquinho?

- Bem, eu senti muita raiva realmente e, provavelmente eu vou ter que te dar um sermão mais tarde... – ela disse me olhando com a testa franzida - ... mas agora eu estou feliz demais para pensar em qualquer outra coisa.

- Eu também estou feliz de ter voltado. – eu disse apertando suas mãos. – Eu estava com medo.

Ela me olhou, prestando atenção em cada uma das minhas palavras.

- Eu tinha medo que você me expulsasse ou... agora que estou aqui, nem sei por que estava com medo. – rindo da minha própria burrice.

Ali, sentadas na simples mesa da cozinha ficamos falando de várias coisas. Contei sobre como fui para Nova Iorque e como foram os estudos.



...



- Oh, veja essa. - ela disse me dando uma foto antiga.

- Nossa, eu lembro disso. - eu disse sorrindo.

Era uma foto do haloween da escola infantil. Eu estava fantasiada de princesa, com coroa e um vestido rosa bufante.

- Você lembra por que escolhemos essa fantasia?

- Por que você me chamava de sua princesinha. - eu disse lembrando-me do apelido carinhoso. Não consegui recordar por que ela parou de me chamar assim. Talvez eu tenha crescido e começado a reclamar.

- Isso mesmo. Você ficou tão feliz quando a sua avó terminou de fazer a fantasia. Ela sempre te mimou demais. - Ela disse rindo.

- Claro que naquela época eu não sabia que você se tornaria uma princesa de verdade. - ela disse sorrindo e piscando para mim.

Meu sorriso murchou na hora. Desde que tinha chegado eu não lembrava de Franz ou de Viena. Ou não queria lembrar.

- Na verdade, eu não acho que isso realmente irá acontecer. - eu disse olhando para minhas mãos, largando a foto meio das outras.

- Por que não? - ela perguntou com o cenho franzido. - você não veio só me visitar, não é mesmo?

- Bom, eu não sei nem por onde começar...

O Príncipe e Eu [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora