Não está "aquela coisa" de formatado, então perdoem.
Ela puxou mais para cima a gola do meu suéter creme e as lapelas do seu casaco creme, com medo de ser vista e reconhecida.
Viena é uma cidade pequena, mas cheia de refúgios escondidos para autores e musicistas criarem sua arte. Mas a rainha da Áustria não estava ali para isso. Ele estava naquele pub escuro e pequeno, escondida nas sombras, com apenas um propósito.
Arrumar sua vida e mitigar seu maior erro.
Foi com grande surpresa e um pouco de dor que Helena percebeu, pelo prefixo do telefone que Franz havia lhe dado, que sua filha estava na Áustria o tempo todo. Tão perto dela que fazia a dor da separação ser mais forte ainda. Nos primeiros anos ela contratou detetives para encontrá-la; no México, nos Estados Unidos, na Suécia, mas nenhum era capaz de dizer onde Ofélya e Leon estavam.
Ela queria se desculpar e, Deus sabe como, Ofélya aceitou ouvi-la.
Contudo, por mais que Ofélya ainda sinta um pouco de amor pela mãe, Leon estava cético demais quanto a sogra para deixa-la vir a sua casa. E por mais que estivesse receoso de sua esposa ter um encontro com a rainha, ele aceitou a opinião de Franz e ficou em casa com Felícya, enquanto Ofélya ia até a cidade.
Por fim a porta se abriu e uma moça entrou. Ela tinha cabelos negros e estava usando uma jaqueta jeans e botas pretas. Ela parou na porta e ficou encarando Helena.
O coração da rainha, por muito tempo endurecido pelas mágoas, bateu forte. Ela queria sua filha de volta. Queria poder voltar a e nunca fazer atos tão estupidos.
Ofélya se sentou à frente da Rainha, com o coração também acelerado.
Pela primeira vez em cinco anos, elas estavam vendo uma a outra. Cinco anos são uma vida; pessoas morrem com menos e Helena entendia o que isso queria dizer. Sua filinha, tinha se tornado uma mulher durante esse tempo.
Elas ficaram em silencio, apenas se encarando. Talvez Helena devesse falar alguma coisa, mas estava paralisada demais. Estava tão eufórica por Ofélya ter aceitado vê-la, que não pensou nas coisas que teria que falar, ou a forma como pediria desculpa.
Ofélya estava em igual situação. Ela amassou e desamassou o guardanapo em cima da mesa, deixando o papel grosso quase rasgado.
- Você me chamou até aqui. – ela disse, quando percebeu que a mãe não falaria nada.
- Sim.
- E então? – ela perguntou.
Elas ficaram em silencio, até Helena responder:
- Eu queria saber o que dizer, mas não sei. – a rainha disse, dando de ombros - Eu sinto sua falta, minha querida.
Ofélya ficou em silencio.
- Como você está? – a rainha perguntou, com os olhos arregalados e rasos de lágrimas.
- Estou bem. Leon e eu nos casamos, se te interessa. – Ofélya respondeu, sem esconder o escarnio na voz. - Tia Lily deu o antigo vinhedo do tio Bertil para nós.
- Vocês moram no vinhedo? – Helena, perguntou, com os olhos arregalados.
A antiga propriedade do falecido tio do rei era tão próxima da cidade.
- Sim.
- Tão perto. – ela sussurrou, triste. Por todo esse tempo, Ofélya estava alí.
- Achamos que seria mais difícil sermos encontrados dessa forma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Príncipe e Eu [Completo]
Roman d'amour#14 EM ROMANCE (04/08/17) Completar uma graduação universitária é o maior, e único, sonho de Lizzie Smith. Por isso ela se muda para Nova York, porém há muito mais esperando por ela do que apenas livros e palestras. HRH Príncipe Franz Joseph, herdei...