Capítulo 16.

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- Você vai desabrochar para mim agora? - sussurrou ele, e qualquer ilusão que Emily tivera de recuperar o controle desapareceu quando o sentiu deslizar a mão por dentro de sua calça jeans, os dedos encontrando o elástico da calcinha e de uma pequena flor bordada no centro.
Ele riu quando tateou o bordado.
- Uma rosa?
- Uma margarida - disse ela, ofegante. - Desculpe-me por ser tão comum.
Uma outra risada vibrou contra os lábios dela.
- Comum, não, mas uma flor selvagem, natural e livre. - Os dedos másculos penetraram o elástico para encontrar o ninho quente e sedoso.
Ethan tocou-lhe o ponto sensível com tanto erotismo que a fez gemer.
Determinada a retribuir as carícias, Emily deslizou as mãos pelas costas largas até a altura das nádegas firmes. Sentindo-o tremer, mordiscou-lhe o pescoço, usando a língua para provocar-lhe a orelha, enquanto as mãos tentavam entrar por baixo do tecido da calça.
Ethan mudou de posição, ficando por cima do seu quadril, a fim de fazê-la sentir o tamanho de seu desejo.
Os dedos gentis continuaram estimulando Emily, e ela já estava à beira de uma explosão quando, subitamente, Ethan se afastou e praguejou, caindo de costas na grama ao seu lado.
- O que houve? - perguntou ela, confusa pela retirada violenta.
- Ei, Ethan!
Por um momento, Emily continuou desnorteada. Então, para seu horror, ouviu a voz de Dylan vindo da varanda de cima:
- Emily! Ethan! Vocês estão em algum lugar desse jardim? Não sei onde mais podem estar.
Emily ajoelhou-se num sobressalto, fechando freneticamente o sutiã. Ethan não fez nenhuma tentativa para ajudá-la a endireitar a roupa no corpo, apoiando-se sobre um cotovelo, observando-lhe as mãos trêmulas lutarem com os botões da blusa. Desesperada, ela forçou-se a ter calma enquanto Dylan continuava a andar, agora quase diretamente sobre a cabeça deles.
Ethan começou a levantar e ela o puxou para baixo.
- Espere, não faça isso. Ele vai nos ver!
- Essa é a idéia. Ou você quer que ele desça aqui para nos encontrar?
Emily não respondeu e continuou freneticamente fechando os botões e tirando pétalas de rosas dos cabelos, enquanto Ethan estava em pé, calmamente acenando era direção à casa.
- Procurando por nós? - chamou.
- Se Emily está com você, sim - soou a voz de Dylan. - Vocês não me ouviram chamar? O que estão fazendo aí embaixo?
Ethan arqueou uma sobrancelha provocante para Emily.
-Não ousei - sussurrou ela. Ele inclinou a cabeça para trás.
- Eu estava mostrando o jardim a Emily.
- Oh, você e suas rosas! Bem, vão subir ou terei de descer aí?
- Pronta para subir, Emily? - perguntou Ethan ainda em tom alto.
- Espere! - ela sussurrou, segurando-lhe o cotovelo e tirando a grama dos quadris dele. - O que Dylan vai pensar se vir isso?
Ethan a fitou, algumas pétalas amassadas grudadas no pescoço, os mamilos ainda enrijecidos, os olhos azuis ardentes.
- Ele vai pensar que estive fazendo um pouco de jardinagem.
- Oh! - Emily aceitou aquilo com ingenuidade, então franziu o cenho quando o viu sorrindo de modo malicioso.
- Ele está acostumado a me ver sair do jardim arranhado e sujo - disse Ethan, indo para os degraus de pedra que levavam à varanda.
- Eu não arranhei você - disse Emily seguindo-o, limpando a própria calça jeans.
- Não em lugares visíveis. - Ele riu. - Agora, se subirmos a escada correndo, isso vai explicar por que estamos quentes e agitados.
- Pensei que a história da jardinagem faria isso. -Ela tentou acompanhar os passos rápidos dele.
- Essa é minha história - disse ele quando chegaram aos arcos cobertos de rosas e encontraram Dylan parado na varanda, as mãos nos quadris.
Um pouco mais baixo que Ethan, tinha o físico similar, embora provavelmente passasse mais tempo numa academia do que se exercitando com o trabalho físico. Os cabelos loiros eram finos e lisos. Estava vestido todo de branco, acentuando o bronzeado, muito diferente do irmão, para quem olhava com divertimento velado.
- Por que demorou tanto, irmão? - Tirando as mãos dos quadris, Dylan aproximou-se.
- Emily parou para cheirar as rosas.
Os olhos castanhos de Dylan desviaram para Emily, enquanto ela passava as mãos nervosamente pelos cabelos e sorria num cumprimento.
Ele franziu o cenho e voltou a olhar para Ethan.
- Havia alguma razão para você nos chamar ou apenas estava entediado? - perguntou Ethan.
- Na verdade, não era você que eu estava procurando. Emily não lhe contou que eu ia levá-la para almoçar?
Ethan olhou para Emily com expressão interrogativa.
- Não.
O tom dele a fez se sentir culpada, e Emily sentiu dificuldade de explicar. Dylan apenas tinha mencionado um almoço e não exatamente a convidado.
- Ele... Eu...
- Pensei que Emily e eu pudéssemos nos divertir enquanto você se prepara para seu encontro quente - interrompeu Dylan. - Não vai sair com a gloriosa Carly esta noite?
Foi a vez de Emily encará-lo com expressão interrogativa, enquanto escondia uma forte onda de ciúme.
- Carly?
- A namorada de Ethan. - Dylan estava ciente de sua provocação e obviamente saboreava isso. - Ele não mencionou que está saindo com uma das mulheres mais ricas de Auckland há meses? Eles vão ao bale esta noite. Carla foi uma bailarina promissora, até que ficou muito alta...
- Pare, Dylan! - O aviso severo veio tarde demais para aliviar as inseguranças de Emily.
Bale? Ela sentiu um nó na garganta. Essa não seria a primeira escolha de diversão para muitos homens, mesmo para os que plantavam flores. Certamente, um homem precisava ter um relacionamento sério para permitir que uma mulher o levasse ao bale... A imagem na mente de Emily não era nada confortante: uma mulher esbelta, alta, graciosa e brilhante.
- Mas isso faz dela uma combinação perfeita para um homem grande como você, irmão.
- Cale-se!
Pela segunda vez, Dylan ignorou o aviso do irmão e prosseguiu:
- Ela se formou em administração de empresas com louvor, e vem de uma família excelente... de classe e de dinheiro. Tio Peter está ansioso por um anúncio. Está louco para que um de nós case.
- Dylan! - Desta vez, o grito agudo deteve mais revelações do irmão, provavelmente porque achava que já irritara Ethan o bastante.
- O quê? - O sorriso inocente de Dylan era malicioso. - Falei alguma mentira? Você não vai ver homens de malha justa hoje com a srta. Milionária?
Ethan segurou o cotovelo de Emily.
-Emily...
Ela desvencilhou o braço.
- Com licença, vou me aprontar para o almoço.
- Pelo amor de Deus, não vê o que Dylan pretende? Você não vai com ele...
- É claro que vou - declarou ela com dignidade. - Nós temos um encontro.
- Ouça, Carly comprou esses ingressos para o bale há séculos...
Ethan percebeu que estava se enterrando quando ela falou docemente:
- E claro que ela comprou. Queria se certificar de que vocês pegassem os melhores lugares. Afinal, você nunca se contenta com nada menos do que o melhor, certo?
Ela apostava que ele nunca levara a srta. Milionária para uma rápida diversão sob as roseiras! Não, aquilo era para a srta. Pobre e Conveniente. Carly estava esperando uva pedido de casamento.
- Emily. - A voz de Ethan soou frustrada enquanto Dylan ria e punha a mão nas costas de Emily, impulsionando-a em direção à casa.
- Desculpe, irmão, temos de ir. Guarde suas explicações para mais tarde.
- Espere! - Ethan seguiu Emily. -Antes de ir, conte-me o que aconteceu com aquele vigarista que fugiu de você e de seu avô.
- Conrad? - Ela estava tão humilhada que mal podia pensar. - Acho que ele voltou para Wellington. Por quê?
- Não sabe o paradeiro dele? Porque se ele tiver algum rancor por você...
- Oh, não... você quer dizer que ele pode ter algo a ver com o incêndio? - Ela meneou a cabeça. - Não, Conrad não...
- Por quê? Porque era muito bonito e charmoso?
- Não, porque não lucraria com isso - disse ela, com a mesma ironia. - Sabia que nós ficaríamos quietos sobre o que ele fez, caso contrário todos se voltariam contra vovô. Conrad sabia que estava seguro, então por que arriscaria voltar? - Emily virou-se para sair.
- Eu vou investigá-lo, de qualquer forma. Ele era tão teimoso quanto traidor.
- Não é necessário...
- Eu disse que vou investigar.
- Certo. Faça o que quiser.
Emily chegou quase até o estúdio antes de perceber que Dylan a estava seguindo. Então parou.
- Sobre o almoço... Preciso voltar para o trabalho. Estou realmente sem tempo...
Ele inclinou a cabeça loira de lado.
- Ora, vamos, você tem de comer, não tem? Conheço um restaurante fabuloso de frutos do mar na Praia Leste. Ou prefere almoçar aqui, olhando para o velho e bom Ethan?

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