Capítulo 30.

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- Você queria me dar sua herança? - ele interrompeu o comentário nervoso.
- Parece que você tem me dado algo da sua. - Era melhor abrir o jogo de uma vez. - Sua equipe de construção, o dinheiro do seguro... Sei tudo sobre isso, Ethan.
- Sabe? Duvido. - Ele pôs a mão sobre a abóbada. - Então, isso é um tipo de recompensa, um reembolso porque você não pode suportar a idéia de estar em débito comigo?
- Não! A peça tem um valor peculiar que não tem nada a ver com dinheiro. É um presente meu para você.
Ele sorriu, relaxando.
- Mais um? Você já me deu um presente raro, lembra?
Ela arqueou as sobrancelhas.
- Algo ainda mais precioso do que isso - continuou ele, alisando a curva do vaso com a delicadeza de quem sabia apreciar uma beleza sutil.
Ela meneou a cabeça, perplexa. Não possuía nada mais precioso, pensou quando Ethan segurou-lhe as mãos e conduziu-a para o centro da sala, em direção ao lindo sofá branco.
Ele parou num clarão de sol que fez os ombros largos brilharem, ergueu as mãos de Emily e levou-as ao seu próprio coração para que ela sentisse as batidas fortes.
- Algo que nunca poderia vender, somente dar. O seu amor, Emily.
Ela sentiu o ar preso na garganta com a compreensão que viu nos olhos dele, com a convicção que ouviu no tom de voz.
- Oh.
- E, em vez de honrar o presente que você me deu, eu a usei.
- Não...
- Sim, porque gostei de ter você me amando, mesmo enquanto fingia não saber. Você me fez sentir demais, Emily, e isso me assustou. Levou-me de volta a uma época em que eu me sentia incapaz de controlar o caos emocional em meu interior... então continuei erguendo uma barreira, tentando encontrar motivos para desgostar de você... não me permitindo achá-la sexy, divertida, amável, doce... sem enxergá-la como você realmente é. E quando isso não funcionou, foi muito mais fácil reduzir tudo a sexo, chamar de paixão ou desejo, porque assim eu poderia abandoná-la se quisesse, como sempre fiz com outras mulheres.
Ele fez uma pausa.
- Mas não posso abandonar você, Emily. - Ethan traçou-lhe os lábios com o polegar. - Tentei e não funcionou. Você é parte de mim, uma parte que não quero mais negar. Quando não atendeu ao telefone ontem, quase enlouqueci, preocupado com o que poderia ter acontecido.
- Peter me contou sobre o dinheiro do seguro. Fiquei chocada - confessou Emily.
- Eu lhe dei o dinheiro em parte porque queria deixá-la totalmente livre para fazer suas próprias escolhas, sem sentir culpa pelas expectativas de Peter... ou pelas minhas - disse ele. - Mas admito que havia também um elemento de manipulação. Gostei de me sentir no controle, sabendo que estava ajudando-a sem ter de explicar por que sentia necessidade de fazer isso. O que eu realmente queria era que você se sentisse livre para escolher ficar comigo.
- Eu já havia escolhido - ela o relembrou com voz emocionada. Moveu as mãos sobre o peito dele, sentindo o coração acelerar. - Eu o amava tanto que não podia falar. Ontem à noite, decidi que era hora de confessar meu amor. Não me declarei antes por medo de perdê-lo. Esse vaso era uma mensagem de que você significa mais para mim do que toda a porcelana da China.
Ele sorriu com a sinceridade solene de Emily.
- E você significa mais para mim do que todas as rosas do meu jardim.
- Apesar da história sórdida do meu nascimento?
- Sou grato a quem quer que lhe deu a vida, porque essa vida finalmente a trouxe aqui, ao lugar onde você pertence - murmurou ele.
Emily deslizou os braços ao redor da cintura de Ethan, os olhos brilhantes de alegria.
- Você fala sério?
Ele inclinou a cabeça para um beijo apaixonado.
- Eu falo sério quando digo que amo você, sra. West - sussurrou contra os lábios dela.
A risada adorável de Emily ecoou dentro da boca de Ethan.
- É Quest, não West.
Ethan caiu com ela sobre o sofá branco e posicionou-a contra seu coração.
- Que tal resolvermos essa confusão em potencial de uma vez por todas?
- E como propõe que façamos isso? - convidou ela, unindo os braços ao redor do pescoço dele.
Os olhos de Ethan brilharam com humor.
- Bem, pedindo-a em casamento, é claro. Assim, nos livraríamos deste Q que traz tanta discórdia!

            

                    FIM!!!

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