Capítulo 26.

5.2K 438 2
                                    

Emily gemeu quando Ethan lhe tirou a calcinha, e abriu a gaveta do criado-mudo para pegar um preservativo e deitou-se de costas, puxando-a e posicionando sobre ele.
- Assim. Quero ver você, enquanto estou fazendo isso - murmurou ele, massageando-lhe os seios, dobrando os joelhos para apoiar-lhe o corpo sobre eles, gemendo quando Emily começou a deslizar sobre ele. - Isso. Agora me ame - comandou com voz rouca.
Me ame. O coração de Emily explodiu de alegria. Se Ethan queria que ela o amasse, talvez estivesse pronto para lhe dar o mesmo presente em retorno.
- Eu amo... Eu estou... - ela ofegou, gemendo frustrada quando seu corpo brevemente resistiu à intrusão.
- Estou machucando você? - Ele parou, cerrando os dentes com a poderosa tensão sexual.
- Não, você é tão certo - sussurrou. Seu corpo já reconhecera o amor de seus sonhos e, com um movimento ousado que o fez gemer, ela o recebeu completamente, curvando-se sobre ele, enquanto Ethan lhe segurava os quadris, instigando-a a acelerar o ritmo, até que Emily jogou a cabeça para trás e começou a retesar-se, atingindo o primeiro clímax em puro deleite.
Ainda assim, não era o bastante para Ethan, que inverteu as posições, deitando sobre ela enquanto se apoiava sobre os cotovelos e acelerava as investidas, até que Emily cruzou as pernas ao redor de sua cintura e gritou com um segundo delírio abençoado, sentindo o Prazer percorrer o corpo de Ethan no momento em que se juntou a ela, liberando o seu próprio.
Depois, eles ficaram deitados abraçados, a transpiração esfriando seus corpos enquanto cochilavam e acordavam saciados.
Cada vez que Emily despertava, via o rosto amado no travesseiro ao lado, e um doce contentamento que não tinha nada a ver com euforia física a preenchia. É claro que a parte física era maravilhosa também, pensou, com um sorriso secreto.
- No que você está pensando?
Ela virou-se e o viu observando-a, a cabeça apoiada na mão.
- Que nunca fui tão desinibida antes.
Os olhos dele se iluminaram com um sorriso.
- Você nunca tinha feito amor comigo antes - disse Ethan preguiçosamente, a mão descansando possessivamente no quadril dela. - Ainda temos muitas coisas para descobrir sobre o outro, mas, pelo menos, já sabemos que nos damos maravilhosamente bem na cama.
Ele não falou sobre amor, nem Emily, que subitamente se sentia menos segura que alguns minutos antes. Dissera que o amava no auge da paixão, mas, se Ethan não mostrasse reciprocidade, ela não iria se embaraçar suplicando. Pelo menos, as palavras dele mencionavam um futuro. Ela teria de esperar, e torcer...
- A que horas você quer voar para Auckland? - perguntou Emily, desejando que pudesse prolongar o momento de intimidade.
Ethan acariciou-lhe o quadril, um sorriso estranho nos lábios.
- Sabe que som é esse?
Ela percebeu então que o quarto tinha ficado quase escuro, e ouviu o barulho da chuva contra as folhas do lado de fora da janela. O helicóptero provavelmente ficaria parado durante a tempestade.
- Do paraíso? - Ela sorriu de modo sensual e convidativo.
Ethan riu.
- A previsão é de mais 12 horas de tempo ruim -confirmou ele, levando a mão para um ponto muito mais íntimo. - Então, sim, o som do paraíso.
E mais tarde, após Ethan ter lhe mostrado muitas outras maneiras de se desinibir em seus braços, eles conversaram sobre a convicção inabalável de Peter de que ela era filha de Carol.
Emily não mencionou a conversa que tivera com a mãe ao telefone, mas admitiu com um suspiro:
- Se eu for mesmo adotada, suponho que isso explique muitas coisas sobre meus pais.
-O fato de serem emocionalmente distantes de você? - sugeriu Ethan.
- Não, mas o fato de que eles são ligados emocionalmente a todo mundo. - Emily procurou palavras para explicai-. - Quando eu era criança, sempre me senti irmã de todas as crianças pobres e desafortunadas do mundo, nunca recebendo a atenção total dos meus pais. Logo que deixei de ser um bebê dependente, eles sentiram que haviam cumprido seu papel e que eu podia me virar sozinha. É assustador ser tão livre quando se é tão pequena. Eu preferia as regras rígidas dos meus avós. Ou das pessoas que acho que eram meus avós.
- Eles sempre serão seus avós, adotivos ou não. Na verdade, você é incrivelmente normal para alguém com uma patologia familiar tão bizarra.
- Isso deveria ser confortante? - Ela riu, aconchegando mais o corpo no dele. - Sua família não é exatamente comum.
- Sim, Dylan tende a fazer coisas fora do comum para se divertir. - Ethan mordiscou-lhe a orelha. - Ele deve ter achado uma grande piada me provocar com o fato de que estava roubando você dentro da minha casa.
- Que mensagem ele lhe mandou? - perguntou Emily, curiosa.
- Começava com: "Uma vez a bordo no barco, a garota é minha" - disse Ethan, mordendo sua orelha novamente. - Tolo. O que ele esperava que eu fizesse?
- Provavelmente o que você fez. Dylan pareceu muito ansioso para ficar por aqui quando chegamos. E disse que seria bom se eu fosse a irmã metafórica dele.
Ethan suspirou.
- Ótimo. Mesmo metaforicamente, Dylan não cometeria incesto.
Mas quando Emily tocou no assunto do testamento de Peter, enquanto eles comiam churrasco no deque coberto e a chuva caía, Ethan recusou-se a se envolver.
-Mas acho que vocês deveriam fazer o teste de DNA assim que possível. Então, veremos o que acontece.
Emily ficou pensativa por um instante, e Ethan aproveitou o silêncio para mudar de assunto:
- Com toda essa confusão, esqueci de lhe contar. Falei com Tremaine... e o chefe dele. Se você me der o número de sua conta bancária, o valor total da indenização de sua casa, como listado na apólice, será depositado até o fim da semana. E há uma equipe de homens pronta para começar a reconstrução da casa amanhã. Você deve ter sua casa de volta no máximo em seis semanas.
Emily o fitou, boquiaberta. Justo quando estava questionando os sentimentos de Ethan, ele realizara um milagre que mostrava o quanto se importava com ela, trabalhando secretamente para mover montanhas em sua honra.
Ele inclinou-se e fechou-lhe o maxilar.
- Sim, eu sei, sou um gênio. É por isso que você... você me acha maravilhoso.
É por isso que você me ama.
Ethan não usaria o clichê casual, porque sabia que não era nem casual nem um clichê no que dizia respeito a Emily. Se dissesse isso, e ela concordasse, então as próximas palavras teriam de vir dele, e Ethan não usava a palavra amor de maneira leve.
Não podia ser intimidado, seduzido ou pressionado a dizer isso.
Mas talvez... apenas talvez... pudesse sentir amor.

AMANTE ACIDENTAL Onde histórias criam vida. Descubra agora