Capítulo 21.

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A risada foi abruptamente interrompida quando Dylan parou diante da entrada da casa e viu o BMW partindo.
Ele pegou as chaves, abriu a porta para Emily, então, praguejando, virou-se e começou a ir para a garagem.
- O que você está fazendo? - chamou Emily, sofrendo com sua própria tristeza. Afinal, Ethan nunca confirmara sua conclusão de que ele e Carly estavam meramente atuando para o benefício de Dylan.
- Saindo - replicou ele, indo para o Porsche.
Emily o seguiu, segurando-lhe a manga do paletó.
- Você não pode dirigir. Bebeu muito.
Ele deu uma risada incrédula quando ela tirou-lhe as chaves da mão. -Ei!
- Estou falando sério, Dylan.
- Então você dirige. Dirigir o Porsche?
- Provavelmente bebi mais que você - disse ela.
- Quero sair - murmurou ele, roubando-lhe as chaves.
- Dylan, você me contou que o Porsche está apenas alugado porque não teve condições de comprá-lo. Se bater, terá de pagar. E está mesmo com vontade de sair? Ou só quer dirigir até a casa de Carly e ficar no carro, esperando?
- Hum!
Emily não sabia que opção ele escolheria, mas pelo menos o acesso de nervosismo parecia ter diminuído.
- Se quer ir a algum lugar, chame um táxi - disse ela, virando-se para a casa.
- Não, eu vou para a cama também - murmurou ele, seguindo-a para o hall. - Que perversa!
- Espero que não esteja falando de mim.
- Eu estava falando sobre a vida em geral... e sobre ela.
Emily estava começando a ter uma simpatia relutante por Carly. Dylan era um rapaz temperamental, apaixonado por uma mulher rica e mais velhai Mas o orgulho o impedia de admitir isso.
Ela observou aliviada quando ele foi para o quarto.
Consultando o relógio e calculando o fuso horário, foi para o telefone da sala, esperar a meia hora que faltava para ligar para o número que haviam lhe dado. Devido às interferências no telefone por satélite, foram necessárias quatro tentativas antes de conseguir.
- Mamãe, é você?
A ligação ficou muda por alguns instantes.
- Emily? O que houve? Não esqueci seu aniversário de novo, esqueci? - A risada de sua mãe soou.
- Não, ainda faltam seis meses, mãe. Como vocês estão?
Ela ouviu por alguns segundos, então, consciente de que a recepção do outro lado da linha estava piorando, apressou-se a contar para a mãe sobre o incêndio.
- Que terrível. Eu... gostaria... ajudar... absoluto caos aqui no momento... precisa de dinheiro?
Era sempre um caos, onde quer que estivessem. E ela sabia que eles preferiam dar seu dinheiro para pessoas mais necessitadas que Emily, que pelo menos tinha o que comer e um teto sobre a cabeça.
- Não, estou me virando. Mas, mãe, uma coisa estranha aconteceu. - Hesitante, ela contou-lhe sobre Peter Nash, e a.noção fantástica de que podia ser adotada, pausando entre as frases quando a ligação falhava.
Com o longo silêncio que se seguiu, pensou que a linha tinha caído, então quase derrubou o telefone quando sua mãe falou:
- Oh, querida, eu gostaria de... vê-la. Emily... Nós pensamos... adoção legal...
A voz era fragmentada pela conexão ruim, mas o que Emily ouviu foi o bastante para fazer seu cérebro gritar em negação.
- Não consigo ouvi-la bem, mamãe. Sou adotada ou não? - Emily entrou em pânico quando os ruídos na linha aumentaram, e pensou que a ligação seria cortada de uma vez.
- A linha vai cair, mãe. Apenas diga sim ou não. É tudo o que preciso saber. Sim ou não?
- Prometo ligar depois... está difícil falar.... Sim, sim!
Emily não sabia quanto tempo ficou sentada na sala escura, olhando para o telefone mudo.
Sim?
Era adotada! Ela engoliu o nó que se formou em sua garganta.
Não podia ser. Por que eles não tinham lhe contado? Quando criança, ou quando ela completara 18 anos, ou em qualquer época durante os últimos 26 anos? Porque era filha de uma adolescente drogada? Não havia tanto preconceito nos dias atuais. Isso não podia ser verdade! Sua mãe não devia ter entendido a pergunta.
Seus olhos secos ardiam. Estava ainda mais incerta do que estivera antes do telefonema. Apesar da má recepção, a voz de sua mãe expressava arrependimento em vez de choque com a pergunta. O cérebro de Emily girava em confusão.
Olhou para o relógio, perplexa em ver que meia hora se passara. Não adiantava ligar novamente. Teria de esperar que sua mãe conseguisse acesso para contatá-la em breve.
Ouvindo o barulho do motor de um carro, Emily levantou num salto. Ethan tinha voltado? Não queria que ele a visse ali no escuro. Podia pensar que ela o estava esperando. Podia pegá-la nos braços e tentar amenizar-lhe as dúvidas e emoções.
Ela podia estar embriagada e vulnerável o bastante para confessar que estava apaixonada por Ethan... e então, para completar, talvez lhe contasse que podia ser a neta do tio dele!
Emily foi para seu quarto e se vestiu no escuro, temendo que a luz debaixo da porta a entregasse.

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