CAPÍTULO 11 - DANÇA COMIGO?

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DEBORAH

Tudo estava divino. Tia Alice sabia organizar um evento. Eu estava feliz por nosso pai. Ele parecia satisfeito. A festa ocorreu no jardim de nossa casa. Estava tudo ornamentado num estilo moderno.
Fui para a biblioteca chamar Sarah que estava demorando. Ao chegar perto ouvi o SIM da mesma. Sorri. Era perfeito ver Sarah e Lucas tão felizes. Eles mereciam.
Depois de devidamente arrumados saímos em direção ao palco. Isaac pediu a atenção:
- Pai... – ele chamou e meu pai se voltou, acompanhado de minha mãe, para onde nos encontrávamos – Não temos palavras para descrever o quão bom pai você é e o quanto nós te amamos. Por isso vamos tocar uma canção. – falou e todos aplaudiram.
Sarah começou a tocar piano e Isaac acompanhou no violão. Peguei minha gaita diatônica e fechei os olhos iniciando o solo da música Hallelujah de Leonard Cohen.

Era a música que minha mãe havia cantado na entrada de seu casamento e, também, a música preferida de nossa falecida avó Sarah. Não a conheci, mas papai falava dela com muito carinho.
Quando terminamos choveram aplausos. Descemos do palco e observei meu pai com lágrimas nos olhos. Mamãe também estava emocionada.
-Vocês foram magníficos meus amores. – falou gentil.
- Obrigado – falamos.
- O que vocês fizeram hoje foi incrível. Sinto-me honrado em ter filhos tão maravilhosos como vocês. – falou beijando cada um de nós – Eu não poderia ganhar melhor presente. – falou.
Ficamos um tempo até que Lucas convidou Sarah para dançar e Collin chamou Isaac para falar-lhe algo.
- Estou feliz que tudo tenha dado certo pai. Eu estava muito nervosa. – confessei.
- Você foi maravilhosa minha querida. – falou – Venha. Quero lhe mostrar algo. – me pegou pela mão.
- OK. - disse e ele me guiou até o quarto de hóspedes.
Sentei-me na cama enquanto meu pai mexia em algo no closet. Voltou com uma caixa.
– Eu sabia que estava aqui. Abra. – falou me passando a pequena caixa.
Obedeci e abri a caixa. Continha um luxuoso e antigo estojo de madeira. Abri-o e dentro havia seis gaitas que reconheci de imediato. Era uma edição rara de gaitas Hering diatônica Free Blues.
- São lindas pai. São suas? – perguntei surpresa.
Não sabia que meu pai tocava.
- Não. Eram de sua avó Sarah. Ela tocava para mim e sua tia quando éramos pequenos. – falou emocionado.
- Minha avó tocava gaita? – perguntei incrédula.
- Sim. E a canção que ela mais gostava de tocar era Hallelujah. Por isso, quando te vi naquele palco me emocionei tanto. Parecia que era minha mãe tocando. – falou deixando uma lágrima rolar.
- Desculpe pai. Nós não sabíamos. Não queria que você ficasse triste. – falei sinceramente.
- Eu não estou triste. Gostei muito mesmo do que vocês fizeram. Quero que você fique com isto. – falou apontando o estojo.
- Não pai. Eu não posso aceitar. – falei – É uma das poucas lembranças que você guarda da vovó. – argumentei.
- Minha filha... Lembrança, a gente guarda aqui. – falou colocando a mão no peito – Não preciso de um objeto para me lembrar de sua avó. Ela gostaria que aceitasse. – falou.
Eu sorri emocionada.
- Obrigada pai. – falei o abraçando.
Eu mal podia acreditar. Sempre quis ter uma coleção dessas. Era uma honra aceitar. Minha mãe apareceu à porta.
- Jake... Estão reclamando a presença do aniversariante. – falou olhando-o apaixonada.
Eu nunca cansaria de admirar o amor dos dois. Papai devolveu o olhar e se virou para mim. Entendendo o que ele queria falei.
- Podem ir. Eu só vou guardar no meu quarto e já vou. - falei.
- Ok. – eles assentiram saindo.
Guardei meu “presente” e ia saindo quando me choquei em algo. Senti braços quentes e fortes me segurarem. Meu coração acelerou ao encará-lo. Estava diante de mim "aquele que não deve ser nomeado". Caraca! O filha da mãe era lindo!
Saí do encantamento patético que estava e fechei a cara. Eu não acredito que ele teve a cara de pau de vir à minha casa depois de tudo o que me disse!
Depois de um breve momento eu o empurrei e perguntei:
– O que você está fazendo aqui?  

New ties of dawn - Part II Onde histórias criam vida. Descubra agora