DEBORAH
Flutuava por um bosque maravilhoso. Cheio de flores coloridíssimas. Sentia-me leve e feliz. Ouvia sonoras e gostosas gargalhadas infantis. O som preenchia o ambiente. Segui guiada pelo som e vi Seth. Olhava-me como se estivesse maravilhado. Sorri para ele. Inesperadamente, um menino pequeno, não mais que dois anos, cabelos lisos e negros com pequenos olhos negros brilhantes saiu correndo detrás de um arbusto. Ele sorriu para mim. Eu sentia que o conhecia, por isso retribuí. Ele foi se afastando ainda sorrindo. Ouvi uma voz infantil de menina que chamava:
- Henry! Volte Henry! – pediu.
Esse nome significava algo, mas eu não compreendia. Olhei novamente para onde o garotinho corria e vi que havia um abismo. Não consegui me mover para ajudá-lo. Só o que ouvia eram os gritos desesperadores de Seth.
- Henry! Henry! – gritava.***
Acordei angustiada e suando. Esse pesadelo me perseguia desde que comecei a namorar com Seth. Nunca falei nada a respeito, pois sabia que Henry seria o nome do filho que ele teria com Hana. Penso que pode ser o sentimento de culpa que me faz ter esse pesadelo, mas prefiro não comentar. Seth parecia tão feliz e eu não queria chateá-lo.
Olhei para o relógio e bufei. Era pouco mais de cinco horas da manhã. As aulas só começavam às oito. Aula é modo de falar, uma vez que iríamos somente pegar os resultados. Enterrei a cabeça no travesseiro novamente.
Fazia mais de duas semanas que não via meu namorado pessoalmente. Eu estava estudando para os exames finais e papai deu um jeito de proibir as visitas de Seth alegando que eu precisava me concentrar nos estudos. Nem na oficina eu podia ir. Era óbvio que isso era só uma desculpa, mas demorou tanto tempo para ele se “amansar” que Seth não quis arriscar.
Desisti de ficar na cama e fui tomar um banho. Enrolei meus cabelos e relaxei na banheira. Escolhi uma roupa casual, mas bonita. Jimmy já havia me avisado que depois da escola esticaríamos para um barzinho. Dei minha palavra que ia. Lógico que Seth me encontraria lá depois. Escolhi um jeans básico, uma regata branca coberta por uma jaqueta jeans remangada, para complementar, botas de cano curto marrom. Deixei os cabelos soltos e fiz uma maquiagem leve.Peguei a bolsa e desci. Encontrei minha mãe arrumando meu café.
- Bom dia. – falei a beijando no rosto.
- Bom dia. Quer conversar sobre seu sonho? – perguntou e eu ergui a sobrancelha enquanto me servia. Ela sorriu e complementou – Você gritou... – justificou.
- Me desculpe. Não quero falar nada. – falei sincera e desconfortável.
- Tudo bem, mas saiba que eu estarei aqui se precisar. – falou.
Eu sorri agradecida.
- Não precisava ter se dado ao trabalho mãe! – falei apontando a imensidão de coisas.
- Quero mimar meu bebê. – falou sorrindo.
Tomamos o café juntas. Enquanto saía o telefone tocou. Coloquei no viva voz enquanto saía com o carro da minha mãe. Não andava de moto sempre e minha mãe usava muito pouco o carro.
- Alô. – falei sem olhar quem era no visor.
- Bom dia linda. Animada para o último dia de aula? – Seth pediu carinhoso.
- Oi amor. Para falar a verdade não. Estou com saudade de você. – confessei.
- Eu também. Farei o possível para te encontrar mais tarde, mas não garanto. Seu pai me encheu de coisa aqui. – não falei nada, só fiz um bico descontente.
Ele riu.
- Do que está rindo? – perguntei.
- Só estou imaginando o biquinho lindo que você deve estar fazendo. – sorri.
- Você me conhece mesmo... – falei rindo e saindo do carro.
- Depois te ligo. Te amo. – falou.
- Também te amo. Até depois. – falei desligando.
Fui para a sala onde meus colegas estavam já animados. Como o previsto, entregaram as notas e o restante do dia transcorreu normal e chato. O diretor falando sobre o nosso futuro. Sobre a universidade e coisas do gênero. Saía de cabeça baixa quando ouvi meu nome.
- Ei Debbie! – parei ao chamado de Jeremy.
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New ties of dawn - Part II
FanfictionDEBORAH Fiquei ali parada, olhando o mar. As lágrimas grossas escorriam por meu rosto embaçando minha visão. O desespero tomava conta do meu ser. Comecei a lembrar de todos os momentos em que vivi com Caleb. O que mais doía, foi estar tão perto e te...