SETH
- Não quero me separar de você. - falei.
- Que lindinho... - falou brincando com o dedo em meus lábios. Rolei os olhos - Eu também não quero me separar de você. - disse.
- Então fique. - pedi.
- É tudo o que eu mais quero. - falou beijando meu rosto - Mas infelizmente não posso ficar. Uma das quinze ligações perdidas foi do senhor Jacob Black e este eu não pretendo irritar. - estremeci. Jacob! Havia me esquecido desse detalhe. Ela sorriu - Esse é o efeito que o nome do todo poderoso da alcatéia provoca nos lobos! - falou bem humorada.
Ri ajudando-a a descer da mesa. Olhava onde a minha camisa deveria estar quando Debbie me surpreendeu puxando-me para um beijo urgente. Eu poderia ficar ali para sempre, porém ela terminou com um selinho demorado. Ri de seu ato.
- Ei! O que aconteceu com a parte de "infelizmente não posso ficar"? - perguntei - Pensei que estava com pressa senhorita Black! - falei e ela sorriu.
- É difícil resistir a você seminu a minha frente senhor Clearwater! - falou maliciosa analisando meus músculos. Sorri e fui pegar minha camisa. Voltei sorrindo maliciosamente.
- Lembre-me de fazer isso mais vezes, ou melhor, de deixar fazer. - falei vestindo-me e lembrando-me de que foi ela quem tirou minha camisa.
Demos as mãos e chegamos até o carro que estava estacionado no pátio do ginásio. Beijei-a novamente. Eu queria aproveitar todos os segundos.
- Até amanhã. - falou se soltando. Antes que entrasse no carro, segurei sua mão e pedi:
- Promete que não vai me esquecer? - eu não queria perdê-la. Debbie se aproximou de mim.
- Nem que eu quisesse poderia te esquecer. Porém faço minha a sua pergunta. - falou. Sorri aliviado.
- Nem que eu quisesse poderia te esquecer. - falei. Ela entrou no carro e me olhou uma ultima vez. Brinquei "soprando-lhe" um beijo. Ela embarcou na brincadeira e fingiu segurar meu beijo. Voltei para casa e tomei um banho gelado. Desliguei meu celular sem ao menos olhar e me deitei. A noite foi cheia de sonhos com meu anjo.***
Acordei e tomei banho novamente. Fui até a cozinha comer algo e notei um bilhete em cima da mesa. Era a letra de minha mãe.
Seth...
Hero ligou. Aconteceu algo no Japão. Precisam de você urgentemente lá. Não se esqueça de me avisar. Estou na casa da Ruth que está doente.
Fique com Deus.
Mamãe.
Voltei correndo no quarto e peguei meu celular. Tinha doze ligações de Hero. Coloquei na rediscagem.
O que será que havia acontecido?
Desde que Hana foi embora e me pediu para não ir para Tóquio, eu não coloquei os pés lá. Falei com Hero algumas vezes nesses quase sete meses, mas ele foi frio comigo.
Compreensível. Ele gostava muito de Hana e eu a fiz sofrer muito.
Depois de algum tempo ele atendeu.
- Seth? - perguntou.
- Oi Hero. Sou eu. - falei.
- Graças à Deus. Você precisa vir para cá imediatamente. - falou aflito.
- Você sabe que a Hana me pediu para... - ele me interrompeu.
- Esquece isso. Ela precisa de você agora! - falou firme.
- O que houve Hero? Onde está a Hana? Ela está bem? - perguntei desesperado.
- Não posso falar por telefone. Quando você chegar aqui, me ligue. - falou e desligou.
Troquei de roupa rapidamente e liguei para um táxi. Nem ao menos arrumei alguma mala. Somente peguei algum item de higiene pessoal necessário.
Já no portão de embarque me lembrei de avisar Jake.
- Alô? Seth? - atendeu.
- Jake... Sou eu. Desculpa incomodar, mas eu estou indo para o Japão numa emergência e não sei quando volto. Você pode dar um jeito na oficina? - pedi.
- Sim. Pode ir tranqüilo. Está tudo bem? - perguntou.
Nisso eu já estava dentro do avião e os avisos de colocar os cintos já haviam sido dados.
- Tudo. Tenho que desligar agora. Obrigado. - falei.
- De nada. - respondeu e eu desliguei rapidamente.
As horas no avião passaram devagar. Eu estava muito nervoso.
Quando o avião pousou, eu já liguei para o Hero.
- Alô! - atendeu.
- Cheguei. No aeroporto de sempre. - falei rapidamente.
- Ok. Espere aí. - falou.
Em menos de cinco minutos seu carro já estacionava. Entrei e ele permanecia em silêncio.
Chegamos em frente a um hospital e meus olhos se apavoraram. Ele estacionou e antes que eu surtasse falou:
- É o seguinte. Primeiro, mantenha a calma. Sente-se. - mandou apontando um banco. Fiz o que mandou - Antes que você surte e me bata, preciso dizer que Hana me fez prometer que não falaria contigo. Portanto, saiba que eu estou quebrando minha promessa. Você entende? - perguntou.
- Sim. - respondi.
- Hana está internada porque perdeu o bebê que esperava. Isso foi há uma semana. Agora, fisicamente está bem. Mas ela não reagiu bem à notícia e psicologicamente está abalada. Os médicos pediram que entrasse em contato com você para que a convencesse de se tratar. - fiquei paralisado.
Bebê? Não podia ser! Contei mentalmente os meses desde que terminamos. Olhei suplicante para Hero que estendeu a mão por sobre meu ombro.
- Bebê? - sussurrei.
- Sim meu amigo. Ela não sabia, mas estava grávida quando te deixou na América. Por dois meses ela ficou mal e com os freqüentes enjôos. Pensava ser por causa da separação de vocês. Depois de eu muito insistir para que fosse a um médico ela se rendeu. Descobriu, na ocasião, que estava grávida de três meses e meio. Acho que foi um dos momentos mais felizes da vida dela. Ela voltou sorrindo e me contou a notícia. Eu ia ate ser padrinho. - falou pesaroso.
Fiquei um tempo digerindo aquilo. Um filho! Eu iria ser pai!
- Mas porque não me avisaram nada? - pedi entre lágrimas percebendo que meu filho se foi sem eu ao menos conhecê-lo.
- Porque Hana disse que era muito cedo. Ela queria que você se estabelecesse por lá e depois te contaria. Não queria de modo algum atrapalhar a sua vida. Dizia que você merecia ser feliz. - chorei mais ainda.
Como ela podia ser tão boa depois de tudo que a fiz sofrer?
- O que aconteceu com ela? - perguntei mais calmo.
- Sua barriga estava enorme. Os médicos diziam que o bebê tinha um crescimento acelerado. Embora faltasse ainda dois meses ela teve contrações fortes. A trouxe correndo para hospital, mas já era tarde. Ela havia desmaiado no carro e entrou na sala já com o bebê sufocado. - falou triste.
Os genes de lobo. Eu devia ter ficado ao lado dela!
- Meu filho... - falei com um fio de voz.
- Era um menino. Henry seria o seu nome. - apertei os olhos com dor. Henry era o nome de meu pai - Se você quiser, mais tarde, pode visitar seu túmulo. - falou triste.
Fiquei por um tempo fitando o vazio. Eu acabei de saber que seria pai e agora já tenho que visitar seu túmulo. Isso não estava certo.
- Mas porque ela não quer se tratar? - perguntei e percebi que Hero aumentou sua expressão de dor.
- Ela diz que não vale a pena viver. Chamar você aqui foi nossa última esperança. Os médicos não podem fazer nada sem o consentimento dela. Entende? - perguntou.
- Sim. - assenti e suspirei.
Fiquei mais um tempo para me acalmar e entramos. Hero conversou com alguns médicos e me deixaram entrar no quarto.
Hana dormia profundamente. Como que sentindo minha presença, despertou. Quando me viu, estendeu-me a mão e chorou muito. Choramos juntos abraçados. Um confortando o outro.
- Me perdoe Seth. Eu perdi nosso menino. - falou entre soluços.
- Shiii... Eu estou aqui. Não se preocupe com isso. Apenas descanse. - falei apertando-a em meus braços.
- Não. Eu preciso te contar tudo. Por favor! - suplicou.
- Tudo bem. Comece me dizendo por que não quer deixar os médicos te ajudarem meu anjo? - pedi.
Ela suspirou.
- A criança cresceu rápido demais e minha estrutura era pequena para seu tamanho. Quando o bebê saiu, parte do meu útero saiu junto. - ela pausou e uma lágrima grossa escorreu por seu pequeno rosto - Eu nunca mais poderei ter filhos Seth! - revelou desolada.
Eu fiquei chocado e me senti mais culpado ainda. Depois de assimilar falei.
- Ficará tudo bem. Eu estou aqui agora. - falei e ela se acalmou.
Eu me odiava naquele momento. Foram meus genes de lobo quem causaram tudo isso. Hana passou por isso sozinha porque quis me dar uma chance para ser feliz. Eu deveria ter lutado e ficado ao seu lado. Mas fui um covarde.
Não tinha perdão, mas agora era isso o que eu faria. Ela precisava mais de mim do que qualquer outra pessoa. Eu não iria pensar em mim. Eu não poderia sair do lado de Hana e não iria sair.
Minha decisão estava tomada: Ficarei em Tóquio!
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New ties of dawn - Part II
FanficDEBORAH Fiquei ali parada, olhando o mar. As lágrimas grossas escorriam por meu rosto embaçando minha visão. O desespero tomava conta do meu ser. Comecei a lembrar de todos os momentos em que vivi com Caleb. O que mais doía, foi estar tão perto e te...