Naquela noite não consegui dormir direito. Tive sonhos estranhos e eróticos com o Eduardo sem parar... era ele entrando no meu quarto nu, com o pênis duro, apontando para mim e vindo em minha direção... era ele deitado em cima de mim me beijando e passando as mãos pelo meu corpo... era eu chupando o pau dele... era ele gozando na minha boca... acordei assustado de madrugada todo gozado. Que vergonha! Polução noturna. Isso era coisa de adolescente e estava acontecendo comigo, um adulto.
Como não conseguia dormir, levantei, tomei banho, fiz café, tomei e esperei amanhecer o dia para ir ao trabalho. Fiquei sentado no sofá da sala, pensando na minha vida, nas oportunidades perdidas, na solidão terrível que transformou-me em apenas um ser vivente, sem expectativas, sem sonhos. Vivia por viver. Acostumei-me tanto com isso que nem ficava triste, mas em alguns momentos, como esse, era impossível não pensar e querer uma vida diferente no campo amoroso.
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Cheguei na loja pontualmente, antes dos funcionários. Fui para meu escritório, liguei o computador, li e respondi alguns e-mails, li as notícias do dia. Nesse meio tempo, todos chegaram, abriram o depósito e começamos a trabalhar. Algumas pessoas vieram fazer orçamento, outras compraram pequenas coisas para reformas simples, alguns pedreiros vieram com seus empregadores para realizar grandes aquisições. Como o meu era o único depósito da cidade, era ali que todos vinham.
Na hora do almoço, avisei que sairia um pouco. Fui a um restaurante simples, self-service, com comida caseira deliciosa que existe na entrada da cidade. Lá, me servi, sentei-me a uma mesa bem no canto, meio afastado das pessoas que ali estavam, a maioria vendedores de mercadorias diversas, viajantes e algumas famílias. Estava lá, absorto e perdido em meus pensamentos, quando sinto alguém olhando fixamente para mim. Virei-me e era o Eduardo com o tio dele. Ambos estavam vestidos com roupa de trabalho. Imaginei que estivessem fazendo alguma entrega e pararam por ali para comer. Fiquei na minha, mas meu estômago começou a contrair, e a fome passou. O tio dele, ao me ver, foi até onde eu estava, me cumprimentou e perguntou se eles poderiam sentar-se comigo. Claro que disse que sim. Fiquei observando o Eduardo pegando sua comida, os músculos do braço dele contraídos enquanto segurava o prato e colocava o que escolhia no buffet. Os dois vieram, sentaram-se de frente para mim, o tio do lado e o Eduardo na cadeira bem em frente. O tio dele comia e falava sobre o preço do combustível, dos materiais que ele transportava. Eu concordava, mas minha atenção estava totalmente centrada no Eduardo, que comia com vontade, de cabeça baixa, sem olhar para mim. Então, o tio dele se levantou e foi servir-se mais. Nesse momento, a sós, o Eduardo olhou para mim e perguntou:
___Por que não me ligou ou enviou mensagem?
Fiquei espantando e aí me lembrei do pedaço de papel com o número de celular. Pior que eu havia colocado no bolso da calça e tinha esquecido.
___Eu não sabia de quem era. Coloquei no bolso da calça e ficou lá.
___Hummm... aquele número de celular é o meu. Adicione. – disse ele rudemente, como se mandasse em mim.
Sem conseguir raciocinar direito, respondi:
___Sim... vou adicionar.
Nesse momento o tio dele voltou com o prato cheio, o Eduardo ficou quieto e eu tentando responder e comentar o que o senhor falava sem parar. De repente, sinto as pernas do Eduardo prenderem e apertarem minha perna direita. Assustado olhei para ele, e ele continuava a comer silenciosamente, como se não estivesse fazendo nada. Ele apertava, esfregava suas pernas na minha. Era como se minha perna fosse um pau e as dele um cu. Fiquei excitado, doido, com tesão incrível. Não consegui comer mais nada. E o tio dele falando sem parar, ele esfregando e apertando minha perna, e eu totalmente desorientado, excitado, com vontade louca de pular sobre o Eduardo.
Nesse meio tempo, pedi licença para os dois e fui ao banheiro, pois não estava aguentando mais aquele situação. Levantei, coloquei as mãos na frente para disfarçar minha ereção e me dirigi rapidamente ao toalete. Lá, me apoiei na pia, fiquei me olhando, enchi minhas mãos com água fria e joguei no rosto para acalmar o fogo que me consumia. Estava abaixado com a face pingando e senti duas mãos fortes me segurando pela cintura, e alguém me acochando por trás... levei um tremendo susto, olhei para o espelho e era o Eduardo me agarrando, esfregando o pau dele na minha bunda... tudo isso dentro de um banheiro público! Então, ele chegou perto da minha orelha enquanto continuava me olhando pelo espelho e disse baixinho:
___Eu não sou gay. Só gosto de traçar bichinhas enrustidas como você.
Falou isso, deu um riso cínico, me soltou e saiu rapidamente do banheiro. Fiquei lá... meio tonto, sem saber o que pensar, apenas lembrando do contado tão direto que tinha acabado de acontecer comigo, algo que há muito tempo eu nem sabia o que e como era... lavei meu rosto novamente, sequei com papel toalha e fui para a mesa. Lá estava apenas o tio de Eduardo. Sentei e ele me disse que o sobrinho já o estava esperando no caminhão. Fiquei meio triste, mas não deixei transparecer. Me despedi dele, paguei meu almoço no caixa, saí e fui para meu carro. Estava distraído com o que havia acabado de acontecer quando ouvi:
___Psiu! Ei... Marcos.
Olhei e de dentro de um caminhão vi o Eduardo... ele gritou:
___Não esqueça, adicione meu número e me mande uma mensagem hoje à noite.
Fiz que sim com a cabeça, fui ao meu carro, destranquei, entrei, fiquei sentado, pensando, sentindo ondas de calor envolver meu corpo e, principalmente, minha cabeça...

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O cowboy
Любовные романыO impossível pode acontecer... quando menos se espera, o amor e o desejo nascem , mas será que sobrevivem?