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No outro dia acordei com o corpo todo dolorido e a cabeça explodindo. Mesmo assim, forcei-me a levantar, fui ao banheiro, fiz minhas necessidades, coei um café forte, tomei, não comi nada, sem fome alguma. Tomei um banho, troquei e fui para o depósito.

Cheguei bem cedo, abri, entrei e me dirigi ao escritório, sentando-me na cadeira e lá ficando, esperando ansiosamente os funcionários chegar e, principalmente, o Robson.

Lá pelas 7h45 eles foram chegando. Às 8h, abriram as portas e o atendimento ao público iniciou. Saí do escritório como não quer nada e fiquei andando pelo depósito, fingindo chegar mercadorias, preços, essas coisas. Não vi o Robson. Fiquei com vergonha de perguntar para os demais e voltei para o escritório. Atendi alguns telefonemas, fiz alguns pedidos, mas minha cabeça não parava de doer e martelar: "Cadê ele?"

Não aguentando mais, saí novamente e perguntei para a moça que trabalhava no caixa e ela me respondeu que ele não havia vindo trabalhar, nem havia entrado em contato. Agradeci, voltei ao escritório, liguei no celular dele, mas deu caixa postal. Deixei uma mensagem perguntando se ele não viria trabalhar. Não consegui falar mais nada.

No horário do meu almoço, não saí, pois estava sem fome, mesmo meu estômago doendo, mas era de ansiedade, preocupação, remorso, tudo junto e misturado.

Fiquei ali, sem fazer nada, sem saber o que fazer.

A tarde se arrastou. Liguei diversas vezes para o Robson, mas nada.

Ao fim do expediente, fui caminhando para casa, como sempre cabisbaixo, pensativo, sozinho.

E pensando. Pensando em tudo o que havia acontecido, na minha fraqueza com o Eduardo, por ter deixado me levar pelo desejo, pelo tesão que ele despertava em mim. Senti raiva de mim mesmo, por ser fraco, por mesmo saber de todo o sofrimento que ele havia me feito passar, eu tinha me entregado tão facilmente... e justo agora, que tinha encontrado o cara que sempre sonhei toda a minha vida...

Droga!!! Como pude ser tão burro???

Cheguei em casa, entrei, tirei a roupa e deitei no sofá apenas de cueca. Fiquei ali, largado, olhando para o teto, com a mente vazia. Adormeci.

Acordei com batidas fortes na porta. Dei um pulo, o coração acelerado, um sorriso nos lábios pensando que o Robson havia pensado e retornado para conversarmos.

Abri a porta com tudo e lá estava o Eduardo, com o sorriso safado de sempre.

Nem esperou eu falar nada, foi me agarrando, entrando, fechando a porta com estrondo.

Me beijou com força, enfiando a língua dentro da minha boca. Suas mãos apertavam minha bunda. E eu já sentia seu pau duro roçando em mim.

Tentei empurrá-lo, mas não consegui, pois ele era bem mais forte que eu.

Mordi o lábio dele, ele fechou a cara, estreitou os olhos, mas não me soltou.

Vi sangue brotando da boca dele, mas mesmo assim ele me beijou e o gosto de sangue misturado com saliva penetrou minha boca.

Tentei erguer meu joelho para acertar o saco dele, mas ele percebeu e fechou as pernas. Tudo isso sem me soltar.

Ele me beijava, eu virava o rosto, ele encontrava minha boca novamente.

Com muito custo, consegui dizer:

___ Pare... por favor, pare... vamos conversar...

Ele parou de me beijar, mas não me soltou. Ficou ali, agarrado em mim, me olhando, com a boca sangrando.

O cowboyOnde histórias criam vida. Descubra agora