Quatro

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NATSU PERMANECIA QUIETO ao meu lado, enquanto eu olhava surpresa e maravilhada a horda de árvores que se alternavam ao lado da limusine. Ele não disse mais nada desde que mandou-me olhar para a propriedade que habitava, o que me deixava um pouco confusa. O que planejava levando-me ali?
        O pequeno nó em meu estômago se remexia de vez em quando, como se avisasse-me para sair dali. Porém quem seria doida de pular de uma limusine em uma estrada rochosa, praticamente em meio a um pequeno bosque, na propriedade de uma das magnatas famílias de uma das principais cidades em desenvolvimento? Sinto muito pequeno nó, mas não. Eu não.
        Fora o fato de que eu estava encharcada de Krug Clos, o que me daria um baita resfriado se não tomasse um banho quente logo. Além disso, minhas roupas estavam começando a ficar transparentes, o que me fazia corar fortemente. Ainda bem que Natsu olhava para o outro lado. Pela primeira vez uma atitude certa!
        Embora... Fosse culpa dele encontrar-me no atual estado.
        Entendo! Por isso ele me ofereceu uma visita a sua banheira cheia de bolhas. É um pedido de desculpas por ter derramado um dos tesouros da bebida requintada em mim! Quero dizer... Só pode ser isso. Não havia como ser outra coisa... Havia?
Suspirei, recostando-me no banco. Meu cabelo pingava bastante e, mesmo com o aquecedor ligado, estava com frio. Tanto que comecei a tremer.
        — Se-sempre demo-mora assim para chegar a sua casa? — indaguei ao rosado, a voz tremendo.
        Observou-me por algum tempo, depois — não sei de onde — , tirou o blazer do colégio e o ajustou sobre meus ombros. Era estranhamente quente e confortável.
        — O-obrigada — disse, meu nariz começava a entupir. Droga, odeio ficar com a voz abafada. É irritante.
        — Por nada —  respondeu, ajustando-se ao meu lado. — E sim, sempre demora.
        — Você tem mais paciência do que imaginei — comentei.
        —  Nem imagina o tanto...
        Era uma sensação estranha... aquilo. Conversar com ele normalmente.
        Acho que a culpa que ele deve estar sentindo deve ser bem grande para estar agindo desse jeito.
        — Sempre morou aqui? — puxei assunto.
        — Quase sempre... Morei por um tempo em outros lugares com minha mãe, até que ela veio a falecer.
        Encarei-o.
        — Entendo como se sente... — tenho certeza que estava com uma expressão triste. — Minha mãe também morreu... Quando eu era bem jovem...
        Senti-o analisando-me, entretanto ignorei. Parecia que todos costumavam fazer aquilo em Magnolia.
        — Você... — foi a vez dele puxar assunto. — Entende bastante de champanhe. É algum hobby ou fetiche seu?
        — Na verdade... é do meu pai — não pude evitar um sorriso ao pensar na minha figura paterna. — Ele adora vinhos e champanhes. Aposto que enlouqueceria se soubesse que uma Krug Clos foi gastada inteirinha em meu cabelo — respondi, observando com desgosto uma mecha de cabelo que pingava abundantemente.
        — Acho que ele não faria isso... — comentou.
        — Você não o conhece. Ele daria a alma para possuir uma garrafa para ele.
        — Hm... — murmurou meio inquieto.
        — O que foi?
        — Nada.
        — O que foi, senhor Dragneel?
        — Nada! Por que haveria algo? Não posso mais murmurar?
        O argumento dele estava correto. Suspirei derrotada.
        — Você está certo, desculpe.
        Encarou-me por uns segundos. Não podia argumentar com ele! Estava começando a ficar resfriada e, quando isso acontece, não raciocino direito!
        — Mas vocês, caipiras, estão bem atualizados em alguns assuntos... — comentou.
        Podia não raciocinar direito, porém podia ficar brava com mais facilidade. Apliquei-lhe um tapa no braço.
        — Ai!
        — Não use essa palavra para se referir a mim!
        — Qual palavra? Caipira?
        Bati-lhe de novo.
        — Ai! Só estou confirmando!
        Olhei-o irritada. Ele suspirou e em seguida revelou:
        — Estamos chegando.
        Olhei pela janela e confirmei o que acabara de ouvir. Uma grande mansão branca com janelas em todos os cantos, que possuía diversos detalhes e sacadas, ergueu-se em frente aos meus olhos.
        A limusine parou em frente a uma grande porta dupla de mogno. Natsu abriu a porta ao seu lado, estendendo-me a mão logo em seguida. Aceitei a ajuda e arrumei-me para sair do veiculo. Agora que estava mais perto, pude ver que na verdade a cor da mansão era creme. E que as colunas que decoravam a entrada pareciam ser gregas.
        — Obrigada — agradeci ao rosado do meu lado.
        — Pelo quê? — indagou com a sobrancelha arqueada.
        — Por me ajudar a sair da limusine e por me emprestar seu blazer. Foi... gentil de sua parte.
        — Sem problemas.
        Pude notar que ele ainda parecia inquieto.
        — Não tem nada errado mesmo?
        — Já disse que não — brandiu nervoso. — Mesmo se tivesse, por que deveria dizer para você? Tsk! Garota irritante.
        Enervei-me na hora. Só estava preocupada com ele. Um pouco, mas estava. Na verdade, bem pouco mesmo.
        ... Afinal, por que estava preocupada logo com ele?
        — Ora, vejo que nós temos sentimentos recíprocos - murmurei com a voz áspera. — Garoto rude.
        Encaramos-nos com raiva. A porta ao nosso lado abriu ruidosamente, tomando nossa atenção. Uma garota que aparentava ter nossa idade, de cabelo rosa curto, olhos azuis, vestida com uma roupa de empregada nos encarou.
        Reconheceu Natsu pouco depois.
        — Ora. Já está de volta, mestre?
        Natsu ajeitou-se.
        — Hã... Sim. Desisti de ir para a escola hoje — afirmou. Notou o olhar da empregada em mim e disse: — Ah! Virgo, essa é Lucy, minha... colega de classe.
        Virgo curvou-se perante mim, dizendo:
        — É um prazer conhecê-la, Princesa.
        — Princesa? — questionei confusa. Por que motivo ela me chamaria assim?
        — Lucy, essa é Virgo, nossa governanta — terminou de apresentar Natsu.
        — É um prazer conhecê-la — curvei-me.
        — Por favor, Princesa, não se dê ao trabalho de curvar-se diante de alguém como eu — murmurou envergonhada. Mesmo que desse para levemente distinguir como ela estava se sentindo, tanto sua expressão quanto voz não demonstravam nada.
        — Por que está me chamando de princesa? — indaguei inquieta.
        — Ora... você é uma companhia do Natsu-sama e se parece com uma, logo a chamarei de Princesa — explicou ela.
        — Er... — comecei, pensando em um modo de sair daquela confusão, mas fui salva por Natsu.
        — De qualquer forma, Virgo... Veja o estado em que ela se encontra.
        — Oh! É mesmo — fez um gesto nos indicando que queria que entrássemos. — O que aconteceu?
        — Isso foi... — tentei explicar.
        — Joguei aquele champanhe nela — interrompeu-me Natsu.
        Virgo nos olhou surpresa.
        — O Krug?
        — Sim — afirmou o garoto ao meu lado.
        — Isso é um problema... — pensei que ela diria que era por causa do preço da bebida, porém fiquei surpresa ao ouvir a frase seguinte. — Temos que dar um banho rapidamente nela, caso contrário, as roupas ficarão manchadas.
        — Err... — intervi. — Não tem problema ele ter jogado o champanhe em mim?
        Ela virou-se em minha direção.
        — Não, nenhum.
        Olhei-a chocada. Era a bebida mais cara do mundo! Dava para comprar quase todo o Reino de Fiore com o que pagaram por três garrafas!
        Okay... Talvez eu estivesse exagerando.
        — De qualquer forma, precisamos levá-la para tomar um banho — disse Virgo, puxando-me de meus devaneios. — Por favor, me siga.
        Fiz o que ela ordenou, seguindo-a pelas grandes escadas que ocupavam o centro do grande salão que percebi ser o de baile.      Ela conduziu-me por alguns corredores de grande largura, até finalmente bater em uma porta de um tom rosa bem claro. Ao olhar em volta, percebi que aquele corredor inteiro estava pintado de uma cor pastel. A porta abriu-se lentamente, dando passagem a olhos ônix, idênticos ao de Natsu, mas em um tom mais claro, o cabelo também era rosado.
        — Mil perdões por interromper seu descanso, Aries-sama, mas tenho um favor a lhe pedir — começou Virgo.
        — Err... - disse ela escondendo-se atrás do batente da porta. — O que foi Virgo-chan?
        Percebi que ela tinha uma personalidade tímida. Que fofa!
        — Poderia ajudar a Princesa a tomar banho?
        — Oe, Virgo-chan, já disse para não me chamar de princesa... — interrompi.
        — Oh, me desculpe. Deveria ser punida, então?
        — Não! - exclamei horrorizada. Quem gostaria de ser punida?
        — Quer deixar para me punir depois do banho?
        — Não! — repeti. — Por que acha que deve ser punida?
        — Er... — chamou a garota de cabelos rosa ao nosso lado. — A Virgo-chan é assim mesmo. Ela é masoquista.
        — Oh! — exclamei. Isso explicava tudo. Dirigi-me até onde ela estava e segurei suas mãos. — É um prazer — disse animada. — Meu nome é Lucy!
        — L-Lucy... O prazer é todo meu! — apressou-se em se curvar. — Qual o seu sobrenome?
        — Eh? O meu? É Heartfilia.
        — Meu nome é Aries Dragneel.
        — Dragneel... Isso quer dizer irmã do Natsu?
        — Conhece o Nii-sama?
        Isso confirmou meus pensamentos.
        — B-bem... Somos colegas de classe.
        Ela olhou-me por algum tempo, analisando o péssimo estado em que me encontrava.
        — O que houve com você?
        — Seu irmão despejou uma garrafa de champanhe em mim...
        Ela cobriu a boca com as mãos, horrorizada.
        — O Nii-sama fez... — acreditou no que contei quando Virgo acenou positivamente. — Oh céus! Você precisa tomar um banho! Virgo-chan, por favor, traga algumas roupas para ela.
        — Sim, Aries-sama.
        Aries empurrou-me para dentro do quarto. O local era pintado de um rosa bem claro em todas as paredes, com diversos ursos de pelúcia de vários tamanhos e formas pelo quarto. Ela me dirigiu até uma porta branca com detalhes dourados.
        Entramos em um enorme banheiro que possuía todos os objetos como pia, banheira e armários brancos. O piso era branco e fosco.
        Ela abriu a torneira da banheira, enchendo-a. Pegou um potinho rosa de dentro do armário e despejou o líquido que ali havia em meio à água fazendo surgir bolhas.
        — Entre, Lucy-chan.
        Hesitei, mas acabei entrando. Afinal estava prestes a começar a ter febre. Despi-me e afundei meu corpo na água lotada de espuma. Aquilo era relaxante. A água morna relaxava meus músculos tensos por causa do frio que sentira pela roupa molhada. Aries-chan despejou um pouco da água em minha cabeça e vi todo o Krug Clos indo embora. Ela me ajudou a tomar banho e então começamos a conversar.
        — Há quanto tempo está em Magnolia, Lucy-chan?
        — Acredite se quiser... cheguei há dois dias.
        — Eh?! Sério? — surpreendeu-se.
        — Sim!
        — E nesse meio tempo... Que relação você desenvolveu com o Nii-sama para ele fazer isso com você?
        Senti-me incomodada com a palavra relação, mas deixei passar.
        — De ódio, acho — respondi.
        — Não acho que seja isso...
        — Como assim?
        — Não acho que o Nii-sama traria para a mansão alguém que odiasse... — comentou.
        Pensando bem... ela estava certa. Mesmo assim, por que Natsu me levara ali, então?
        — Não é porque se sentiu culpado?
        — Culpado?
        — Sim. Você sabe... Por ter derrubado o champanhe em mim.
        Ela riu.
        — Acho isso meio impossível.
        — Como assim?
        — Já vi o Nii-sama deixar as pessoas em condições piores. Ele não teve nenhum pingo de compaixão com elas e... — pareceu lembrar-se de algo. — Quer saber... Deixe quieto. Talvez tenha sido por causa da culpa mesmo.
        Olhei-a confusa. O que ela pretendia me contar?
        Terminamos o banho e Virgo apareceu, trazendo em suas mãos um vestido. Trajei-o e olhei-me no espelho. Fiquei maravilhada com a visão que tive. O vestido era branco com uma grossa linha azul claro o dividindo no meio. Notei que a linha era de seda e estava solta ao resto da roupa, conectando-se com a linha na parte de trás por um pequeno e fino cinto da mesma cor, na altura da cintura. O conjunto era acompanhado de um bolero azul bebê.
        Virgo secou meu cabelo enquanto nos três conversávamos animadamente. Meu estômago roncou lembrando-me de que não tinha tomado o café da manhã direito. Elas riram da situação e Aries pediu para Virgo me levar até a cozinha, onde poderia me oferecer uma variedade de quitutes e etc.
        Mais uma vez cruzamos pelo labirinto de corredores e escadas até chegarmos novamente ao salão de baile. Entramos por uma das portas ao lado da escadaria principal e fomos até uma enorme cozinha. Tinha uma ilha central feita de mármore com estampado de mogno. Em cima dela repousava uma cesta de frutas que logo me atraiu. Virgo mexeu suas mãos rapidamente, formando um super lanche para mim com alimentos que pegava em diversos armários.
        Comi o enorme sanduíche que ela me preparara feito com tudo o que era possível se imaginar de gostoso e calórico. Como se eu ligasse para meu peso...
        Depois ela me levou até uma porta feita de mogno pintada de branco e despediu-se de mim.
        Bati, receosa pelo que estava por vir. Por que ela me deixara ali?
        A porta se abriu rapidamente, revelando um Natsu sem camisa. Corei ao ver a cena. Digo... Não é como se eu nunca houvesse visto um cara sem camisa... É só que... Sabe... Argh! Não sei como explicar isso!
        Ele me analisou. Soltou um suspiro indecifrável e perguntou:
        — O que foi?
        O senhor gentileza.
        Entendi porque Virgo havia me levado ali.
        — Quero ir para casa — afirmei.
        — E? — Indagou impaciente.
        — Poderia, por gentileza, pedir para seu motorista me deixar em casa?
        Ele suspirou como se aquilo tudo fosse a coisa mais chata do mundo.
        — Está certo, espere um segundo e já mando...
        — Você não pode, Nii-sama! — interrompeu-o Aries, nos assustando.
        — De onde você saiu? — perguntou ele.
        — Estava vindo da nossa biblioteca e pensei em me despedir da Lucy-chan.
        — O que você quis dizer com ele não pode? — indaguei.
        — Digo... Ele que fez você ficar neste estado — explicou ela. — Então ele deveria lhe acompanhar até sua casa como pedido de desculpas.
        — Aries! — exclamou Natsu, reprovando a ideia.
        — E-ele realmente não precisa! — falei.
        — Não. Ele vai — ordenou, decidida. Foi até o irmão e o empurrou para dentro, dizendo: — Vamos! Se arrume logo! Chamarei o Sargittarius-kun, então vá se arrumar!
        Fechou a porta ruidosamente e virou-se em minha direção.
        — Bem, Lucy-chan, pode esperar lá embaixo no hall de entrada que ele já vai.
        Despediu-se e continuou seu trajeto como se nunca houvesse o parado. Desci as escadas novamente. Estava ficando cansada daquilo. Não é a toa que Natsu tenha um abdômen tão definido.
        ... POR QUE ESTOU PENSANDO NO ABDÔMEN DELE?
        Acalme-se Lucy. Calma... É só o choque. Sim, é apenas isso.   Lembre-se de que você está começando a ficar resfriada e não pensa bem em situações assim.
        Senti uma mão tocar meu ombro e segurei o grito ao ver que era apenas o garoto de cabelos rosáceos.
        — Você me assustou! — reclamei.
        — Não o bastante para gritar — respondeu secamente. Apontou para a limusine que nos aguardava. Quando ela chegara ali? — Vamos?
        — C-certo.
        Entramos no automóvel e o silêncio instalou-se entre nós dois. Ficamos assim por algum tempo. Percebi que havíamos saído da região da mansão, pois logo vi os portões negros ficarem para trás.
        — Então... — puxei assunto. — Fiquei surpresa com o modo como Aries-chan lhe tratou.
        — Ela pode parecer tímida e fofa a maioria do tempo, mas é terrível quando está séria - respondeu. Soltou um suspiro. — Às vezes penso que ela é minha irmã mais velha, e não o contrário.
        — É mesmo? Isso é inesperado... Em parte.
        — O que quer dizer?
        — Quero dizer que, mesmo ela agindo dessa forma, pensei que era sua irmã mais velha.
        — E por que pensou isso?
        — Por causa da sua atitude infantil.
        Lançou-me um olhar zangado. Sorri vitoriosa.
        Logo estávamos na praça central, aonde a limusine parou.    Teríamos que ir o resto andando. Era estranho o quanto demorara ir a casa dele, mas como foi rápido voltar para o centro da cidade. Acho que é porque estou desenvolvendo uma relação estranha com Natsu. O que só me deixa mais confusa.
        Caminhamos calmamente ao lado do rio em silêncio. Vi alguém que pareceu Erza em frente a meu apartamento. Chegando mais perto, confirmei. Era ela mesma.
        — Erza! — chamei, fazendo-a me notar.
        — Lucy! — sua voz demonstrava preocupação. — Onde você estava? Conversei com a proprietária, mas ela disse que você não havia chegado ainda e... — se calou ao ver Natsu ao meu lado. — Entendo...
        Percebi que ela usava um vestido roxo muito bonito, as bordas eram de renda negra e parecia um quimono.
        — Onde vai vestida assim? — perguntei.
        Ela corou um pouco.
        — E-eu tenho um encontro... Hoje...
        — Sério? Com quem? — animei-me.
        — C-com...
        Fomos interrompidas por um homem encapuzado que apareceu do nada, gritando "Salamander". Ele sacou uma arma de um dos bolsos e apontou em nossa direção.
        Aconteceu tão rápido que mal tive tempo para reagir.
        — Lucy! — gritou Erza no mesmo tempo em que a arma era disparada. Natsu se pôs em nossa frente e também apontou uma arma, saída sei-lá-de-onde, para o encapuzado, que começou a recuar.
        — Quem é você? — indagou Natsu nervoso. Erza parecia preocupada com algo. O encapuzado não respondeu. — Quem é você?
        O estranho começou a correr, seguido de perto pelo rosado, e entrou em um beco.
        — O que foi isso? — perguntei quando Erza começou a sair de cima de mim.
        — Provavelmente alguém que quer matar Natsu — respondeu ela, calma.
        Olhei para um filete vermelho que chamou-me atenção.
        — Erza! Seu braço!
        Ela olhou para o local. Dava para ver um corte fino e onde saía grande quantidade de sangue. Pelo lugar dava para ver que, se ela não tivesse se jogado em cima de mim, teria atingido minha... cabeça. Pensei assustada no que poderia ter acontecido.
        — Isso não é nada demais — balbuciou.
        — Nada demais? Como assim? E por que alguém tentaria matar Natsu? Só porque ele é de uma família rica?
        — Acalme-se, Lucy — pediu-me a ruiva. — Escute bem — encarou-me para ver se estava prestando atenção. Assim que confirmou que eu a ouvia, começou as explicações: — Não é nada demais, é só um corte fino, já sofri danos muito piores. E o motivo de tentarem matar Natsu não é apenas pelo fato de ser de uma família rica...
        — O que quer dizer?
        — Quero dizer que o motivo do Natsu ser alvo de assassinato é porque... Ele é líder da máfia de Fiore.
        O que ela estava tentando me dizer?
        Natsu... é um mafioso?

Meu Estranho MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora