Cinquenta e três

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[...]

— A Ojou não pode ir atrás dele, porém imagino que ela não será capaz de se controlar uma vez que o ver.

— O que quer dizer com isso? — Perguntei.

Ele arqueou uma sobrancelha e lembrei-me da desculpa de Sting. Tarde demais.

— Quer que conte para você? — Ele se aproximou e senti um calafrio percorrer-me. Aqueles olhos... Já havia me encontrado com eles antes. Tentei afastar-me dele indo mais para o centro da cama. — O que foi, Heartfilia? Não quer saber a verdade? — Ele subiu na cama e segurou meu tornozelo. — Então terá que pagar um preço para isso...

Tentei desvencilhar-me dele, entretanto ele era mais forte do que eu.

Natsu, por favor.... Apresse-se.


O QUE ACABEI de pensar? "Natsu, por favor, apresse-se?"

— Ficou silenciosa do nada... — Rufus estranhou. — Você talvez tenha se tocado que lutar é inútil? — Sorriu. — Ou então foram as lembranças de quando Sting fez o mesmo com você? — Ignorei a pontada que aquelas palavras causaram em meu coração. Foquei o olhar no meu colo, observando Rufus aproximar-se cada vez mais. Ri. — Hum?! Você quer isso, Heartfilia? É deveras interessante!

— Sabe o que é, Rufus? — Perguntei, olhando-o diretamente nos olhos, o que o fez afastar-se um pouco surpreso. — É que sou tão patética, dependendo de Natsu ou qualquer outro para me salvar. No entanto... não mais.

— O quê? — Indagou, arqueando uma sobrancelha. Aproveitei-me dessa distração e estendi minha perna, acertando diretamente seu estômago. — Sua...! — Rosnou, estendendo a mão e tentando me alcançar.

Rolei na cama e caí no chão, correndo até a pequena cômoda encostada na parede. Antes que tivesse a chance de concluir meu plano, Rufus enlaçou meu corpo de modo que não pudesse mexer no braços. Pude sentir suas respiração quente e ofegante em minha orelha. Sorri. Acho que agora entendia aquelas explicações. Finquei meu calcanhar em seu pé com toda a força que me era permitida, fazendo-o me soltar e dar alguns passos para trás. Aproveitei-me dessa chance e acertei um chute em sua região íntima.

O Lohr caiu de joelhos, gemendo de dor.

— Isso não vai ficar assim, Heartfilia. — Rosnou entredentes. — Acha que vai conseguir me derrubar com apenas um simples chute?

Ignorei-o momentaneamente, pegando o vaso de flores em cima da cômoda e quebrando-o em sua cabeça, o que levou-o à inconsciência.

— Não é questão de achar, Rufus. — Disse, mesmo sabendo que não ouvia. — É questão de saber. Afinal, se tem uma coisa que tenho confiança, é no meu Lucy Kick.

Ele não se mexia e podia perceber alguns fios loiros sendo tingidos de vermelho. Não me preocupei com a possibilidade de matá-lo. Era o assassino de Gray! Mesmo se minha consciência pesasse pelo resto de minha vida, Rufus havia recebido um pouco do que merecia.

Olhei ao redor do quarto. Precisava de alguma coisa para me defender assim que saísse por aquelas portas. Não poderia contar apenas com o pouco de defesa física que Gray e Sting ensinaram-me.

Meu olhar recaiu sobre a arma presa ao cinto de Rufus. Não deveria... Mas precisava.

Temerosa, abaixe-me e tentei soltar o revólver do cinto. Tive um pouco de dificuldade, porém consegui soltá-la. Foi nesse momento que a porta do quarto abriu com um estrondo, fazendo-me largar a arma.

Meu Estranho MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora