Contos de Ultear: Especial Igneel

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[Isto aconteceu em um futuro não tão distante

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[Isto aconteceu em um futuro não tão distante.]

É Halloween! Viva! Essa é uma de minhas festividades favoritas! "Por quê?", é o que vocês vão me perguntar. E eu responderei: "é a época em que eu posso sair por aí pedindo e ganhando doces... de graça."
        Tem coisa melhor? Ah! Como eu amo os costumes americanos!
        A noite planejava ser perfeita! Meredy e eu entramos em um meio termo e concordamos que ela deveria ir de diabinha enquanto eu ainda tinha que decidir qual das vinte e cinco fantasias que havia preparado para aquele ano iria vestir. Eu e minha rosadinha estávamos tão eufóricos procurando uma fantasia para mim que nem percebemos Ultear descer as escadas, totalmente apática.
        — Ainda não decidiu? Sinceramente! — Comentou, seca.
        — Dá um tempo, Ur! — Ela bufou e então me virei. — Algo errado?
        Observei sua roupa completamente sexy. Ela havia se vestido de bruxa e seu vestido tinha um decote enorme. As mangas pegavam de seu antebraço até os dedos, não chegando até a ponta destes. O cabelo negro estava solto como de costume, só que dessa vez ela havia cacheado as pontas e usava um chapéu enorme, suas botas negras iam até pouco acima do joelho.
        — Jean não atende a nenhuma das minhas ligações. — Respondeu.
        — E eu pensando que era algo importante. — Bufei, voltando a me concentrar nas roupas.
        — Pode não ser para você, mas é importante para mim.
        — Acalme-se mulher. Ele está no meio de uma investigação importante.
        — Mesmo assim. Será impossível não atender a ligação da namorada?
        — Deve estar correndo o risco de ser pego se receber uma ligação. Já pensou se quebraram o telefone dele? — Observei uma fantasia deveras interessante. — O que acha? Piu-piu ou Frajola?
        — Nenhuma das duas. — Caminhou até meu lado e começou a remexer nas roupas. — Pode ser esse o caso, mas não acha que ele teria me avisado? — Colocou duas vestes na minha frente. — Jack Sparrow ou Harry Potter?
        — Já me vesti de pirata ano passado. — Informei. — E sou da Corvinal. — Joguei algumas roupas por cima da cabeça. — Já tentou ligar para o Ponsho? — Achei duas de meu interesse. — Shion Kaito ou Kagamine Rin?
        — Rin? — Confirmei com a cabeça e ela riu pela primeira vez.
        — O que tem de errado? — Indaguei.
        — Rin é a garota, Igneel!
        — Ah...! — Corado, joguei as roupas no chão. — Que coisa mais difícil!
        — Agora que você disse... ainda não liguei para o Ponsho... Daniel ou Cam?
        — Nenhum dos dois! — Irritei-me.
        — Oh, desculpe! Você está longe de ser um anjo, mesmo que caído. Talvez devesse ir de capetinha, igual à Meredy.
        — Não. — Neguei veemente. — E que coisa feia! Popeye ou Brutus?
        — Não e... não. — Pegou mais roupas. — E o que é feio? Zeus ou Poseidon?
        — Zeus me daria um pouco de vergonha, mas Poseidon... coloque ali. — Apontei para o sofá vazio de meu closet. — A coisa feia é você dar mais atenção para seu namorado do que para seu melhor amigo. Alucard ou Pib?
        — Tem uma peruca castanha?
        — Não.
        — Então Alucard.
        — Não tenho lentes vermelhas. — Joguei a roupa de Alucard sobre o ombro.
        — Decida-se logo! — Enervou-se a morena. — Tem lente de que cor?
        — Amarelas.
        — Vá de Tyler Smallwood. — Ordenou.
        — Recuso-me.
        Soltou um longo suspiro.
        —... Que tal Mística, dos X-Men?
        — Você sabe que é uma mulher, não sabe? E o Ponsho vai entender caso não ligue para ele.
        — Nunca liga. — Disse, ressentido. — E Mística é uma garota?! — Joguei a roupa dela longe com lágrimas nos olhos. — Já sei! Vou de Edward Cullen, de Fullmetal!!
        — Nunca repita isso! — Berrou Meredy, fazendo-se presente.
        — O quê?
        — Edward Cullen é de Crepúsculo, papai! O de Fullmetal se chama Edward Elric!
        — Foi mal, foi mal! — Murmurei ao receber seus fracos socos. — Ah! Não tenho sobretudo vermelho nem peruca loira.
        — Vá de Claude de Kuroshitsuji e fim de papo. — Decidiu Ultear. — Você têm seus óculos de leitura, a lente amarela e smokings de sobra. — Encarei-a. — O que foi?
        — Nada. É que não disse como você ficou perfeita nessa roupa. — Ela corou levemente com o elogio. —... Reflete bem sua personalidade. — Completei.
        — Como? — Enervou-se.
        — Brincadeira! Brincadeira! — Apressei-me em responder. Essa mini-Ur não sabe brincar.
        Arrumei-me rapidamente e saímos. Voltei a ser criança assim que pisei na rua e percebi as crianças vestidas de abóboras, múmias e vampiros. Ah! Eu realmente amo os costumes americanos!
        Estava tão feliz que não percebi que havia esquecido de algo crucial na minha fantasia — a bendita da peruca que Ultear arranjara.
        Droga! Mil vezes droga! Ultear me mataria se fosse até a mansão buscá-la e a deixasse só com Meredy. E eu também não queria fazer isso porque, apesar de ser Halloween, muitos tarados pervertidos saem por aí. E Ultear, com um decote daquele tamanho, era um alvo fácil.
        — Ora! — Exclamou uma velha de expressão gentil, aparecendo na porta da primeira casa que fomos. — Será que fiz muitas coisas erradas em minha vida? Uma capetinha veio me visitar! — Exclamou docemente para Meredy.
        — Doces ou travessuras! — Minha diabinha estendeu a cestinha de doces, ainda vazia e a velha bondosa a encheu de doces.
        — E esses são seus pais? Uma bruxa bem jovem, você. — Dirigiu-se à Ultear. — Para ter uma filha dessa idade, devo supor que é efeito da imortalidade? Preciso de um pouco disso.
        — Não sou a mãe. — A morena sorriu envergonhada.
        — Oh! Desculpe-me! Vocês dois fazem um casal tão bonito que supus... Desculpe-me!
        — Tudo bem. — Murmurei. Isso vivia acontecendo.
        — Claude! — Exclamou a velhinha. — Você está surpreendentemente perfeito para o papel! No entanto... o que houve com seu cabelo?
        Pensei em uma desculpa enquanto recebia o olhar irritado de Meredy — a fanática por mangás — e Ultear — a bruxa que se revelava todo dia trinta e um de outubro.
        — Foi obra do milorde Alouis. Após ter derrubado um pouco de tinta acidentalmente em minha cabeça, pediu para que o tingisse, pois assim ficaria melhor. — Curvei-me em um gesto de perdão. — Não é de seu agrado?
        — Oh, não! Muito pelo contrário! Somente esse visão já fez toda minha velhice valer a pena! Não gostaria de entrar e tomar uma xícara de chá?
        — Sinto desapontá-la, Madame, mas tenho que levar essa pequena encapetada para recolher doces.
        Nos despedimos rapidamente dela e fugimos dali. Tive que aguentar o resto da noite com Ultear me zoando por ter sido cantado pela idosa.
        Ah! Minha beleza sempre me mete nesses momentos constrangedores!
        Porém não há nada a se fazer para resolver esse assunto. Quem nasceu para brilhar não perde-se em seu destino.
        ... Okay, acho que já enchi meu ego o bastante. Na verdade, já tive experiência meio traumáticas por causa de minha beleza.

﹏ ﹏ ﹏

        Estávamos exaustos. Carregar Meredy era moleza, só não esperava que carregar a Ultear junto.
        Assim que chegamos a mansão, Ultear arrastou-se até a cozinha enquanto levei Meredy até seu quarto. A enrolei de qualquer jeito na coberta — eu sei, péssimo exemplo — e voltei para tomar um café, porém meu café teria que esperar por outra hora, pois encontrei a mini-Ur estirada sobre a bancada da cozinha com uma garrafa de vodca ao seu lado.
        Vodca! A única bebida a qual ela era fraca!
        — Fala sério! O que você acha que está fazendo? — Indaguei nervoso, a carregando até seu quarto. Quantas vezes já havia feito aquilo? Estava começando a se tornar um hábito.
        Sentei-a na cama e abaixei para tirar suas botas, sendo acertado na testa pelo salto. Isso ia deixar uma mancha horrível. Obrigado, meu Deus, por essa franja bagunçada que tende a cair frente aos olhos!
        Enquanto me recuperava do golpe, notei que a morena agora jogava o chapéu de qualquer jeito e começava a tirar seu vestido.
        — O que acha que está fazendo?! — Assustei-me e corri até ela, prendendo-a junto a cama.
        — Igneel, seu idi... — Soltou um soluço. — I... diota.
        Observei-a enervado. Ela estava maluca? Fazendo um striptease desses na minha frente!
        Olhei atentamente seus fios negros caindo sobre o rosto, os lábios rosados e os cílios grossos — provavelmente cheios de rímel.
        — Igneel? — Chamou-me com a voz embriagada.
        Respirei com dificuldade.
        — Está tentando me seduzir? — Balbuciei para ela.
        Piscou aqueles olhos amendoados em minha direção, ainda mais confusa e, lentamente, comecei a me aproximar, sentindo nossas respirações misturarem-se vagarosamente. Ela gemeu algo que acabou com todo o clima:
        — Jean...
        Separei-me rapidamente dela, surpreso por minha ação.
        — Boa noite. — Desejei, deixando-a ali do mesmo jeito que fizera com Meredy.
        Fechei a porta em silêncio e parei no meio do corredor, tampando minha boca em um gesto surpreso e chocado.
        Eu tentei beijar a Ultear? A mini-Ur? Ultear Milkovich?
        E em um momento fragilizado dela? O que você está pensando, Igneel Dragneel?!
        ... Por que meu coração está batendo tão rápido?
        ... Não me diga que...!
        Estou tendo um ataque cardíaco?! Não! Sou jovem e bonito demais para morrer tão cedo!
        Deixando o drama de lado...
        Foi por causa da vergonha, decidi. Sim, por causa da surpresa que aquilo tudo aconteceu.
        Mesmo assim não pude deixar de me castigar em frente a foto de minha amada Honoka.
        Sinto muito, Honoka! Isso jamais acontecerá novamente!
        Na depressão, acabei devorando todos os doces que Meredy ganhou. Além de ficar obeso, tenho que comprar outros doces para minha filha.
        Como a vida é cruel com os belos! E... Ceús!
        Tudo acontece em uma noite de Halloween!

Meu Estranho MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora