Quarenta e oito

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[...]

— Ainda vai querer me proteger? — Perguntei.

— Até parece que deixaria de lhe considerar uma das pessoas mais especiais para mim só porque estou namorando Aries. — Revirou os olhos. — Vem cá!

Puxou-me para um abraço, me pegando de surpresa no começo, porém acabei relaxando naquele calor muito bem conhecido. Fazia-me lembrar de quando chovia e víamos um filme deitados abraçados no espaçoso sofá de casa.

Olhando agora, minha relação com Rogue havia mudado de status. Não éramos mais ex-namorados, tampouco irmãos. Melhores amigos, talvez? Ele realmente sabia me desvendar...

Independente do que fosse, sabia que sempre poderia contar com o moreno. E ali, naquela varanda da mansão Dragneel, silenciosamente havíamos selado um novo começo entre nós.


BEM — começou Rogue, afastando-se finalmente —, acho melhor voltarmos lá para dentro antes que Natsu ache outro motivo para querer me matar.

Ri, acenando com a cabeça em seguida.

— Pensei que ele tinha começado a lhe aceitar, mas agora vejo que vai demorar mais do que imaginei para vocês dois se entenderem.

Foi a vez dele de rir.

Não vamos nos entender, Lucy.

— O que é uma pena, pois planejo passar bastante tempo ao lado dele. — Tipo minha vida inteira, evitei dizer.

— É mesmo? — Arqueou as sobrancelhas. — Então quer dizer que simplesmente vai desistir de tudo para ficar ao lado de Natsu, hein? — Murmurou.

Parei de andar e observei as costas de Rogue. Sabia bem ao que ele estava referindo. Aquilo realmente era algo que andava evitando pensar. Sei que uma hora terei que parar e enfrentar o peso de tomar essa decisão, porém não quero, e nem preciso, encarar isso agora.

— Talvez. — Foi só o que respondi. Respirei fundo, sentindo aquela segurança que apenas Rogue (e Gray) conseguiam passar para mim. Uma segurança em que podia confidenciar tudo o que quisesse, pois eles estariam lá para me ouvir e me aconselhar. — Estou preocupada.

— Com o que você não estaria preocupada? — Perguntou. — É namorada de um mafioso que está sendo perseguida por alguém. — Segurou a maçaneta da porta da varanda.

— Sei que parece irônico — impedi-o de abrir a porta. — Mas é como se tivesse algo... Se uma pessoa consegue colocar presentes e mensagens em coisas pessoais sua, o que isso deve significar?

— Não significa justamente que esse alguém é próximo?

Neguei com a cabeça.

— Ninguém que conheço e que anda comigo faria algo desse gênero.

— Ninguém, hein? — Sussurrou, tão baixo que não tinha certeza se havia mesmo dito algo.

— O quê? Tem algum palpite?

— Não. Lucy, o que exatamente quer que lhe diga?

— Eu... — Suspirei. — Não sei. Seria ótimo se soubesse quem está por trás disso.

— Infelizmente não sei. — Acariciou uma mecha de meu cabelo, esquadrinhando meu rosto com os olhos. — Porém posso ajudar a tentar descobrir. Isso, claro, se tiver dicas.

Bufei.

— Se água, Fairy Tail e festival foram dicas, vá em frente!

— Vai haver um festival na Fairy Tail? — Arqueou as sobrancelhas.

Meu Estranho MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora