Trinta e seis

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[DS → Natsu Dragneel]

DIRIGIA RAPIDAMENTE DE volta para a cidade.
        Estava furioso.
        Lucy... aquela idiota! Será que minhas palavras não significavam nada para ela? Não era tudo da boca para fora!
        O quê? Se mudar? Por que deveria? Não estava confortável na mansão Dragneel?
        Inferno!
        Desviei sem muita paciência de um lerdo que dirigia na minha frente.
        Ah, não. Não era culpa dela, tenho certeza absoluta disto. É culpa dele.
        Rogue Cheney.
        O maldito ex-namorado dela. Tenho certeza que foi aquele cara que anda mexendo com a cabeça da Luce. Desde que chegou, ele só plantou a discórdia entre nós!
        Merda!
        Soquei o volante assim que parei o carro em um sinal vermelho. Deslizei um pouco no banco do motorista, sentindo aquela porcaria de cinto de segurança impedir-me de ir mais adiante. Soltei um longo suspiro, observando o teto cinza claro.
        Não poderia culpar o ex dela sozinho... Fora eu que dera a afastada inicial. Entretanto, o que poderia fazer? Desde que aqueles... malditos fizeram aquilo com meu irmão, não consigo me controlar ao segurar uma arma.
        Tornei a suspirar...
        Lucy... O que devo fazer para não perdê-la?

        — Veja bem, Natsu... É claro que Lisanna está magoada com você. — Explicava minha mãe, quando tinha seis anos e conheci Lisanna, mas automaticamente a afastei — como, nem eu sabia, então fui procurar respostas com a mulher mais inteligente que conhecia: minha mãe.
        — Eu sei disso, mamãe! Só não entendo porquê ela está magoada!
        — Ora essa! Você claramente me disse que não quis contar a ela sobre seu irmão! Garotas não gostam de caras que guardam segredos por muito tempo.
        — Mas papai disse que isso dá um ar misterioso para um homem.
        — E você é lá um homem, Natsu? — Riu, debochando de mim.
        — Mamãe! — Ralhei.
        — Fala sério! Um homem não sentaria no colo da mãe igual você está fazendo agora! Além disso, seu pai não está cem por cento correto.
        — Não?
        — Hun-hun – Meneou a cabeça em um “não”. — Homens misteriosos tem lá seu charme sim, no entanto, alguns exageram. A graça deles está em ir descobrindo-os aos poucos. Que graça teria estar na presença de uma pessoa que não revela seus segredos nunca?
        — Então a Lisanna está magoada por não contar nada para ela?
        — Hum... É, por aí. Até que você entendeu rápido. — Sorriu orgulhosa.
        — Claro que entendi! Sou um homem muito inteligente! — Gabei-me.
        — E nem um pouco convencido. — Remendou.
        — Mas por que ela quer saber do meu irmão? Ela não devia saber de mim? — Encarei seus olhos azuis amáveis.
        — Talvez ela goste do seu irmão.
        Senti meu rosto inchar de raiva.
        — Isso não é justo! — Berrei.
        — Ora... Não me diga que gosta dela?
        Minhas bochechas arderam fortemente.
        — Cla-claro que não! — Respondi veemente.
        — Tão fofo! — Apertou-me em um abraço sufocador. — Estou criando um tsundere!
        — Tsun...! Espere um pouco! Não sou tsundere! — Afirmei convicto.
        — Tsc! — Bufou, logo em seguida arrumando uma mecha de seu cabelo negro e olhando novamente para mim. — Sabe Natsu... Talvez ela veja o seu irmão como uma forma de lhe atingir.
        — Como assim? — Indaguei.
        Ela apenas riu.
        — Vai ter que descobrir sozinho. — Apertou uma de minhas bochechas.
        — Mas eu...
        — Não. — Cortou-me. — Cuide bem dessa semente aqui — apontou para minha cabeça —, que tenho certeza que receberá frutos aqui — apontou para meu coração.
        — Hã? — Não entendi. Ela riu.
        — Onde será que sua curiosidade o levará? Bem, mantenha o que disse em mente: não é legal manter segredos por muito tempo com uma pessoa que ama. Isso só a afasta. Agora, a mamãe tem que ligar para o vovô. Será que meu “homenzinho” pode me dar licença?
        Apenas soltei um muxoxo.

Meu Estranho MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora