Quarenta e cinco

221 20 16
                                    

CONSEGUIU SE ACALMAR? — Indagou Gray, sentando-se ao meu lado no sofá vinho e apertando minha mão consoladoramente.

— Hum. — Balbuciei. Na verdade, devia estar óbvio que não. Meu corpo todo tremia, como se estivesse estado sob a água fria de um rio. Até me deram um cobertor.

— Não se preocupe — consolou o moreno —, logo Natsu estará aqui e vamos resolver isso.

— Eu sei. — Tive força para responder. Apertei sua mão fortemente, aceitando seu consolo. — Obrigada, Gray.

Ele sorriu fracamente para mim e abraçou-me.

— Vai ficar tudo bem, Lucy.

Optei por ficar calada. Fechei meus olhos, tentando apenas me concentrar no calor que o peito e ombro de Gray oferecia, no entanto a visão daquilo continuava a voltar em minha mente.

Alguns dias antes.

— É um café adorável. — Elogiou Yukino assim que depositei uma xícara de chá herbáceo em sua frente. — O ambiente é muito confortável.

Abri um enorme sorriso para ela enquanto abraçava a bandeja.

— Não é? Fairy Latte com certeza é um achado maravilhoso. Tenho sorte de ter conseguido um emprego aqui.

— Ah, sorte é algo que ambas sabemos que sempre teve, Lucy-sama. — Bajulou, tomando um gole da bebida.

— Ora, Yukino, nem vem com essa! Isso já é exagero!

— Obviamente que não, Lucy-sama! Tem sorte em todos os aspectos! É bonita, inteligente e sempre atrai jovens desconcertantes e elogiáveis. Chega a ser invejável.

— Jura? Nunca pensei nessas coisas, para ser honesta...

— Heh... — Murmurou. — É a verdade, no fim das contas.

— Não acho que...

— Lu-chan! Pedido na mesa sete! — Avisou Levy, passando ao meu lado com uma bandeja lotada de quitutes.

— Oh, certo. — Respondi. Virei-me para Yukino. — Desculpe, tenho que voltar ao trabalho agora.

— Tudo bem. — Sorriu.

Corri até o balcão para guardar o objeto e puxei meu bloquinho de anotações do bolso, indo até mesa sete e atendendo os clientes com um sorriso animado. Parecia que uma semana calma estava se iniciando.

✩✩✩

— Sério?! — Exclamei assim que Gray deu-me a notícia que Juvia havia tido uma recaída. — Ela está bem? E o bebê?

Ele soltou um longo suspiro.

— Os médicos estão preocupados. Não acham que o bebê possa ser afetado, no entanto também não havia garantia que Juvia fosse ter uma recaída e acabou acontecendo. — Ele recostou-se no encosto da cadeira mais confortavelmente. — No fim, ela ficará internada sob observação constante.

— Pobre Juvia... — Murmurei, desistindo de tentar resolver aquele problema de matemática. — Deve ser solitário ficar no hospital tanto tempo sozinha, certo?

— Oh, bem... — Brandiu. Dava para perceber que ele se sentia culpado por deixá-la sozinha daquele jeito. — Não é como se pudesse deixar todas as minhas obrigações de lado, infelizmente. É tanta coisa para pensar, já nem sei mais o que fazer...

— Como assim? — Indaguei confusa.

— Sobre o futuro. — Afirmou como se fosse óbvio. — Sabe, embora ame o ambiente familiar que os Dragneels proporcionam, há muito qualquer um de nós percebemos que não é um ambiente adequado para o crescimento de uma criança. Na verdade, é um ambiente bem trágico. Mesmo Igneel tentou evitar que Natsu e os outros crescessem nesse tipo de ambiente.

Meu Estranho MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora