Quarenta

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LUCE, dê um tempo nessas lições — pediu Natsu pela enésima vez.

— De jeito nenhum! — Brandi sem tirar os olhos do caderno aonde escrevia em uma velocidade impressionante.

Ele bufou.

— Está agindo como se fosse o fim do mundo atrasar essas lições.

— É claro que estou! — Respondi. — Se não entregar todas minhas notas vão diminuir, e se minhas notas diminuírem...

— Então sua média será mais baixa — completou. — Vê? Não é como se algo horrível fosse acontecer.

— É o que você imagina — sussurrei.

— Como?

— Nada — observei-o. Ele jogava Happy para cima e o pegava de novo enquanto estava deitado na metade livre da cama — a outra metade estava lotada de livros que utilizava para procurar respostas. Já havia pedido para parar, mas Happy impediu dizendo que era como ter asas e poder voar. Eu sei. Gato estranho. — Não deveria estar fazendo suas lições?

— Já fiz — isso sim atraiu minha atenção.

— Vamos lá, Natsu... Não precisa mentir.

— Não estou mentindo — fechou a cara ao olhar para mim. — Realmente já fiz as lições. Você me viu com elas, aliás.

— Não vi não.

— Viu sim. Lembra quando veio me pedir para leva-la no hospital?

— Fez suas lições naquele dia? — indaguei boquiaberta.

— Sim — voltou a jogar Happy. — Deveria ter feito as suas antes também. Não é, Happy?

Aye! Lucy, você devia se precaver mais...

— Eu tentei! — Não podia crer que levei bronca de um gato! — Na época foi impossível porque Meredy não largava do meu pé!

— E qual a diferença? Ela não largava do seu pé depois de se entenderem também.

— A diferença é que depois disso ela passou a respeitar meu espaço pessoal. Coisa que alguém aqui não faz, aliás.

— Seu espaço, meu espaço. Simples assim. Agora — começou, colocando o gato azulado no chão e abrindo caminho entre os livros —, que tal dar um tempo nessas lições — a cada palavra um beijo era depositado em meu corpo. Da boca e descendo. — E nos divertimos um pouco? — Beijou carinhosamente meu pescoço, fazendo-me gemer.

— Bem que queria — murmurei. — No entanto não dá — o empurrei. — Ainda tenho muita coisa para fazer. Pode esperar se quiser.

— Tsc! — Bufou. — Que escolha tenho?

— Nenhuma.

Mostrei a língua para ele ao vê-lo olhar furiosamente em minha direção.

✩✩✩

Depois de algum tempo que pensei ser até pouco, finalmente havia terminado todas as lições. Ufa!

Observei Natsu. Ele havia decidido fechar a matraca e se comportar há algum tempo, e agora dormia fofamente com Happy largado em sua barriga.

— Tão fofos! — Exclamei baixinho temendo acordá-los.

Saí do quarto na brava missão de encontrar algo para comer, uma vez que Levy havia avisado que chegaria tarde e que não tinha nada pronto para comermos. Claro, poderia cozinhar algo, afinal, cresci em uma fazenda cercada de alimentos orgânicos e... Era um verdadeiro desastre na cozinha. Minha mãe havia me prometido que iria ensinar-me, porém tristemente ela se foi antes de ter essa chance.

Meu Estranho MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora