Epílogo

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ALISEI MINHAS ROUPAS, temendo que estivessem amassadas demais por causa da viagem. Dormi no avião praticamente o tempo todo desde a Inglaterra até Fiore e, quando cheguei e recebi o recado de Levy, só conseguia pensar em deixar as malas no hotel e correr até o Fairy Latte.

Um pouco infantil, admito.

Era como se estivesse sentindo falta do cheiro dele. Do seu calor, seu sorriso... Da sua presença.

Lucy Heartfilia, você é uma grande idiota!

— Lucy?

Meu coração falhou uma batida ao ouvir aquela voz. Senti como se estivesse sonhando e voltei a alisar meu sobretudo bege com abertura em "v". Coisa da mente ou não, queria mostrar o quanto estava bem.

— Lucy — sua mão tocou meu ombro e virei-me com um sobressalto, percebendo que não fora minha imaginação coisa nenhuma.

Natsu Dragneel havia ficado incrivelmente mais bonito desde que o vi pela última vez há quatro anos.

Seu cabelo crescera e seu rosto definiu-se bem, fazendo-o ficar com uma cara de homem decidido. Ele também aumentara na altura. A cicatriz feita por Minerva estava à mostra, mas — como se fosse mágica — não o deixava feio. Na verdade, completava mais a aura sexy que ele possuía agora, com aquela camisa negra de linho fino e calça social azul-marinho.

— Natsu! — exclamei, observando-o abrir aquele sorriso que tanto amei no passado.

Permiti que ele me abraçasse, sentindo a temperatura de seu corpo e notando que ela não havia mudado tanto.

— Obrigado por aceitar se encontrar comigo — sua voz estava mais grossa também. — Quando pedi para Levy para mandar uma mensagem para você, não acreditava que fosse aceitar.

— Não tinha intenção de voltar — murmurei. — Porém como vim atender o testamento de Juvia, decidi que não havia problema nos encontrarmos.

— Entendo... — balbuciou. — Bom, vamos continuar a conversa lá dentro — puxou a porta de vidro da nova construção do Fairy Latte.

Quando pisei lá dentro, foi como voltar no tempo. Foi como entrar lá pela primeira vez de novo. Sabia que Elfman havia decidido reconstruir o local, porém não pensei que ele fosse fazer uma réplica do antigo lugar — com algumas excessões, como os assentos que parecia (e eram) mais confortáveis.

Uma homenagem para Evergreen, com toda certeza.

O Dragneel e eu nos sentamos em uma mesa próxima da janela e apertamos o botão de atendimento juntos, topando nossas mãos.

— Desculpe — pedi envergonhada. Era muito estranho ficar em contato com ele depois de tanto tempo.

Sua expressão dizia que havia ficado triste ao ouvir aquilo.

— Quando ouvi sobre o testamento de Juvia, fiquei me sentindo mal — disse, tentando tirar o clima esquisito entre nós dois.

— Não imaginava que ela fosse deixar Jurei logo comigo — confessei. — Na verdade, não imaginei que ela fosse morrer no parto...

Lembrei-me do quão chocada fiquei ao receber a notícia. Acreditava de todo coração que Juvia sobreviveria àquilo e se manteria viva e bem para cuidar do filho que carregava em seu ventre. Como se o bebê perder o pai por minha causa não fosse o suficiente... Tragédias podem realmente piorar.

— Mira disse que já era previsto — ele percorreu o estabelecimento com os olhos. — E que só não nos contou antes por Juvia ter pedido.

Mordi meu lábio, pensando se deveria ou não perguntar aquilo.

Meu Estranho MafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora