Sarah Montserrat

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Boa leitura! ♡

                                                      Justin Bieber

- Já tem cinco anos aqui e não aprendeu a lição? - Marcus riu, trancando minha cela - mas é um vagabundo mesmo.

- Ora, Marcus, você é um tenente, não o coronel - eu ri, debochando - vai me dizer que está com medo do Coronel Yale? - me encostei na grade, mostrando a ele o dedo do meio - Está com medo de falar que você não foi capaz de conter a minha rebeldia repentina?

- Você deveria estar em um manicômio, aqui é lugar de criminosos, não de loucos - Marcus aumentou a voz, mas não gritou, apenas falou mais firme.

- Disseram que eu não ia ter socialização, mas colocaram Marcus Montgomery pra ser meu carcereiro, você sabe que eu amo você, igual eu amava o meu falecido padrasto - dei uma risada alta - te aflige me ter por perto, Marcus? Te aflige falar pro Coronel que eu quebrei seu narizinho dentro da minha cela?

- Te aflige saber que eu vou sair daqui e ficar com minha família, Justin? - Ele perguntou, usando o mesmo tom de ironia que o meu - é, eu sei que sim… - fiquei em silêncio - há quanto tempo sua família não vem te ver? Um ou dois anos?

Travei meu punho e me joguei no projeto de cama, estalando os dedos.

- Não sei o que tem de errado com você, Bieber, você não para, você quer ver brigas, quer ser o motivo delas, quer bater, pixar banheiros, quebrar o nariz dos carcereiros… - Marcus molhou os lábios e jogou uma garrafa com água pra mim, apagando a luz do local, batendo a enorme porta da solitária.

Sinto falta de sair com meus amigos, de ter uma vida, mas ao mesmo tempo, não quero nunca mais sair daqui.

Aqui eu me entendo, aqui eu posso meditar e ficar em paz.

Mesmo sendo um inferno, talvez eu seja mesmo o próprio demônio, um demônio que quer paz na prisão.

Algumas pessoas pensam que eu sou o maior perigo para a sociedade por estar numa solitária, mas de verdade, eu fiz mau pra quem mereceu, quando matei Nicholas eu não pensei na minha mãe, não pensei no meu pai e nos meus amigos, mas se estar aqui é o preço que se paga por eu ter feito o que fiz, eu ainda acho pouco pra mim, me pergunto por que não fiz algo pior, eu estou perdendo anos da minha vida aqui, perdendo oportunidades… mas mesmo estando sem nada, eu não me arrependo e se pudesse fazer de novo, eu o faria.

Se pudesse matar alguém mais de uma vez, Nicholas teria no mínimo mil atestados de óbito.

(...)

- Os detentos daqui preferem morrer de fome a comer isso - digo, enfiando fritas goela à baixo, revirando os olhos - e aí, Marcus, como vai esse nariz? Meio inchado ao meu ver - continuei a comer, olhando para os outros caras no refeitório.

“Sem direito à socialização”, patético.

- O diretor quer falar com você - Marcus falou e eu me levantei, esticando os braços para ele passar as algemas.

- Quando eu sair daqui, reze pra não trabalhar mais neste presídio, eu faço questão de ir pra cadeira elétrica, mas eu mato você - falei, sendo levado para a sala do diretor, assim que entrei, Marcus chamou pelo diretor e eu me sentei.

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