Com muita dor eu deixo aqui o último capítulo de DQSF
Boa leituraSarah Montserrat
Perdi três meses da minha vida em uma prisão feminina em outro estado. Passar por essa experiência me fez entender ainda mais o comportamento de Justin. Eu me pegava isolada, triste e com medo todos os dias. Tomava banho gelado com as outras mulheres, apanhei algumas vezes e fiquei semanas sem comer nada.
Não permiti visitas. Eu soube que a minha mãe está em coma desde o incidente e que estão continuando a gravidez no hospital, Justin e Sun me mandaram fotos, mas eu não os deixo chegar perto de mim. Me pergunto no que eu e tornei nesses meses, se fiquei mais forte ou mais fraca, se fiz certo ou errado.
Eu não matei Charles Somers. Ele levou pontos internos e externos e foi preso, mas a família Somers fez questão de usar todo o poder para que eu fosse presa. Inventaram boatos de que eu o ameaçava, tinham até testemunhas. Provar a minha inocência no dia do julgamento foi um desafio e meu noivo enfrentou tudo por mim, assim como eu fiz por ele.
Justin trabalhou duro nas músicas, fez investimentos caríssimos, cuidou da Sun, cuidou dos avós, me tirou da cadeia com o melhor advogado do Canadá, mas eu ainda estava sofrendo, embora meu casamento estar com a data marcada, meu vestido pronto, minha filha linda e inteligente animada para ser minha dama de honra e meu noivo totalmente apaixonado por mim. Eu não suportava ver minha mãe em coma.
Ela foi uma péssima mãe, mas ainda era sangue do meu sangue e eu comecei a passar dias e mais dias no hospital. Fui demitida da clínica, o tribunal me expulsou também. Eu estava esquecendo de viver e ficando em função da minha rotina monótona: De manhã eu levava a Sun na escola, ia para o hospital e ficava com a minha mãe até o horário da saída da Sunshine, ia para casa, fazia o jantar e dormia. Eu já estava acostumada com isso e eu reconhecia ser depressão.
Justin estava preocupado, mas eu não. Eu não estava ansiosa para o meu casamento, nem para a nossa lua de mel em Londres. Parei de ir à todos os shows que meu noivo fazia abertura, as visitas em seu studio ficaram menos frequentes, até eu me pegar trancada no banheiro do meu quarto me enchendo de remédios.
A prisão acabou comigo, eu temia ser uma assassina a todo minuto. Cada parte do meu corpo se arrepiava quando eu lembrava da tarde em que tentei matar Charles, e minha mãe praticamente morta não ajudava meu estado de espírito. Me deixei levar pela tristeza e pela culpa.
Parei de brincar com a minha filha, parei de fazer amor com meu noivo, parei de procurar emprego, de fazer compras e de me arrumar. Acostumei-me a tomar três calmantes por dia e a substituir minhas refeições por detox. Eu estava no fundo do poço e não ia tardar para que eu afundasse nas minhas próprias frustrações.
Justin Bieber
- Ela vai ficar bem – Madeline falou baixinho, olhando Sarah na cozinha preparando o jantar. O neném de Madeline ( uma mãe solteira sensacional) fez um barulho estranho e voltou a dormir, me fazendo sorrir bem fraco.
- Ela acabou de chegar do hospital – falei, brincando com a Sun – toma remédios todos os dias e se tranca. Ela me tirou do escuro e caiu nele...Nem sei mais se ela quer se casar.
- Ela quer, Justin. Ela só está mal, tudo que ela tem passado acabou com ela. Sarah nunca ficou tão vulnerável, ela ama a mãe e se sente culpada pelo estado dela – minha mãe comentou, apertando minha mão –graças a ela eu estou melhor.
- Estou tentando ajudar, mas me sinto inútil – respirei fundo e ouvi ela xingar baixo. Me levantei e fui até a cozinha, abraçando sua cintura.
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Do que somos feitos
FanfictionDada a minha sentença, mantive-me por cinco anos sem iluminação alguma, a não ser a mísera fresta que ousa cruzar a fechadura da solitária. Alguns diriam que a iluminação ali é um sinal de esperança. Eu não acreditava nisso até o verdadeiro "pedaço...