The past is backing

92 7 14
                                    

Justin Bieber

Sábado era dia de eu ficar com a Sun, mas como eu estava nos primeiros dias de trabalho, foi impossível vê-la, por isso Madeline trouxe a pequena até o Deneeve e ficou praticamente a tarde toda, rindo da minha camiseta listrada retrô com meu nome bordado em laranja, e no final do expediente, próximo às onze e meia, o sino da entrada tocou e eu respirei fundo.

Quem quer tomar café agora? Eu acabei de limpar tudo.

Hariam passou por mim segurando sua bolsa e me entregou as chaves.

- Minha cliente favorita está aqui, a atenda bem e feche a loja quando ela estiver totalmente satisfeita.

Dei risada e assenti, pegando o cardápio.

- Hariam, tudo bem? - meu corpo tremeu ao ouvir a terceira voz e eu engoli em seco - você já vai fechar?

- Querida, pode ficar á vontade, eu estou indo, mas estou com um novo funcionário para te atender.

Não, não, não. Sarah vai comer meu fígado quando me ver aqui.

- Que bom…- ela pareceu triste.

- Você está bem, Sarah? - ao ouvir Hariam perguntar, espiei pela porta, sem conseguir ver muita coisa.

- Não, Hariam, mas vai passar, eu só preciso de um litro de cafeína.

- Meu garçom já vem atendê-la - As duas se despediram e eu peguei o cardápio, respirando o mais fundo possível e abri a porta da cozinha.

Sarah se sentou e meu queixo foi ao chão ao vê-la vestida como uma rainha. Os olhos verde-avelã estavam contornados por uma maquiagem forte, os lábios em um vermelho de me tirar o fôlego, cabelos soltos e ondulados, unhas vermelhas, combinando com o vestido preto decotado...Minha nossa.

Ela não me viu, continuou cabisbaixa, com os olhos fixos nas mãos.

Tomei coragem e caminhei até ela em passos rápidos, colocando o cardápio na mesa. Sarah pegou o cardápio, sem erguer o olhar e folheou.

- Quero um café forte, sem açúcar para agora e um para a viagem, por favor.

- Como quiser - falei e imediatamente seus olhos encontraram os meus, Sarah riu triste e negou com a cabeça, pegando suas coisas para ir embora e eu a impedi, segurando suas mãos.

- Tira sua mão imunda de mim - rígida, ela empurrou meus braços e eu a segurei novamente, olhando em seus olhos fixamente.

- Eu só vou te servir, senta aí - apontei para a cadeira - eu não mordo.

- Sai da minha frente - com a voz embargada, ela exigiu e eu neguei com a cabeça - saia!

- Não, eu vou trazer seu café.

- Eu não quero nada que venha de você.

- Eu trabalho aqui, Montserrat.

- Você quer que eu fale que estou orgulhosa? - com um sorriso amargo, ela se dirigiu até a saída.

- O que está acontecendo com você?! - Falei mais alto do que pretendia e ela cerrou os punhos, se virando para mim.

- Comigo? - seu olhar me assustou, ela ficou vermelha - nada, comigo nada.

- Será que você pode me perdoar? - perguntei, mesmo sabendo da resposta.

- Não! Eu não vou perdoar você - ela caminhou até mim em passos apressados e parou na minha frente - você merecia estar naquele inferno comendo o pão que o demônio amassou, eu nunca deveria ter pego seu caso, no fundo você vai sempre ser um assassino.

Do que somos feitos Onde histórias criam vida. Descubra agora