Sarah Montserrat
Eu estava a ponto de deixar minha racionalidade de lado e atacar o juiz com minhas unhas até arrancar seus olhos e esfregá-los na porra do caderninho.
- Isso não é uma prova. Pelo menos, não uma prova que necessite de outra audiência - Connor ergueu os ombros como quem diz “estou cagando e andando” e fez sinal para eu sair de sua sala.
- Meu paciente era atormentado! Olha isso, precisamos descobrir o que houve!
Connor coçou a barba branca e seus olhos escuros me fitaram.
- Ache mais provas e eu posso pensar no seu caso.
Bufei, engolindo o “babaca filho da puta” que iria sair.
- Se o detento confessar o que realmente aconteceu, tem como reduzir a pena?
- Não. Não posso acreditar no que um assassino diz - ele balançou a cabeça negativamente - preciso de testemunhas, provas de verdade, não isto - ele bateu o indicador no caderno - isso aqui não vai tirar seu paciente da cadeia.
Eu estava engolindo todos os xingamentos e a vontade de bater com muita força em Connor, mas parecia que uma hora eu iria explodir de raiva e esganá-lo. A única opção que me resta agora é falar com Justin e ver se consigo arrancar algo dele, eu preciso que ele fale o que houve.
- Quero a cópia da gravação da audiência - falei, batendo os dedos na mesa. Tem a gravação no YouTube, mas é péssima.
O juiz riu para si, ele acha que eu estou de brincadeira. Quando eu tiver tudo que prove que meu paciente é mais sensato do que ele, eu vou rir.
- Eu não posso.
Suas palavras foram tão falsas que meu estômago se contorceu e o instinto “ mate o velho” voltou.
- Só um minuto - peguei meu emblema do tribunal de justiça e documentos que o parlamento liberou para mim - se você ler o terceiro parágrafo, diz que eu posso exigir quaisquer material para o parlamento, pois pode haver erros na pena, pode haver também omissão e é preciso de análises profundas em casos como este. Vamos, lá, excelência - falei com ironia - dê-me.
Parece que ninguém costuma afrontar o cara, ele está quase explodindo de raiva.
- Minha secretária vai ligar pra você quando puder vir buscar.
Sorri com sua relutância ao dizer, assentindo.
- Obrigada, Vossa Senhoria - me levantei, pegando minhas coisas - Até mais ver.
Saí de lá, com mais uma dor de cabeça das grandes.
Onde eu vou encontrar testemunhas? Meu Deus…
(...)
Justin Bieber
Já tinha uns bons dias que a Sarah não aparecia por aqui, comecei a achar que ela nunca mais viria, seria uma merda, quero vê-la.Para o meu alívio, ela me surpreendeu com um “E aí!” enquanto eu estava limpando o encanamento externo do pátio, a céu aberto.
- Agora é turista? - brinquei, jogando um pouco de água sobre a base suja que estava esfregando.
- Digamos que eu te dei uma folga - Sarah agachou e se sentou ao meu lado, sem se importar de sujar a roupa ou com o mau cheiro - quer ajuda? - perguntou.
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Do que somos feitos
FanfictionDada a minha sentença, mantive-me por cinco anos sem iluminação alguma, a não ser a mísera fresta que ousa cruzar a fechadura da solitária. Alguns diriam que a iluminação ali é um sinal de esperança. Eu não acreditava nisso até o verdadeiro "pedaço...