Sarah Montserrat
Tive que estacionar meu carro dentro do pátio externo do presídio, pois a chuva estava estrondosamente forte. Me certifiquei de que ninguém iria parar ali para fazer cargas ou descargas, falando com um segurança. Em seguida, corri pelo corredor extenso que dá acesso à entrada da diretoria do presídio, cobrindo meus fios com a pasta e me praguejei por ter esquecido o guarda chuva.
Entrei e olhei meu celular, vendo as fotos que Nikkei tirou com com Sun. Ele realmente apareceu em casa no sábado, não forçou a barra e se deu super bem com a Sun. Não contei a ele sobre tudo o que aconteceu entre mim e Chaz, mas ele não pareceu se importar de imediato. Foi um sábado agradável, confesso.
Coloquei o celular na bolsa e me dirigi até a sala do Jeffrey Harlem, que atualmente é do Yale.
Antes mesmo de eu bater ele abriu a porta parecendo estressado e quando me viu, sorriu de um jeito perverso.
- Eu já ia mandar ligarem pra você, mas vejo que não vou precisar - Yale me deu espaço para entrar na sala. Entrei e me sentei, suspirando pesado.
- O que foi? Algum problema? - arqueei a sobrancelha.
- Tragam o detento da solitária quatro - O coronel falou em algum tipo de microfone que estava na gola de sua blusa e me olhou - Sim, ele mesmo, Justin Bieber - após retirar o aparelho de seu ouvido, ele me olhou e voltou a sorrir.
- O que há de errado? - perguntei, apertando minhas mãos umas nas outras, preocupada.
- Seu protegido resolveu fugir no sábado de manhã - suas palavras entraram pelos meus ouvidos e permaneceram no meu cérebro, me dando uma tontura momentânea.
Fiquei em silêncio até que Justin cruzasse a porta. Eu não posso acreditar em qualquer merda que esse cara diz.
Logo, a porta foi aberta e eu me virei, encarando Justin no fundo dos olhos. Quando ele me viu, desviou o olhar bruscamente e respirou fundo.
- Você tentou fugir? - minha voz falhou, confesso que estou desapontada. Justin não fez nada, ao menos me olhou.
- É isso que você está tentando defender, Sarah? Você acha que alguém desse tipo merece sair daqui sendo desonesto e sem caráter!? - A voz do Coronel me deixou com ânsia. Meu Deus, não posso acreditar que ele fez isso, Justin dificultou tudo - ele pode receber mais três anos aqui! O juiz vai analisar o que ocorreu e determinar uma pena justa.
O que eu posso falar em defesa de Justin agora? Não posso falar nada. Não tenho argumento… simplesmente não consigo acreditar em tudo que aconteceu.
- Deixem-nos à sós - exigi.
- Não posso - Yale disse após se recuperar de sua expressão risonha.
- Pode sim. Deixem-nos - falei mais uma vez, indicando o emblema do tribunal de justiça. Yale fez sinal para Marcus Montgomery.
- Levem os dois para a sala de visitas - dado tal ordem, Justin foi empurrado para fora e eu não tive coragem de intervir.
Por que ele tentou fugir sabendo que eu estou tentando ajudá-lo?!
Assim que entramos na sala de visitas, Marcus fechou a porta e provavelmente ficou do lado de fora, Justin se sentou, mas eu continuei em pé, esperando algo de sua parte.
- Eu não sei onde eu estava com a cabeça.
Não consegui manter a calma quando ele falou isso. Tudo bem, ele pode ter agido por impulso, mas foi uma merda das grandes.
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Do que somos feitos
FanfictionDada a minha sentença, mantive-me por cinco anos sem iluminação alguma, a não ser a mísera fresta que ousa cruzar a fechadura da solitária. Alguns diriam que a iluminação ali é um sinal de esperança. Eu não acreditava nisso até o verdadeiro "pedaço...