Battle

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Justin Bieber

Quando Trevor Nikkei disse que ia ficar com o meu caso, eu pensei que seria igual a Sarah fazia.

Não, não é como ela fazia… longe disso. Eu não vejo o cara já tem  uns quinze dias, mas já fui chamado cinco vezes na direção. Jeffrey Harlem voltou, mas voltou castrado, está me tratando como uma seda, tem me perguntado como estão meus dias e disse que eu não preciso mais limpar o presídio e, que se eu quiser, eu posso voltar a tomar banho e fazer minhas refeições junto com os outros.

“Não”, foi o que eu respondi. Me recuso a pisar naquele banheiro e me recuso a comer perto daqueles caras. Por mais que eu tenha me ferrado na fuga, Tony é o único que não levou punição, porque o desgraçado conseguiu sair, senão eu tenho certeza que ele teria me feito companhia lavando os banheiros.

Hoje é dia de visitas, assim que Jeffrey me liberou de sua sala, desci para o pátio sem expectativas de ver meu pai ali. Provavelmente ele já sabe que eu bati na Sarah.

- Justin? - alguém me chamou, meu corpo enrijeceu na mesma hora e eu suspirei, olhando na direção do meu avô, que estava segurando a mão de Diana. Vê-la me fez lembrar que Pattie queria matá-la. Engoli meus pensamentos e continuei parado, com as algemas nas mãos.

Ulisses Rollis, meu novo carcereiro, soltou minhas mãos e foi para junto dos outros. O pátio estava preenchido por risos e mais risos.

Meus avós vieram até mim e Diana em abraçou inesperadamente.

- Eu senti sua falta, meu amor - disse ela entre as lágrimas e eu abracei de volta, enfiando meu rosto na curvatura do seu pescoço.

Meu avô puxou a Diane e me olhou feio, minha avó não disse nada, apenas abaixou a cabeça.

- Por que não quer deixá-la perto de mim? - perguntei, olhando ambos.

- Porque você pode querer bater na sua avó como fez com a psicóloga - Bruce não mediu as palavras, elas me acertaram em cheio - eu preciso saber por quê você matou o Nicholas!

- Por que eu quis, Bruce, tá bom assim?! - falei alto, sem me importar com os olhares lançados em minha direção - eu matei Nicholas Joel Hank porque eu sou ruim, sou um psicopata!

- Para com isso, Justin, por favor - Diane me olhou e olhou para o meu avô - pare também, Bruce, a Pattie precisa dele…

- Eu pensei que precisava, Diane, mas ele não é meu neto. Isso aí é um monstro - Ele apontou para mim e puxou a minha avó, que não saiu do lugar.

- Filho, sua mãe está mal, ela não para mais de beber, some dias de casa, Patricia precisa de você mais do que tudo agora.

- Quando eu precisei de vocês, ninguém sequer se importou - falei, deixando uma lágrima cair - ninguém.

- Do que você está falando? - Bruce perguntou, tão confuso quanto a Diane.

- Não importa mais - dei de ombros e minha avó segurou meu braço.

- O senhor Nikkei está indo à fundo no seu caso. Sarah havia começado  com o procedimento em um novo processo. O rapaz está quase conseguindo, nesses dias, ele nos ligou avisando que você vai conseguir sair no dia de ação de graças. Daqui um mês e no natal também, quando ver ele, o agradeça e se tiver chance de ver a senhorita Montserrat mais uma vez, a agradeça em dobro.

Assenti, olhando meu avô, que parece ter chupado limão e Diane pegou algo em sua bolsa.

Tive um deja vu. De repente, me lembrei da Sarah tirando papel e lápis da bolsa, consequentemente, me recordei do soco também e me senti um otário. Assim como a minha avó, ela só quis me ajudar e, com certeza, Diane e Bruce estão aqui à pedido dela. Sarah me trouxe meu pai e meus avós e eu a afastei, isso deve ser o motivo pelo qual estou me sentindo tão vazio desde a sua partida. Ninguém mais fala comigo aqui, era ela quem conversava comigo sempre, ela me dava esperança, mesmo que eu tentasse omitir.

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