Sarah Montserrat
- Já chega, Sarah! - Charles me puxou pelo braço e me jogou na cama.
Frustrada, abracei meu corpo e fechei o robe que cobria a minha melhor lingerie.
- Eu estou tentando manter o que temos nos trilhos… você sempre chega tarde e fica assistindo… eu só estava tentando…
- Me dar? Eu sei. Olha, Sarah, eu sei que você tá com isso de carência, mas porra, eu chego todos os dias cansado do trabalho!
- Eu sei, eu também saio tarde da faculdade e estou sempre tentando me aproximar de você.
Ele suspirou e passou as mãos pelos fios de cabelo perfeitos, encostando na porta, sem tirar os olhos de mim.
- Não funcionamos mais juntos… - disse ele. Meus olhos ficaram lacrimejados na mesma hora e eu neguei com a cabeça, ficando em pé.
- Funcionamos sim! É só tentar… Chaz, eu te amo! Eu te amo demais, nós somos jovens demais mas…
- Você é jovem - ele me olhou, tirando o paletó - eu sou adulto e não preciso de criança no meu pé.
- Eu não sou criança! - contestei, ficando em sua frente e por dez segundos inteiros, meu coração pareceu parar - o que é isso?!
- Isso o quê? - ele cobriu a marca que havia em seu pescoço com a mão e eu a puxei, olhando perplexa.
- Com quem você estava?! - segurei seu rosto com força e ele me empurrou.
- Eu estava no trabalho!
- Mentiroso! - golpeei seu rosto com um tapa estalado e… e meu despertador começou a tocar.
- Acorda, Sarah - Nikkei me chamou ao pé do ouvido, beijando minha bochecha - vai se atrasar.
Abri os olhos meio assustada e olhei em volta. Ufa! Não estou naquela casa, não estou vivendo aquilo de novo.
- Hm? - cocei os olhos e olhei para cama - o que você está fazendo aqui?
- Bom dia pra você também - ele ironizou e eu continuei com a cara fechada.
- Já falei sobre estar no meu quarto há essa hora da manhã quando a Sun acorda - analisei suas coisas jogadas pelo cômodo - quando foi que você chegou?
- Umas duas da manhã… vim fazer companhia - Trevor beijou meu lábio inferior e eu me levantei.
- Como você entrou aqui?
- Qual é? Agora precisa de permissão? - ele fez cara de tédio.
- Precisa. É minha casa. Eu moro com a minha filha, não com um macho.
- Nossa, acordou irritada? Tpm? Falta de sexo?
- Para de achar que todos os meus problemas é a falta de ter relação sexual - fui até o banheiro, respirando fundo - Olha, Nikkei, precisamos de estabelecer limites. Começando por isso. Não entre na minha casa de madrugada, como conseguiu minha chave?
- A Madeline me deu a dela pra eu tirar cópia - parei de escovar meus dentes assim que ele disse isso e sai com a boca cheia de espuma, olhando para ele.
Madeline nunca faria isso. Ela sabe como eu sou em relação à segurança da minha menina. Vou falar com ela depois.
Eu não estou irritada por causa do meu sonho flashback, eu estou irritada por ter um cara que praticamente invadiu a minha casa e revirou meu quarto com bagunça.
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Do que somos feitos
FanfictionDada a minha sentença, mantive-me por cinco anos sem iluminação alguma, a não ser a mísera fresta que ousa cruzar a fechadura da solitária. Alguns diriam que a iluminação ali é um sinal de esperança. Eu não acreditava nisso até o verdadeiro "pedaço...