Nudez...

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Eu quero escolher quem eu sou. Não posso ser dois ao mesmo tempo. Não posso incorporar um anjo a mim, Pedro, nascido de parto normal do ventre de uma mulher, ou aprofundar no ser celeste a minha cerne mortal.

As duas naturezas não se completam. Uma definha pela imensidão de tristezas e pesares sentidos todos os dias, advindos de uma humanidade em crise e, a  outra, sendo também parte dessa humanidade frágil, não deixa de ter desilusões e crises como as de qualquer pessoa normal.

Nós, os anjos, somos seres relegados a um vale de lágrimas; nós, humanos, largados em uma existência onde tudo é caos e incertezas; e mesmo tão diferenciados em nossa natureza, a divina e a humana, as duas partes igualmente procuram por paz, serenidade, equilíbrio e alegria, portanto, não somos tão diferentes assim. Então, a quem escolher? Quem eu posso ser?

Eu, Pedro, apresento a mim ou a quem eu julgo ser: Um anjo armado de perigosas asas e a mim: um homem  com sua arma e os segundos de tensão com a mão em riste para não ferir a ninguém... Em qualquer situação eu estarei armado... Quando eu largo o trabalho as asas tomam posse, se eu largo as asas, as armas ficaram próximas.

Assim eu me desnudo...

Neste momento, em que tento desenhar a quem eu sou, prefiro não me vestir. Eu, talvez, não deva ser nem quem eu sou ou a este inverso de mim.

Cotidiano de um AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora