Motos, Arcanjos e um dia feliz!

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Motos, Arcanjos e um dia Feliz!

05 de outubro

      Gabriel e Ismael chegaram no sábado bem cedo e Ismael trazia um presente da Europa para mim! Puta que pariu, véi! Fiquei igual a uma criança apatetada diante daquela Ecosse Titanium adaptada para trilhas. Uma puta de uma moto, sonho de consumo de qualquer doido aventureiro.

      - Juro que duormo com essa moto no quarto, caralho!

      Foi assim com a minha primeira bicicleta, por que não seria com aquela máquina de fazer milagres?

     - Tu tens dinheiro para isso, cara? – Indaguei para o Arcanjo.

     - Tu não trabalha nem nada!

     Ismael riu e indagou, usando o jeito dos nortistas:

     - Eu não trabalho, é? Fico um dia de bubuia e tu vai ver a falta que o meu trabalho faz.

     Ismael, seu coração de luz, vestindo trajes de motoqueiro feroz era um descompasso sem senso algum de normalidade. E ainda trouxe roupas à caráter para mim!

     - Veste lá, porra! – Pediu. – Tá é demorando!

     Eu não me cansava de olhar a moto, nós passamos mais de uma hora conversando sobre ela! Eu já antevia o prazer de pilotá-la.

     - Então, delegado? – Ismael disse: - Avisa a mulher que a gente só volta no domingo à noite!

     - Cara... – Murmurei, sem saber ainda o que dizer. Gabriel e Mônica vieram até a rua.

     - Vai trocar de roupa, Pedro! Vá se divertir um pouco!

     - Vocês estão comprando o anjo Pedro com essa moto, não é?

     -  Claro que sim! - respondeu Gabriel e esboçou um sorriso, já deixando claro que seria mesmo uma aventura de arcanjos aquela com as motos, visto as excentricidades de Ismael.

     Poucos minutos depois nós estávamos na estrada para a Venezuela. Nosso destino era o Monte Roraima onde acamparíamos em sua base. De manhãzinha, enquanto a bruma subia aos poucos, revelando aquele cenário paradisíaco, e usando os nossos poderes de anjo, escalamos a face do Tepui com as motos. 

     Foi o melhor feriado que eu tive depois de muito tempo. Para completar, Gabriel trouxe uma Kawasaki para Mônica! A bagunça só não piorou porque o próprio Gabriel nos controlava, senão seríamos capazes de descer todo o rio Branco debaixo da água, até seu encontro com o rio Negro, só para tocar "o maior barata voa" no céu. Na verdade, pela primeira vez eu me senti no céu!


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