Capítulo 5

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Enquanto se preparava para o banho.

Não quero e nem vou criar expectativas nesse jantar.

Mas tento imaginar como seria. Era engraçado o jeito que ele falava, e de fato, mesmo que permanecesse calado em algum momento me faria rir. Com seu jeito torto e engraçadinho de ser. Com o tempo, os detalhes, os sorrisos, os olhares e as bobeiras. Tudo era essencial, qualquer palavra ou gesto.

Não vai dar em nada, repetia a cada minuto para mim mesma.

Mas mesmo assim não resistia. Queria falar com ele. Descobrir sobre ele, ou ao menos só o deixar falar mais sobre si e sua vida. Ele falaria, e eu ouviria, coisas que queria e as que não queria também. Não importava. A voz dele soava como música, mesmo quando as palavras lhe cortavam em duas, três, milhões.

Não sei se deveria ir de calça. Ou de vestido. É um jantar. Apenas a droga de um jantar. Procuro algo simples no roupeiro, bem simples mesmo. Não quero chamar sua atenção de nenhum modo.

Encontrei um vestido velho, mas em boa condição. Mid, de lycra, de cor azul acinzentado. Dessa vez não vou exagerar na maquiagem, afinal, agora eu não tenho que impressionar ninguém. Quem estará do outro lado da mesa, eu já conheço e não tenho que o convencer de mais nada.

É estranhamente preocupante o jeito que ele me deixava nervosa, com um frio na barriga.

Pego um salto nude. Uso um hidratante. Não posso esquecer que aqui é praia, preciso manter minha pele hidratada se não quiser descascar como uma cobra. Meu perfume preferido, Lily do boticário. No cabelo não faço nada além de escovar.

Na verdade, não estava muito animada para esse jantar. Parecia mais como se eu estivesse sendo obrigada a participar de algo que eu não queria. Isso só porque ele é meu chefe. Se nossa relação trabalhista for assim... Ah, prefiro nem imaginar.

Estou pronta. Apenas esperando o Senhor Gilmar dar o ar das graças. Será que eu deveria esperar ele aqui, ou ir até ele?

Enquanto Angel estava preocupada, Gilmar se encontrava ansioso para pôr seu plano em ação. Voltou para o hotel, tomou um banho e pensou: Não vou ser diferente com ela. Vou tratá-la como faço com todas as outras. Ela é só mais um corpinho que eu vou me aproveitar e depois ignorar, é só isso que eu preciso, é apenas capricho.

Gilmar não queria admitir que estava confuso com tudo que ela causa em si, uma mistura de sentimentos. Não poderia confundir, depois do seu beijo, ficou sedento por mais e é atrás disso que ele vai. Mais do que um beijo.

Ao entrar no carro, começa a tocar uma música, se os cantores o conhecessem apostaria que fizeram essa música para si, pensou.

" Eu abro a porta e puxo a cadeira do jantar, a luz de velas pra ela se apaixonar, eu mando chocolate, flores e cartão, o meu problema sempre foi ter grande coração... "

Gilmar sempre fez esse estilo apesar de cafajeste, sabe ser cavaleiro e apaixonado. Depois, desaparece e ignora qualquer uma delas.

Com esses pensamentos entre uma avenida e outra, a intenção é encontrar ela.

Em frente a casa dela, pareceu ser bem simples, algo que antes não tinha reparado. Teve uma ideia de última hora.

O celular vibra. É ele.

Angel, traga um par de roupa a mais e uma roupa de banho. Acho que vamos usar a piscina. Ah, antes que eu esqueça, já estou aqui na frente. - Não entendo o porquê dele estar tão empolgado com isso. Com apenas um jantar.

Volto até o roupeiro. O que ele está pensando? Seria apenas um jantar e agora vai ser uma festa na piscina?

Pego uma calça jeans e uma blusa qualquer. Também peças íntimas, se for necessário. Eu nunca gostei de praia e piscina. Deixar meu corpo exposto demais, não me deixa à vontade. Mas por sorte, tenho um biquíni velho e um shortinho. Coloco tudo dentro de uma mochila e saio.

Chama do pecado - Em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora