Capítulo 23

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- Não é nada amor! Estamos conversando sobre o que aconteceu. Não se preocupe porque é apenas coisa de trabalho. Eu preciso ir, mas essa conversa não acabou. - Eu engulo no seco, mas dou graças ao ver Douglas entrar pela cozinha e eu o abraço arrastando para fora da cozinha junto comigo.

As coisas estão se complicando. Talvez a melhor coisa que tenho a fazer é sair daqui, antes que impossível de remediar essa situação.

Eu sei que foi um erro. Apesar de conhecer pouco sobre ele, eu sabia que ele era um safado. Ele deixou isso muito claro na festa, para qualquer um. Até quem não quisesse ver, saberia que não presta.

Eu estava encantada com ele desde o momento que o conheci. Algo nele havia me chamado atenção. Não tinha como negar, pois até um cego poderia ver o quanto eu desejava.

Eu queria acreditar que seria apenas um jantar. Mas nenhum homem convida uma mulher para sair, para jantar ou assistir um filme sem interesse algum. Eu preferi mentir pra mim que não seria nada, porque eu não queria admitir que desejava estar em seus braços.

Era como se eu pudesse ver perfeitamente o abismo, mas estava completamente apaixonada pelo seu escuro que não me importei de pular de cabeça, mesmo sem saber voar, sem paraquedas. Mesmo sem ter certeza se alguém estava disposto a me segurar. A questão é que nunca me entregarei para outra pessoa como me entreguei para ele.

Cada momento. Cada toque. Cada beijo. Nossos corpos juntos e o prazer. Tudo aquilo foi único. Especial. Me fez esquecer quem eu era. Afastou meus medos. Eu não pensei em nada, nem em ninguém. Eu só queria estar ali e com ele.

Meu erro foi pensar que também poderia ser especial pra ele. Ele não me ligou depois. Nem me mandou mensagem. E quando eu vi, ele estava andando de mãos dadas com outra mulher na minha frente. Provando que eu fui apenas mais uma. Mais uma que passou por sua cama.

Deus, como queria arrancar esse sentimento de mim. Ele apenas me usou. E continuou seguindo sua vida como se nada, absolutamente nada tivesse acontecido entre a gente.

Eu desejei que um buraco se formasse no chão e me arrastasse para o mais profundo, até eu esquecer, até eu não sentir mais nada. Tudo isso estava me sufocando. Me despedaçando de dentro pra fora.

Eu precisava desabafar com alguém que me entendesse e Douglas fez muito mais que isso.

Eu precisava apenas de um amigo. Ele me apoiou. Prometeu que faria de tudo para me proteger e ficaria sempre do meu lado.

Também me disse que esperava essas atitudes dele. Não era novidade, nem tinha muita intimidade com a família de Gilmar. Mas sabia reconhecer um canalha. O que conhecia dele era suficiente para dizer que ele é a pior raça de canalha que existe. Daquele que gosta de ser o centro das atenções. Que sua brincadeira favorita é gato e rato.

Antes nunca se envolveu com as mulheres que trabalham pra ele, mas sempre teve problemas com mulheres. E sobre Mara ele não sabe muito, sempre apareceu pouco nas redes de hotéis, que sempre foram assim cheios de chamegos. No entanto, nunca pareceu não se importar com as aventuras de Gilmar.

Vemos os carros saírem e assim podemos voltar para nossa cozinha. Prepararmos o café da manhã dos hóspedes.

O dia foi bem agitado e bastante proveitoso. Apesar das coisas que Douglas disse não sair da minha cabeça. Eu também precisava pensar se valia a pena continuar trabalhando aqui. Graças a Deus, Gilmar não tinha voltado para o hotel e eu até trabalhei mais tranquila, porém não sei explicar porque eu continuava a sentir tanta raiva.

Chama do pecado - Em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora