Capítulo 50

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- Sorte de ter você, eu to apenas pensando alto. Torço para que ele acredite.

- Sei, que hora é amor?

- São quase 5. Ele insiste para que eu me levante mas estou com preguiça.

Depois de alguns minutos insistindo, nos levantamos e começamos a se arrumar para ir para até o aeroporto. Eu nunca viajei de avião, eu mau sai das delimitações do Estado, me da até uma dorzinha na barriga só de imaginar a altura.
Antes de sair, tomamos um café reforçado no hotel mesmo. Ligo para David, pois antes de ir quero me despedir dele, e reforçar a Joice que não deixe ele sozinho em nenhum momento, me despeço de Douglas também, que nos deseja boa sorte.

Poucos minutos dirigindo, estamos no aeroporto, nunca estive em um antes. Este voo está cheio de pessoas.
Entramos no avião, ficamos na primeira classe, estou muito nervosa e junta com o sintomas da gravidez, não tinha como segurar e vomitei antes de decolar.

- Amor está tudo bem? É claro que não está, não dormi bem ansiosa e agoniada, os sintomas da gravidez estão me deixando péssima.

- To sim, é só o nervosismo, logo passa! Uma voz suave chama minha atenção.

- Sejam bem vindos a bordo. Observe o número de seu assento no cartão de embarque. Por medidas de segurança, acomodem as bagagens de mão nos compartimentos acima de seus assentos e as que não couberem abaixo da poltrona a sua frente. Pedimos a sua atenção para demostração do nosso equipamento de emergência. Em caso de despressurização, máscaras individuais cairão automaticamente dos painéis acima de seus lugares. Neste momento, puxe a máscara mais próxima para liberar o oxigênio, aplique-a sobre o nariz e a boca, ajuste o elástico a volta da cabeça e respire normalmente. Passageiros viajando com crianças ou alguém que necessite de ajuda, lembramos que deverão colocar suas máscaras primeiro para em seguida auxiliá-los. Esta aeronave possui 6 saídas de emergência, observe a indicação dos comissários e identifiquem a saída mais próxima de seu assento. Os cintos deverão estar afivelados sempre que o sinal estiver aceso ou enquanto permanecerem sentados. Recomendamos a leitura das instruções de segurança que se encontram a frente de seus lugares. Observem os avisos luminosos de apertar cintos. Mantenham os encostos das poltronas na posição vertical e suas mesas fechadas e travadas. Lembramos ainda que os assentos de suas poltronas são flutuantes. A vasp agradece a preferência e desejam a todos uma boa viagem.

O avião começa a subir e o frio na barriga é inevitável mas passo praticamente a viagem toda dormindo, alguns momentos acordei e vi pela janela, tudo pequeno até parecia como se fosse formiga em uma mini cidade mas é uma vista incrível. Em um certo ponto da viagem Gilmar me acorda para que eu possa comer porém continuo enjoada e tento comer um pouco para que ele pare de me encher o saco.

- Amor  vamos coloca um casaco, estamos chegando e vai ficar cada vez mais frio. Meia sonolenta eu coloco o sobretudo, as luvas e me aconchego nos seus braços, que me aperta e me beija na cabeça. Colocamos o cinto pois já vamos aterrissar, o coisa nojenta essa turbulência.

Descemos e vem um vento muito frio, está escuro viajamos muitas horas e aqui o fuso é diferente. Pegamos nossa malas e entramos num táxi, eu fico impressionada com Gilmar que fala um inglês perfeitamente. Mais ou menos em 30 minutos chegamos no hotel, com o frio que faz entramos diretamente no hotel. Uma loira alta e magra, cheia de tatuagens e piercings, bonita até e mau encarada, nos atende toda sorridente olhando para Gilmar, eu agarro seu braço a encarrando querendo dizer, sai que ele é meu. Ela olha pra mim com desprezo, entrega o cartão e vamos para o nosso quarto. 

Tudo muito lindo em cores claras, no quarto não é diferente. Gilmar vai me empurrando para o banheiro.

- Vamos tomar um banho bem quente e dormir, pelo horário daqui já é 4 horas da manhã. Eu sei como viagens são horríveis então vamos descansar um pouco porque maus tarde passear pela cidade. Eu o obedeço, pois ele está certo.

*

Gilmar me proíbe de chegar perto das janelas, já são quase nove horas da manhã. A verdade é que quem comprou minhas coisas foi Gilmar, da cidade que venho é raro chegarmos a temperaturas negativas. Uso uma calça branca grossa e peluciada, meião, bota ,casaco de pele branco, algumas blusas e touca. Ele queria que usasse outras peças mas Gilmar está do mesmo jeito, até acho um exagero. Descemos para tomar nosso café, acompanhado com torrada e frutas. Um homem vem ao nosso encontro, me olhando fixo e cumprimenta Gilmar, eu não entendo nada pois falam inglês, ele me cumprimenta também mas seu olhar é diferente.
Assim que ele sai, Gilmar me conta que este, é o dono deste hotel. Porém não me diz como se conheceram.
Quando coloco os pés para fora eu fico maravilhada pela vista, a cidade toda branca de neve, andamos algumas quadras e as crianças brincam de bola de neve, fazem bonecos, castelos e estão muito contentes. Ele me leva até o centro da cidade, onde tem um parque com algumas árvores e uma pista de gelo para patinar.

- O que você acha de tentar? Eu queria muito mas tenho medo.

- Parece legal mas eu não sei se é uma boa ideia!

- Eu te ensino, vem cá. Nem dá tempo.

Ele pega um patins, coloca e amarra bem nos meus pés, coloca nos seus também e sai patinando pela pista, isso parece tão divertido. Ele vem me puxar pela mão e vai me levando, eu pareço uma banana, não sei nem o que fazer mas deixo ele me guiar, ele beija minha testa.

Você sabe onde estamos?

- Não, você nem me disse. Eu realmente não faço ideia.

- Innsbruck!

- A mesma do globo? Eu mau posso acreditar que este é o lugar.

- Sim, depois vou te levar na quadra que foi feita. Você disse que nunca tinha conhecido a neve, imaginei que ia gostar daqui tanto quanto gostou do globo. Eu fico encantada por ele ter me trazido aqui, só por isso. Minha atenção se volta para uma moça que caiu mas gargalha.

- Até aprender bem você também vai cair, eu vou rir disso... Eu lembro do bebê e peço para sair, ele não entende o porque e fica me enchendo de pergunta.

- Gilmar obrigado por fazer isso por mim mas não quero ter que cair, parece legal mas não quero arriscar, e para de me perturbar com isso. Ele ficou triste posso ver mas não posso colocar a vida do meu bem mais precioso em perigo. Saio da pista e ele vem atrás, sento num banco e ele senta do meu lado sem dizer nada.

- Amor desculpa se fui estúpida com você, sei que você ta fazendo tudo isso por mim, para me agradar e para vivermos um pouco de alegria juntos, depois de todo aquele sofrimento que passamos.

- Eu só queria que você se divertisse, queria que fosse agradável, tanto pra você quanto pra mim. Esquecer tudo o que passamos mas você fica ai se privando. Ele me olha dentro dos olhos, eu posso ver como ficou chateado.

Passo a mão no seu ombro, me aproximo e dou um selinho. Ele pega na minha mão e andamos mais um pouco, alguns minutos depois e nessa área da cidade tem bastante casais, famílias e de repente, me sinto emocionada.

Começamos uma guerrinha com bola de gelo, parecíamos até aquelas crianças brincando ali, isso cansa ainda mais com esse monte de roupa, ficava meio complicado de se mexer. Eu sento ali mesmo no chão, pego a neve, nossa é tão gostoso, tão gelado. Gilmar fica tirando foto, eu fico parecendo uma criança feliz quando ganha um doce, era eu ali no meio da neve.
Me bate uma vontade de comer a neve, de saber o gosto, meus movimentos foram mais rápidos, encho a mão de neve e levo a boca.

- Ta com fome amor? Mas a gente comeu antes de sair, assim você fica muito engraçada, porque você ta fazendo isso?

- Desejo de grávida. Falei mais o que devia e ele escutou muito bem, fica parado me olhando sério.

- Me explica direito isso. Como assim coisa de grávida?

Chama do pecado - Em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora