Chama do pecado - Em revisão

Capítulo 25

Sou recíproca e não consigo afastar o seu beijo. Não sou hipócrita, eu quero tanto, mas eu também não posso fazer isso. Eu prometi pra mim mesma que não ia mais acontecer.

Ele não vai usar, ele não vai me fazer sentir um lixo novamente.

Dou-lhe um tapa na cara e saio apressada toda desajeitada da piscina. Ele fica ali pasmo me olhando com a mão onde o acertei com o tapa.

- Nunca mais faça isso, entendeu? Você não pode chegar desse jeito pensando que sou sua propriedade. Não te dou mais esse tipo de liberdade. - Eu falo alto e irritada. Apontando o dedo em sua direção.

- Vamos conversar, deixa eu te explicar. - Seu rosto é tão tranquilo. Mas não tem conversa, não tem explicação que mude o que aconteceu e o que não pode acontecer. Não vou dar a ele a oportunidade de me encher de mentiras.

- Gilmar, só tem uma explicação. Você é o dono do hotel que eu trabalho. Conhece a tal questão de hierarquia? Você chefe e eu funcionária. Isso não tem chance nenhuma de dar certo. Não vai se repetir. Você tem uma mulher linda e tem a Thai. Não me coloca mais em confusão, por favor. Eu preciso desse emprego pelo meu... - Eu não consigo terminar porque me irrito com o fato dele estar rindo. Debochando de mim. Saio do local, enrola na toalha e vou para o banheiro me vestir. Choro baixinho de tão nervosa que eu to.

Passei a manhã toda aérea. Deu vontade de abrir um buraco no peito e sair do corpo por alguns minutos. Não digo morrer, apenas uma vontade de me desligar de tudo. Uma vontade de fugir de mim mesma, de não ter essa vida.

É estranho, complexo e complicado. Não sinto vontade de conversar com ninguém. Por isso fico a maior parte do dia calada. Não sinto fome. Não sinto medo, só sinto o frio que me paralisa, que me congela por dentro.

- Pé no chão, garota! - Douglas fala comigo. Meus pés estão no chão, no chão da lua.

Não consigo tirar meus pensamentos de Gilmar. Será que estou me apaixonando por ele? Acho que é até idiota fazer essa pergunta.

Não posso!

- Angelllll!!! - Douglas grita comigo.

- O que foi que aconteceu hoje com você? Faz uns cinco minutos que to te chamando, tá tudo bem? A recepção ligou e disse que tem uma surpresa para você lá. Não posso ir junto, tem muita coisa a se fazer e hoje você não tá me ajudando muito. Então depois me conta! - Me sinto culpada. Não estou fazendo meu trabalho direito. Não posso deixar o Gilmar afetar meu rendimento.

- Doug, me desculpa hoje não é um bom dia. Prometo que depois eu te conto tudo. E vou prestar mais atenção. Deixa eu ir lá ver o que é, porque eu não faço a mínima ideia. - Realmente não sei. O que o Gilmar vai aprontar agora? Eu não sei se terei paciência pra isso não.

Chegando lá vejo a recepção cheia de rosas. Por todos os lados. Flores e mais flores. Tantas que não há mais espaço nem para andar. Gilmar está me olhando super sério, e eu estou sem entender nada. Meu Deus, o que está acontecendo aqui?

- O entregador avisou a recepção que isso foi encomendado para você. Como são muitas, e não para de chegar mais, as meninas me chamaram para resolver isso. - Diz Gilmar sem humor nenhum. E parece não aprovar isso. Ou seja, ele não tem nada a ver com isso.