- Mas que raio foi aquilo? - A minha amiga estava intrigada com toda a situação que observara na aula de Filosofia. Bolas! Ele não fora nada discreto... Qual era a ideia?
Contei-lhe tudo enquanto nos dirigíamos para a próxima aula. Educação Física. Tradução: o meu pior pesadelo. Entrei no balneário, que ainda estava vazio, e comecei a mudar rapidamente de roupa para um fato de treino.
- Se eu fosse a ti, atirava-me de cabeça. Com certeza que aquele vulcão se interessou em ti. - Ela estava muito mais entusiasmada que eu com a história toda. Soprei os cabelos que me caiam para a cara quando me baixava.
- Não. Deve achar-me tola. - Resmunguei entre dentes. - Seja como for, quando me vir agora deixa logo de olhar para mim.
- Ah... Pois... - Ela riu-se e colocou a mão, com uma manicure absolutamente imaculada, sobre a boca. - Nunca vi ninguém tão mau como tu.
Não tinha culpa de ter nascido com não um, nem dois, mas pelo menos sete pés esquerdos.
Saí do balneário, agora bem mais cheio, e dirigi-me calmamente para o corredor entre as portas de saída para os campos de jogos e para o ginásio. Só quando lá cheguei é que vi que estava sozinha porque ela devia ter ido à casa de banho.
Porque é que os dois primeiros dias de escola já tinham trazido tantas emoções arrepiantes. Quer dizer, o segundo dia ainda nem tinha acabado e já me sentia emocionalmente exausta. Só podiam ser as hormonas. Sim, de certeza que era isso.
Um som ritmado chegou aos meus ouvidos. Oh! Senti a música vibrar através do meu corpo como se estivesse misturada com a minha própria pulsação. Por impulso segui a origem do som até à porta do ginásio. Levando a mão à maçaneta com hesitação, pensei que ia enlouquecer se não abrisse aquela porta.
Espreitando pelo pouco que abri, vi um vulto negro que se contorcia em frente ao espelho no fundo da sala. Uau! Que ousado! A música parecia viva em cada movimento daquele corpo esguio e gracioso. Não estava à espera de encontrar um dançarino tão bom na minha escola. Ele não sabia apenas dançar. O corpo dele era pura dança!
Infelizmente não o conseguia ver bem, uma vez que estava de costas para mim, então entrei e fechei a porta de forma inaudível. A música agora era um pulsar frenético que impelia o corpo do rapaz a mexer-se cada vez mais depressa. O gorro tapava-lhe as feições e o cabelo, mas percebi um rosto magro e alongado. Parecia completamente entranhado no que fazia. Observei-lhe os movimentos como se estivesse em transe. Então ele viu o meu reflexo no espelho.
Dirigiu-se à aparelhagem e desligou a música. Eu senti-me enrubescer. Qual seria a minha desculpa? Decidi optar pela sinceridade.
- Peço desculpas por ter atrapalhado. - Murmurei, fazendo um esforço para me fazer ouvir. - Não queria interromper. A música chamou-me a atenção e, depois de ter espreitado, não consegui evitar ficar a ver-te dançar...
- Não faz mal. Já estava na hora de parar de qualquer forma. - Ele agarrou numa toalha branca que estava em cima de uma cadeira e começou a limpar o suor. A sua voz era alegre e quente, como a sensação dos raios de sol a bater-nos na pele. Fazia-nos querer sorrir instantaneamente.
- Mais uma vez, desculpa... - Sorri e virei-me para sair.
- Espera... - A voz parou-me com a maçaneta meio rodada na mão. - Já agora, sinceramente, o que achaste?
- Dizer que estiveste bem seria dizer pouco. Foste maravilhoso. - Virei-me de lado e olhei por cima do ombro para o conseguir ver. Sorri mais uma vez porque sentia que não o conseguia evitar com aquela presença animada. - Onde aprendeste a coreografia? Nalgum grupo de dança?
- Para ser sincero, inventei-a. - Ele soltou uma gargalhada alegre e orgulhosa. Arregalei os olhos. Não era possível? Um rapaz tão novo... Era um prodígio. Uma espécie de Einstein da dança.
- Parabéns! Tens mesmo jeito. - Ouvi o barulho dos meus colegas do outro lado da porta e abri-a. - Tenho de ir.
- Oh! Espera! - Ele correu na minha direção, fazendo-me ver que o gorro descobria uns fios suados de cabelo castanho e uns olhos alegres. As maças do rosto sobressaiam na cara alongada. Era bonito de uma forma menos óbvia que o meu colega de turma. Mas ainda assim, maravilhosamente bonito e com uma pele perfeita. - Como é que te chamas?
- Eu? - Corei perante o súbito interesse do rapaz desconhecido.
- A aula vai começar. Todos para o campo de futebol já. - O meu professor de educação física parecia um militar. Tinha cara de mau e uma expressão rígida. Perfeito! Se eu já era má com professores cuidadosos, aquilo só podia vir a correr bem.
Vi os meus colegas todos a seguirem o professor e corri para me juntar a eles o mais depressa que pude para não chegar atrasada logo na primeira aula.
- Sou o Hoseok. - Gritou o rapaz fazendo concha com as mãos na boca. Acenei-lhe discretamente e reparei que a turma inteira o olhou com sobrancelhas de reprovação pela barulheira. Eu apenas sorri. Ele era alegre e fez-me sentir alegre.
Até reparar que o meu colega de turma indiscreto não estava presente.
- Estás à procura do borracho? Ele aparentemente tem dispensa desta aula. - A minha amiga riu-se quando viu a minha expressão confusa. - Aparentemente chama-se Jimin.
Já lá vão três. Onde acham que será o próximo encontro? E com quem será?
Aceitam-se sugestões!!
Espero que gostem... Muito obrigada!
Apesar de ninguém ler, não é? :-(
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Somos Perfeitos (BTS)
FanfictionNesta história a protagonista vai mudar toda a sua vida por amor? Será que vale a pena? Sente o coração bater mais depressa... Esta é a minha primeira Fanfic de sempre. Espero que gostem. #BTS #Romance