Capítulo 8 - Beijo, Adeus e Estreia (2011/2012/2013)

98 9 14
                                    

O tempo é mesmo uma coisa incerta. Passa tão devagar quando estamos aborrecidos, mas na verdade está sempre a voar, apressado, escapando-nos por entre os dedos. Sentia que não podia desperdiçar o meu tempo, a minha juventude... Mas não sabia o que fazer para remar contra a maré.

Ao fim de um mês, a minha melhor amiga continuava vidrada no Yoongi. Ao fim de dois meses, ele continuava a ser tudo aquilo de que ela falava. Ao fim de um ano, comecei a ficar preocupada. Ela simplesmente não esquecia o rapaz.

Pelo que me apercebia, eles nunca tinham trocado mais do que um aceno de cabeça quando, por vezes, ele estava à porta da escola à espera do Hoseok. Era até deprimente ver os olhos da minha amiga a brilhar e observar o olhar apático que lhe era devolvido. Rapaz estranho...


Com a passagem do tempo o que aconteceu foi que a pressão aumentou. Tinha 16 anos e nunca tinha sido beijada. Seria assim tão sem graça? Seria assim tão pouco interessante para os rapazes? Nenhum parecia estar REALMENTE interessado em mim. Apesar de ter feito algumas amizades aqui e ali.

- Vamos organizar uma festa para comemorar o início do segundo ano? - Uma rapariga sugeriu e todos concordaram. A minha turma era bastante unida nessas coisas. Com exceção de uma ou outra ovelha ranhosa, gostava de toda a gente ali.


Um dos rapazes ricos da turma ofereceu a casa dele para a festa. Cada um levou algo para comer e algo para beber. Mas a festa assumiu proporções inesperadas, tendo comparecido pessoal de diferentes turmas e anos.

- Vamos jogar um jogo? - Sugeriu um rapaz mais atrevido, mas simpático, no fim de já terem passado bebidas com álcool entre eles.

- Claro! - As vozes em coro faziam com que fosse desnecessário para mim responder.

- Que jogo?

- Qual é?

A confusão de vozes e o barulho da música a pulsar deixava-me tonta. Sentia sempre os sons como algo quase vivo em mim. Aquilo era demais. Levantei-me do grupo, observando uma Hyunah mais descontraída e faladora do que o habitual devido às bebidas.

Sai da casa e fui para o jardim, sentindo a pele dos braços arrepiar-se com o frio da noite. Estava escuro, mas a lua iluminava o céu de forma maravilhosa.

Encostei-me a um tronco de uma árvore para me apoiar um pouco e fechei os olhos. Ouvia as cigarras a cantar baixinho, o som da festa a bombar dentro das quatro paredes ali ao lado e ouvi o som de um galho a quebrar-se, fazendo-me abrir os olhos repentinamente.

- Não queria assustar-te. Desculpa. - O rapaz avançou para perto de mim e encostou-se ao meu lado, roçando suavemente a pele dos nossos braços. Isso ativou o meu sistema circulatório de forma eficaz. Parecia que me ia sair o coração pela boca.

- Não faz mal. - Tentei manter um tom baixo, para que não se notasse muito todas aquelas pequenas oscilações de nervosismo na minha voz. - O que estás aqui a fazer?

- Vim ver se estavas bem. - Olhei para ele com um ponto de interrogação no olhar. - Vi-te sair com um ar um pouco vacilante.

- Obrigada pela preocupação, mas estou bem. - Sorri de forma sincera. Fora querido da parte dele.

- Na verdade, vim para tomar conta de ti também. - Ele riu-se e colocou a mão na cabeça denotando um certo embaraço.

- Tomar conta de mim? - Olhei para ele com descrença e torci ligeiramente o nariz.

- Não me interpretes mal. Não estou a querer dizer que és fraca, nem nada do género. É só que está muita gente alcoolizada hoje à noite. E sabes? As pessoas fazem coisas inconsequentes quando estão bêbedas. - Segredou a última parte, aproximando-se um pouco mais de mim. Senti uma onde de calor a acompanhar o seu movimento, aquecendo o ar que o rodeava.

Somos Perfeitos (BTS)Onde histórias criam vida. Descubra agora