Capítulo 52 - Preso

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- Como descobriram? - Perguntei para me entreter enquanto a polícia me procurava.

- Nós recebemos uma carta em nossa casa. Tinha fotografias tuas num estado horrível... - Imaginei que fazia a sua expressão séria, de quando se recordava de algo menos agradável. - Vinha com uma carta a pedir 100.000.000 wons em troca da tua vida. Nós não temos esse dinheiro, como sabes... E chamámos logo a polícia para tratar do caso. Eles disseram-nos que a pessoa dificilmente planearia devolver-te de verdade. - Fez uma pausa para respirar fundo e organizar os pensamentos. - A Hyunah e a tua mãe ficaram a saber da situação porque tu não respondias aos contactos delas. A polícia fez interrogatórios e percebemos que andavas a ser seguida e espiada há um tempo. Encontrámos notas que recebias e que guardaste... Porque não disseste nada a ninguém?

- Não queria preocupar ninguém. Estavam todos em momentos importantes das suas vidas. - Expliquei, encolhendo os ombros para retirar importância ao assunto. Tremi de frio quando um arrepio me percorreu. Gostava de estar a ver algo mais que escuridão, mas ainda bem que o Namjoon não me conseguia ver.

- Isso não importa. Todos nós gostamos de ti e queremos que contes connosco. - O seu tom de voz era repreensivo e fez-me encolher mais. Eu realmente deveria ter dito alguma coisa?

- Desculpa... - Murmurei, sentindo um aperto na garganta.

- Desculpa estar a ralhar contigo... - Retomou um tom pacifico que me acalmou um pouco. - Bem, a polícia descobriu a letra do teu perseguidor pelas notas. Por coincidência, a Hyunah bateu contra ele na universidade e viu a letra. Levou um papel e entregou à polícia. Por comparação perceberam que era ele.

- O que lhe fizeram? - Perguntei. Queria saber apenas por descargo de consciência.

- Está preso. Ainda é só prisão preventiva. Vai apanhar de 8 a 15 anos dependendo da decisão do juiz. - Parecia pouco comparado com o que eu sofrera nas suas mãos. Nada pagaria o que me acontecera. Nada. Mas pelo menos não tinha escapado.

- Sabes quem é? - Perguntei, apesar de saber que provavelmente nenhum deles o conhecia.

- Sim. Nós não o conhecíamos, mas a prima do Jungkook tinha aulas com ele. Chamava-se Jo Se-ho. - A confirmação em voz alta daquilo que eu percebera aliviou-me e irritou-me. Ele tinha-me parecido estranho desde que o tinha conhecido, mas nunca imaginara que faria uma coisa daquelas. - Temos de te pedir desculpas... - Ergui a cabeça, sem perceber. - Ele só te raptou para nos magoar. Nem era pelo dinheiro... Ele simplesmente tem um ódio por nós que não sabemos de onde vem.

- Vocês não têm culpa. Ele é apenas uma pessoa doente. - A minha voz soou mais firme pois queria transmitir a minha sinceridade com cada sílaba.

- Sim... Ele acabou por dizer à polícia onde era o esconderijo. Mas disse que nunca te encontraríamos mesmo assim. - Parecia pensativo ao falar, mas depois parou e falou com mais segurança e animação. - Mas a polícia vai encontrar-te. Não te preocupes.

- Não estou preocupada, Nam... Estou apenas muito cansada... - Sentia-me esgotada. Queria fechar os olhos e dormir para sempre.

- Não durmas. Fala comigo. - Ele parecia preocupado. - Consegues contar-me o que ele te fez?

- Estou cá à quanto tempo? - Perguntei, mudando de assunto. Não me sentia preparada para falar sobre o assunto, mas sabia que tinha de o fazer.

- Hoje é o terceiro dia. - Não tinha noção da passagem do tempo. Mas sabia que devia ter passado algum tempo. Cansada, deitei-me enrolada em posição de feto.

- Vou dormir só um bocadinho. - Murmurei, sentindo-me exausta até para falar.

- Não podes dormir. Fala comigo. - Pediu num tom preocupado e com alguma urgência.

- Tive muitas saudades... - Murmurei, esboçando um sorriso por estar mais perto de deixar de sentir saudades.

- De quem? - Perguntou, continuando a puxar por mim.

- Da minha mãe... Da Hyunah... Da escola... De todos vocês... - Fazia uma pausa a cada pessoa que dizia. As forças faltavam-me.

- Ele está à tua espera... - Parecia que estava a chorar. O tom de voz fraco deixou-me preocupada.

- Ele? - Perguntei, curiosa. Os olhos pesavam cada vez mais.

- Devia ter dito eles. Afinal, todos te esperam... - Ele estava mesmo a chorar, não havia que enganar.

- Porque estás a chorar? - Perguntei, confusa.

- Estou a ver-te... - Não tinha reparado que aparentemente a polícia tinha acendido a luz. Via-se tudo à minha volta e via-se perfeitamente a minha condição física. Levantei a mão à frente da cara e observei os dedos esqueléticos e a pele pálida e ressequida. Três dias sem comer ou beber tinha feito aquilo. Era deprimente.

- Desculpa... - Murmurei, encolhendo-me mais sobre mim mesma numa tentativa de esconder um pouco o meu corpo.

- Não... Não tens culpa... Por favor, diz-me o que te aconteceu. - O pedido dele fez-me ganhar coragem de falar.

- Não sei. - Fui sincera. - Adormeceram-me... para me trazer aqui. Mas não comi nem bebi nada... desde que vim para cá. - Estava a usar toda a minha energia final para me manter acordada e falar. - Sei apenas o que vi nas fotos.

- Estás muito magoada? - Ele não devia conseguir ver bem dada a minha posição enrolada.

- Dói-me a cabeça... o peito... e os bra... ços... - Fechei os olhos por um segundo e tornou-se ainda mais difícil mantê-los abertos.

- Falta pouco... Eles estão quase aí... Continua a falar comigo. - A sua voz era urgente. Como se fosse a única coisa que me ligava ao presente. A única coisa que me mantinha acordada.

- Conta-me o que aconteceu lá fora... - Pedi. Queria saber o que tinha perdido.

- Nada de especial. O mundo parou um pouco por tua causa. Pelo menos para nós. Quer dizer, mantivemos as aparências, mas não fizemos grande coisa... Temos preparado novas músicas. Acho que vais gostar... - Não percebi exatamente quando fechei os olhos e o cérebro desligou. Mas não conseguir mais lutar contra a exaustão.




Estamos mesmo na reta final. Espero que estejam a gostar...

Para substituir esta em princípio farei uma adaptação do jogo Last First Kiss. Ainda estou a decidir como adaptar as personagens, mas o Ayato vai ser o Tae, sem dúvida! Ahah! Alguma outra sugestão?

BTSinhos e um miminho (Nam... Tira a mão da boca... Que indecênciaaaa! <3 <3 <3 Quer dizer, continua, continua... Ahah!)

 Ahah!)

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