Somos Perfeitos (BTS)

Capítulo 30 - Tensão

Inicialmente, tudo não passou de um leve roçar de lábios. Um toque casto que para mim tinha tanto de calmante e aconchegante como de excitante. Mas então ele aprofundou o beijo, roçando os lábios deliciosos nos meus e levando-me à loucura. A sua língua deixava um toque quente e molhado na minha boca. As nossas línguas envolviam-se numa dança lenta e sensual que me fazia vibrar. Senti-me afogada em sensações deliciosas e não conseguia definir se estava no paraíso ou no inferno. Mal conseguia respirar.

Uma das suas mãos estava atrás das minhas costas e a outra começou a subir até me aconchegar o pescoço. De forma quase tímida passou a tocar nos meus cabelos, derretendo-me como se o meu corpo fosse feito de manteiga e ele fosse fogo. Só me mantinha de pé porque estava com os braços em volta do seu pescoço. Era demasiado para mim... Sem conseguir evitar, soltei um gemido baixo. Ele sorriu de encontro aos meus lábios, afastando-se em seguida.

Corei mais do que nunca reparando na forma como ele olhava para mim. Estava satisfeito com o que provocava em mim. Pabo!

- Vamos. Vão reparar na demora. - Disse, fazendo como se nada tivesse acontecido e dirigindo-se para a sala de jantar.

Senti que precisava de um espelho antes de ir então dirigi-me à casa de banho a que tinha ido da outra vez. Apercebi-me que conseguia ouvir as vozes deles.

- O que estavas a fazer, hyung? - Perguntava o Jungkook. Ele tinha visto e estava desconfiado.

- Nada de especial. Fui só perguntar se ela me podia tirar algumas fotos. - A voz do Jimin soava bastante normal, nada afetado pelo que tinha acontecido ou pela sua mentira. Ele era estranho e magoava-me a sua maneira de agir comigo.

Entrei na casa de banho e fechei a porta, deixando assim de os ouvir. Olhei para o espelho, observando as minhas bochechas vermelhas, o cabelo despenteado e os lábios inchados. Nunca me tinha visto com um ar tão depravado. Bolas! O que é que aquele rapaz me estava a fazer?

Passei os dedos no cabelo para tentar pentear-me um pouco e lavei a cara com água fria. Ajudou um pouco, mas mesmo assim não estava com um aspeto normal. Senti-me tremer que nem uma vara verde. Só tinha bebido uma coca-cola e estava cheia de fome. Talvez pela emoção forte que sentira, notava a fraqueza no meu corpo. Comecei a ver tudo a andar à roda, a imagem do meu reflexo a tremer como se fosse uma miragem no deserto. Precisava de me sentar ou chegar à porta, depressa.

Sem conseguir raciocinar, estendi a mão para o puxador, abrindo a porta. Tentei puxá-la, mas não tive forças suficientes. A escuridão engoliu-me como se tivesse entrado num túnel de repente. Ouvi o som do impacto do meu corpo no chão e, apesar de ter consciência que doía, só pensava em como estava tanto frio e estava tão escuro. Não senti a dor do impacto. Depois ouvi passos e vozes diversas sem conseguir identificar nada. Senti-me envolvida por calor humano e umas mãos a tocarem na minha testa. Queria abrir os olhos para ver o que estava a acontecer, mas o meu corpo não me obedecia. Era como uma carcaça vazia.

- Noona! - A vozinha preocupada do Jungkook ressoou nos meus ouvidos. Senti os seus braços a passar sob o meu corpo, transportando-me para algum lado. Ele era tão quentinho e estar nos seus braços era uma sensação agradável. Senti o seu carinho por mim. Senti a sua preocupação vibrar por todos os poros. Senti tudo de uma forma tão intensa que foi como se me dessem um soco no peito.

- O Jin-hyung trouxe água com açúcar. - Informou o Tae. A sua voz também estava próxima e revelava a sua preocupação extrema.

- Mas ela só pode beber se acordar. - Dizia o Seokjin, o seu tom era calmo. Queria sorrir para ele e dizer-lhe que ele era tal e qual a minha omma.

- Como é que se acorda alguém de um desmaio? - Perguntou o Hoseok. Estava mais afastado, mas parecia nervoso com a situação.

- Deixem-na dormir. Ela deve ter sentido sono e adormeceu. - O Yoongi bocejou ao mesmo tempo que falou. A sua personalidade agridoce era realmente difícil de definir.