Capítulo 26 - Lindo

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- Desculpe... - Pedi, envergonhada. Tinha achado que era o carro do Jungkook, mas afinal era o professor Jo Se-ho. Devia ir ali para jantar, uma vez que as instalações, tirando os quartos, também podiam ser usadas por professores.

- Mas tu entras assim num carro de um desconhecido? - Ele parecia furioso. A sua voz num tom arrogante que atraía as atenções de toda a gente à nossa volta.

- Não, professor... - Baixei a cabeça, olhando para os pés, sentindo os olhares de toda a gente ali à volta pousados em mim.

- Não é o que parece. Nem viste quem era e começaste logo a entrar! Mal-educada! - Claro que detestava que alguém ralhasse comigo, mas o que ele estava a fazer era muito pior. Estava a humilhar-me à frente de todos aqueles desconhecidos.

- Desculpe... - Não havia nada que pudesse fazer para apagar o sucedido. Só podia desculpar-me e manter a cabeça baixa em sinal de submissão.

- Dispersem! - Gritou ele de forma a afugentar as pessoas que tinham parado para ver. Senti o movimento geral das pessoas que se afastavam. Ele aproximou-se. - Que isto não se volte a repetir. - E foi-se embora, entrando no edifício com uma passada pesada.

Eu estava para morrer de tanta vergonha. A minha cara a arder e as lágrimas a acumularem-se em ambos os olhos. Contive aquele sentimento, ignorando o nó na garganta, e passei a mão nos olhos numa tentativa de os limpar. Reparei que as mãos me tremiam por conta do sistema nervoso alterado. Só queria voltar para trás e ir para o quarto deitar-me. Esquecer aquilo tudo.

- Olá! - Estava um carro preto igualzinho ao outro parado à minha frente. A porta de trás estava aberta revelando um Jungkook sorridente. Até se aperceber que algo estava mal. Saiu do carro de repente, sem hesitar um segundo e dirigiu-se a mim. Estava vestido de preto e tinha um boné vermelho por baixo do capuz. Estava lindo, mas não tinha máscara a cobri-lo e temi que o reconhecessem. - O que aconteceu?

- Entra no carro, está bem? - Comecei a empurrá-lo para que voltasse para dentro do carro. Ele foi sem discutir, entrou primeiro e depois eu entrei, sentando-me ao seu lado e fechando a porta atrás de mim. Tentei usar o método de respirar profundamente para me acalmar, mas não resultou. Ainda estava a tremer que nem uma vara verde.

- Noona, o que aconteceu? - Perguntou, preocupado. Contei-lhe o que acontecera, omitindo quem era o homem que me tratara tão mal. O carro tinha começado a andar, afastando-nos do dormitório. - Não devias ter entrado assim no carro, mas isso não é motivo para tratar alguém assim. Só me apetece voltar atrás e esmurrar a cara a quem te fez isso. - Depois de saber da situação, ele tinha ficado furioso. Era bom saber que alguém se preocupava com o meu bem-estar, mas, ao mesmo tempo, não queria que ele se sentisse assim zangado. Era estranho...

- Não. Ajudas mais ficando a fazer-me companhia e tirando estes pensamentos negativos da minha cabeça. - Respondi-lhe, encolhendo-me mais no banco.

- Não podes deixar-te afetar por comentários maldosos. - Ele devia dar o conselho que lhe tinham dado a ele quando quis seguir a carreira de ídolo. Olhei-o, vendo o seu ar selvagem de pura fúria, a cabeça inclinada para baixo. Era realmente lindo... Não conseguia evitar pensar nisso. E, por um momento, não o consegui ver como sendo o meu irmãozinho... Vi-o pelo homem que ele se estava a tornar. - Para a próxima chegas lá e dás-lhe uma voadora.

- Uma voadora? - Não pude evitar o sorriso que começou a surgir-me nos lábios. Era impossível não dar vontade de rir quando me imaginei a saltar de pés juntos e pontapear o professor.

- Sim. E depois um soco, assim. - Demonstrou, juntando as mãos à frente da cara e projetando uma delas para a frente, como se batesse em algo imaginário.

Somos Perfeitos (BTS)Onde histórias criam vida. Descubra agora