Capítulo 15 - Casa

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Fui parada, antes de dar mais um passo, por uma mão forte e máscula. Máscula demais para ser o doce Tae. Olhei na direção da pessoa e vi um completo desconhecido a agarrar-me. Tinha uma máscara a tapar a cara e o corpo estava completamente tapado por roupas largas e pretas. Parecia um rufia.

- Peço desculpa, não queria assustar-te. - Oh! Reconheci imediatamente a voz. Não havia como enganar.

- Namjoon-oppa? - Fiquei espantada, olhando bem para cima. Ele tinha crescido imenso, estava muito alto. Estava um homem feito.

Era estranho estar assim em frente a uma estrela. Mas ao mesmo tempo, tudo o que via à minha frente era um rapaz que amava o que fazia.

- Sim. - Respondeu, soltando-me o braço. - E tu és a rapariga do parque, não és?

- Se estás a falar daquela que ficou embasbacada a ouvir-te cantar apesar de não apreciar rap, então sou. - Ri, um pouco envergonhada com a recordação. A sua voz e talento tinham-me encantado naquele dia. Disse-lhe novamente o meu nome para o recordar.

- Não esperava que fosses tu. - Não percebi o que ele quis dizer, mas ele pareceu perceber isso e explicou-se. - Nós estivemos a ensaiar e só nos deixaram sair às 20:00h. O Tae disse que tinha marcado aqui com uma amiga às 19:00h, mas nós ficámos preocupados por vários motivos e não quisemos que ele viesse. Mas ele implorou que alguém viesse porque ele sabia que ficarias à espera... - Vi a admiração no seu olhar ao pronunciar as palavras. - O nosso Tae é muito inocente e nós pensámos que estava a ser enganado. Eu sou o líder, sabes? É minha obrigação tomar conta dos outros. Então decidi vir por ele, embora não tenha conseguido vir mais cedo. Acho que desta vez nós é que estávamos errados.

- Eu compreendo. É natural terem medo desse tipo de coisas. - Sorri de forma reconfortante. Fiz uma ligeira vénia de agradecimento. - Tenho pena por não ter podido vê-lo. Mas sei que vão cuidar bem dele. Obrigada por teres vindo avisar-me. - Fiz menções de começar a afastar-me, uma vez que não deveria haver mais nada a conversar. - Boa sorte para as vossas carreiras e dá um abraço ao Tae, está bem?

- Não. - Arregalei os olhos. Ele não ia transmitir o recado? - Vem comigo e dás-lhe tu. - Olhei-o completamente embasbacada. - Não queres estar com ele?

- Oh! Claro que quero. - Sorri e corei, sentindo-me tímida.

Começou a andar e eu segui-o em silêncio. Não sabia bem o que pensar e muito menos o que dizer naquele momento. Parecia algo surreal. Havia tantas raparigas que adorariam estar no meu lugar naquele momento... Tantas que não faziam a distinção entre o artista e o homem.

- Porque decidiste levar-me? Eu posso ser uma lunática que apenas vos quer saltar para cima. Afinal, vocês são membros dos BTS... - A minha cabeça sentia-se confusa.

- Não me pareces ser assim. Normalmente essas pessoas não disfarçam. Atiram-se de cabeça, gritam, choram, etc. Tu trataste-me como uma pessoa normal. Não pediste o meu número, não me tocaste, não gritaste, não exigiste... Pareces-me sinceramente boa pessoa. - Perante as palavras dele senti o meu coração quentinho. Mas também senti a cara a ferver. - Além disso, o Tae queria mesmo, mesmo ver-te. Só disse bem de ti. - Vi um sorriso no seu olhar. - Acho que ele ia ter muita pena de não ver uma rapariga tão bonita.

Não podia acreditar no que estava a ouvir. Era mesmo verdade? Ele estava a flertar comigo? Comigo? Euzinha? Eu que nada tenho de especial?

- O-O-Obrigada... - Sussurrei, esforçando-me para fazer a voz sair.

- Não tens de quê. - Ele riu-se baixinho. Depois apontou para uma casa grande, mas que ficava mais escondida entre casas maiores ainda. - É já ali.

Somos Perfeitos (BTS)Onde histórias criam vida. Descubra agora