Capítulo 29 - Parar

53 6 4
                                    

- Vamos andando? - Assim que terminámos as nossas bebidas, o que ainda demorou algum tempo e algumas visitas caninas, o Jungkook levantou-se da mesa, bocejando de cansaço.

- Sim. - Respondi, levantando-me também e colocando-me ao lado do rapaz. Olhei para ele, fazendo uma pergunta para a qual já sabia a resposta. - Posso pagar eu?

- Óbvio que não. Fui eu que convidei. - Agarrou-me a mão e arrastou-me com ele até ao balcão, mantendo o olhar baixo. Sei que devia tirar a mão, mas não era capaz de lhe fazer isso.

Depois da conta paga, saímos enquanto ele telefonava ao motorista a dizer que tínhamos saído. Ficámos do lado de fora do café, encostados ao muro a conversar sobre os nossos filmes e séries favoritos. Cinco minutos depois chegou o carro, parando à nossa frente. O Jungkook abriu a porta e fez-me sinal para entrar primeiro, o que fiz sem hesitar, agradecendo.

- Vamos para vossa casa agora? - Perguntei apertando o cinto de segurança.

- Sim, vamos jantar lá. O Jin disse que ia fazer Kimbap e Chikin, mas como sempre vai acabar por fazer montes de comida. - Respondeu-me, fechando a porta e colocando o cinto também. - A menos que realmente não queiras ir...

- Não me importo. - Disse-lhe, encolhendo os ombros e sorrindo. - Sabes, diverti-me mesmo muito hoje. Obrigada por me teres convidado. Já não saía assim há bastante tempo.

- Obrigado eu. - Ele pareceu satisfeito consigo próprio. Se havia coisa que eu já tinha percebido sobre ele é que dava tudo de si em tudo o que fazia. Ele realmente esforçava-se muito para estar onde estava sendo tão jovem.

- Não me leves a mal por perguntar, mas dás-te bem com todos os teus hyungs? - Perguntei curiosa. Desde que estava com ele, não tinha falado nos outros nem sequer uma vez. Mas estava mesmo curiosa para saber se ele se sentia à vontade com eles, sendo tão tímido.

- Sim. Eles são a minha família. Cuidam de mim e apoiam-me em tudo. Adoro-os! - Os seus olhinhos escuros brilharam. Eles amavam-se tanto uns aos outros que chegava a ser comovente. Mas havia algo que ainda me incomodava.

- Até te dás bem com o Jimin-ssi? - A pergunta saiu antes que a conseguisse controlar.

- Sim. Ele é um chato. Anda sempre agarrado a mim, mas gosto muito dele. É o membro que mais precisou de apoio inicialmente... Mas agora é o membro que mais nos apoia a todos. É fácil falar com ele e ele está sempre feliz. - Ele sorriu, perdido nos seus pensamentos. Era difícil para mim imaginar o Jimin a ser assim. Só o via distante, como se existisse uma barreira gigante entre nós. - Mas porquê? Não me digas que também achas que não gosto dele? Toda a gente me diz isso porque fujo dele como o diabo foge da cruz... - Revirou os olhos. - Só faço isso porque ele está sempre a abraçar-me e a envergonhar-me. - Ri-me perante as suas palavras acompanhadas de umas bochechas a corar.

- És bastante tímido para um ídolo. - Comentei.

- Sim, inicialmente achavam que não servia para ser um. Mal conseguia abrir a boca para cantar. - Respirou profundamente e depois olhou para mim com um sorriso. - Mas isto era o meu sonho. Desisti de tudo aos 13 anos por isto.

- És impressionante! - Comentei com um tom de voz cheio de orgulho e admiração. - Eu com essa idade andava a brincar com barbies. - Ri-me só de recordar as minhas brincadeiras tolas.

Nesse momento o carro parou. Estávamos à frente da casa deles e eu nem tinha dado por ela. Realmente o tempo com ele passava depressa. Ele pareceu surpreendido também.

Depois de agradecer ao motorista, pegou-me na mão com uma mão e com a outra agarrou no saco com a roupa. Dirigimo-nos para a porta, que foi aberta antes sequer de estarmos a um passo dela. De lá saiu um Taehyung com cara de poucos amigos.

Somos Perfeitos (BTS)Onde histórias criam vida. Descubra agora