especial

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O sol intenso lhes recebeu logo quando colocaram os pés em território brasileiro. No aeroporto, avistaram uma placa com os dizeres "A espera do melhor sobrinho do mundo", segurada por uma moça de pele pálida e madeixas ruivas, que Jinyoung reconheceu como tia de Mark. Ela sorria para eles.

Mark foi pra perto dela à passos largos, com os dedos entrelaçados aos de Jinyoung, que foi obrigado a acompanhar seu ritmo, mesmo com a dor que sentia nas costas.

Quando a alcançou, foi como naqueles filmes estadunidenses em que parentes se reencontram com muitos abraços, beijos e até lágrimas. Mas, o que dizer? Eles eram americanos mesmo.

- Ah, meu querido, você parece tão magro. - ela reparou, enquanto abraçava apertado o sobrinho, que gemeu pelo impacto com seu machucados recentes.

Mark apenas sorriu, se lembrando da presença de Jinyoung, que apenas acompanhava toda a cena familiar com certa vergonha.

- Ah, sim. - disse, enquanto se separava da tia e voltava para perto do outro. - Esse é Jinyoung, meu...

Ele hesitou antes de continuar. Afinal, nada fora oficializado ainda, eles não eram namorados, mas, depois de tudo que passaram juntos, esse título seria até mesmo insignificante perto do que um realmente significava para o outro.

- Namorado. - Jinyoung completou, com um daqueles sorrisos que Mark tanto amava, estendendo a mão para a mulher à sua frente. - Prazer, senhora Tuan, sou Park Jinyoung.

- Que senhora nada, ainda sou jovem. - ela soltou, rindo, enquanto apertava a mão do outro. - Me chame apenas de Hyuna.

- Ok, Hyuna.

- Agora vamos que vocês devem estar muito cansados da viagem e... - ela hesitou antes de continuar e sua expressão sorridente se desfez. - do que aconteceu.

Os dois abaixaram a cabeça, sentindo as dores nas costas parecerem mil vezes piores.

Caminharam para o carro da tia de Mark e foram rumo à casa dela.

♡♡♡

A noite caiu e Jinyoung e Mark dividiam a cama de casal do quarto de hóspedes da casa nada modesta da tia do mais velho.

A cabeça de Jinyoung estava sobre o peito de Mark e seus braços envolviam sua cintura fina. O americano distribuía leves carícias pela imensidão negra que eram os fios de Jinyoung.

- Acha que vai dar tudo certo? - o mais novo perguntou de uma forma quase inaudível.

- Eu acho. Iremos recomeçar em um novo lugar, com novas pessoas. Sei que tudo ficará bem.

- Sim, talvez.

Jinyoung se aconchegou mais ao corpo do outro, se entristecendo ao lembrar da família que deixou pra trás e a vergonha que os fez passar pela punição em público.

Lágrimas lhe desceram pelos olhos sem nem mesmo perceber, pingando suavemente sobre a camisa do mais velho que estava quase adormecido.

Com um fungar baixinho, Jinyoung chamou a atenção de Mark, que viu seus olhos brilhando em lágrimas e sentiu o coração doer.

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