Capítulo 1

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LORENA SANTANA

Já era sexta feira, o céu estava cinza e as gostas de chuva castigavam as janelas, o vento batia gelado. Tinha pena de quem pudesse ou se atrevesse a sair na chuva. Ou, de mim mesma. Já que estava no carro e olhava as gostas, densas e frias. Respirei fundo e me encostei-me ao banco, quase fechando os olhos.

Uma musica de Luan começou a tocar na radio, fechei os olhos por completo e sorri, encantada e cheia de saudade. A ansiedade começou a crescer, remexi no banco e abri os olhos, pensando em meu amado. Lindo e relembrando o dia da gravação de seu novo DVD, o sorriso estampado, a felicidade explicita, o amor refletido pelos gestos. Lindo, lindo, lindo. O DVD foi maravilhoso, com a entrega de Luan fez tudo ser ainda mais intenso.

Era 11 de Março, já completávamos oito anos de casados. E tudo estava dando certo, seriam os dias de folga dele- Em outros dias, aquilo me incomodaria, mas hoje não. – Faria uma surpresa para Luan, a casa seria só nossa. Seriamos só eu e ele, mais uma vez. Nos entregando e nos amando, como sempre.

Não queria continuar com o que estávamos não queria aquela fase ruim. Então lutaria com todas as minhas forcas para acabar, já não aguentava mais a distancia que criei com Luan, não aguentava a frieza que falávamos um com o outro, ou as brigas sem necessidade. Só queria resolver tudo, tirar a angustia que estava em meu peito. Tirar a dor que ficava todas às vezes em que ele saia pela porta para fazer shows. Queria tirar toda a insegurança.

Não iria ficar com medo bobo, demonstraria todo o amor guardando em mim. Amava Luan e ele precisava saber disso, saber o que sentia. Com o tempo nos ajeitaríamos, poderia dar um jeito e poder viajar com ele, acompanhar alguns shows e não deixa-lo sozinho. Poderia aquecer a sua cama e seu coração. Queria viajar com ele, gostava de acompanha-lo. Mas com o trabalho e as crianças, não poderia e não conseguia ir.

Os carros começaram a andar, e pus o meu em movimento, indo em direção ao colégio de Nicole. Já que havia aprontado algo, pelo que a secretaria do colégio disse minha filha havia batido em alguém. O que estranhei Nicole não batia em ninguém, era uma garota sossegada. Apenas vivia reclamando de uma garota chamada Sofia, que implicava muito com a minha filha.

Ainda chovia muito, não teria outro jeito, tinha que me molhar.

Estacionei o carro e olhei a chuva ainda era forte, continuava castigando quem passasse, abri a porta e senti o vento frio, fechei a porta e tentei procurar uma sombrinha, mas não tinha. Droga! Eu guardei um dentro e já não estava mais. Nicole havia pegado, tinha certeza. Sai do carro e corri para dentro do colégio.

De longe vi Nicole, sentada em uma das cadeiras, olhando os movimentos dos pés. Seus cabelos louros e lisos cobriam a sua face. Ela olhou em minha direção, seria e tensa. Havia vermelhidão em seu braço e em seu rosto.

- O que aconteceu?- Perguntei quando me aproximei, ela deu de ombros e voltou a dar atenção aos pés. –Nicole. – Á chamei. – O que você aprontou?

A porta da diretoria se abriu, olhamos juntas e fitei a mulher que saia, logo em seguida Sofia.

-Avisaremos. – Disse a diretora.

-Irei abrir um B.O. – Avisou à mãe de Sofia, a mesma me mediu com o olhar e depois me fitou.

-Não acho que tem necessidade. – Falei. –Elas são novas, isso acontece.

-Ela bateu na minha filha.

-A sua bateu na minha.

-Irei fazer.

Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora