MARATONA 03/06
Luan
O dia em que eu menos esperava, havia chegado. Desligariam os aparelhos que mantinham Lorena viva. Eu me recusava a aceitar, me recusava a ver, mas me obrigava. Era a ultima vez que veria ela viva.
No quarto estávamos, eu, Nicole, Junior, Italoe os pais de Lorena. Os mesmos que mandavam matar a filha, estavam lá para assistir.
Filhos de uma puta!
Davam a desculpa que ela já havia sofrido muito e em sonhos da mãe, implorava por descanso.
Eu estava embargado de raiva, não poderia fazer nada para poder salvar Lorena, não era marido. NADA.
Nem Nicole poderia se pôr contra, era menor de idade.
Infelizmente, deveria aceitar, com a desculpa desgraçada de que “Era melhor para Lorena”, desde quando? O melhor era dar a chance de ela voltar, assim que se sentisse pronta. Ela voltaria!
Era o que ela dizia a mim, em sonho. Numa noite e que dormia com Theo, a noite em que o menino estava doente, por sentir falta da mãe, Lorena havia me tocado, com ternura. Acariciava a minha barba, parecia feliz, estava mais lindo e radiante do que nunca. Sorria para mim, dizia que voltaria, o mais rápido possível e ainda fazia tudo o que seria necessário.
-Mãe, acorda por favor – Suplicou Nicole, chorando ao lado da mãe – Não me deixa viver sem você, por favor – A voz da menina falhou, o choro foi mais forte e ela agarrou Lorena, se recusando a ser o ultimo abraço – Eu te amo mãe, eu te amo.
Meu coração estava sangrando, partido, quase falhando, falecendo junto com a mulher que eu amava. Era o pior momento da minha vida, por mais que esperava, eu me recusava a aceitar.
Nicole estava agarrada em mim quando ouvimos as últimas batidas de Lorena, eu chorei, solucei. Estava dilacerado, meu peito queimava em dor, tão forte, que quase desfaleci. Eu assisti, lentamente quando foi tirado o oxigênio de Lorena e todos os outros aparelhos que mantinham ela viva, em coma.
-Não! – Gritou Nicole, quando viu a mãe morta, na cama – Não, por favor! – Ela lutou para se afastar de mim, correu até a mãe, gritando e chorando.
Eu sentei no chão, chorando também, repetia o quanto era errado matarem a mulher que eu amava, culpava os pais de Lorena, por causarem a dor atroz em meu peito. A mãe de Lorena saiu do quarto, carregada de tanto passar mal e incrédula pelo momento mais doloroso de sua vida, e seu marido atrás chorando. Júnior estava ao lado de Lorena, chorando tanto, beijava a sua mão e balbuciava palavras sem nexo. Ítalo chorava muito, transmitia a dor de perder a sua melhor amiga.Estava sozinho no quarto, Junior e Italo haviam levado Nicole para se acalmar. Eu sentei na cama, fazendo carinho em Lorena, sendo a última vez. Chorando em silêncio, sofrendo e almejando ser engano e ela estaria bem.
Deixei minha mão sobre o seu peito, enquanto beijava a sua face, despedindo, antes do velório. Senti o ar quente sair de suas narinas quando beijei o nariz, pressionei a mão em seu peito, sentindo o coração bater, era fraco. Deitei a cabeça em seu peito, ouvindo o coração, continuava fraco, mas batia.
Eu ri, feliz, chorando de emoção, ela estava viva!
Cacete! Lorena estava viva!
Lorena mexeu um dedo, três vezes seguida. Eu continuava sem acreditar, rindo, feliz da vida. Estava sendo arrebatado pela alegria e ardor. Ansiei por mais, quis mais, quis que ela abrisse os olhos para mim.
As pálpebras de Lola estavam pesadas, a vi se esforçar para abrir, a chamei, incentivando a sua volta, lentamente meus dedos passaram por seu braço, sentia seus pelos louros e encontrei a sua mão, toquei a macieis de sua mão, sentindo os dedos de Lorena mexerem. Fui embargado por felicidade!
Olhei para Lorena e assisti lentamente a vida sorrir para mim mais uma vez, trazendo luz para a minha vida. Meus olhos marejaram de pura felicidade e alegria, meu coração disparou quando a mulher abria os olhos, com lentidão, eu acompanhava feliz.
Era alívio e uma emoção, estava extasiado, vidrado. Eu não sabia descrever a felicidade e emoção que eu sentia.
Eu sorri, quando os olhos de Lorena estavam sobre os meus, abracei a mulher, tão feliz.
-Você me deu um susto – Falei e me afastei, encontrando o olhar confuso de Lorena.
Minha voz embargou, fiquei envergonhado, constrangido. Houve um rastro de arrependimento e eu periguei, me pondo de pé. Sequei as lágrimas de felicidade e ofeguei, sob o olhar de Lorena.
Ri, chorando. Era inacreditável.
-Mãe – Disse Breno, ao adentrar o quarto, o menino foi até a cama, chorando. Lorena se emocionou, chorando junto – Eu estava com muita saudade – O menino disse entre o choro.
-Ai, eu não acredito – Disse Nicole, adentrando o quarto – Porque deixou Breno entrar? Não era para deixar! – A menina gritou, vulnerável, triste – Agora ele vai ficar chorando.
-A mamãe está acordada! – Breno disse, chorando e rindo ao mesmo tempo.
-O quê? Mãe – Nicole correu até a cama, beijando e abraçando Lorena, feliz por ela ter voltado.
-Vem, papai! – Breno gritou, animado. Eu fui, sendo abraçado pelo meu filho, feliz, sorrindo de verdade.
-Seja bem-vinda – Falei, sorrindo para Lorena, a mulher piscou e assentiu, chorando de emoção.
-Senti sua falta, mamãe – Disse Breno.
-Eu também – Disse Nicole.
-O papai também! – Breno me entregou, eu ri, feliz.
-O que está acontecendo? - Indagou Júnior, ao entrar no quarto.
-A minha mãe está viva! – Gritou Nicole, feliz.
-Não acredito! - O rapaz adentrou o quarto, feliz, indo até Lorena, sem pedir por espaço, invadiu o meu, beijando e abraçando a mulher.
Eu periguei, saindo do quarto, em um espaço que não era meu.
**
-Lorena está bem – Disse o doutor, após exanimado Lorena – Ela devera voltar ao hospital, fazer exames mais profundos e saber se terá sequelas do coma e saber se câncer voltou –Amanha a levaremos – Assenti.Estava sozinho no quarto com Lorena, a mulher encarava a janela, séria e compenetrada. Eu guardava os detalhes dela, em minha memória, estava magra, mais pálida, seus cabelos estavam desbotados, com a raiz loira e o resto dos cabelos castalhos.
-Está melhor? – Indaguei, lentamente ela desviou o olhar da janela e me olhou, varrendo o olhar sobre mim, séria.
-Sim – Ela murmurou, aproximei de Lorena, sendo embargado pela esperança, ela ficaria bem.
-Você deu um susto na gente– Dei leve sorriso enquanto acariciava seu rosto e logo seus cabelos – Junior voltou para Londres, terminando o trabalho – Avisei e ela me olhava, apreciando o carinho – Júlia disse que era o sonho dele – Lorena assentiu e desviou o olhar, afastei a mão e pensei como estava sendo invasivo – Lembra de algo, quando estava em coma? – Ela me olhou, arqueou a sobrancelha e em seguida, negou com a cabeça.
-Não – Lorena fechou os olhos e ofegou – Preciso te falar uma coisa – A sua voz estava baixa e falha – Eu – Ela perigou – Eu perdoo você.
Respirei fundo, controlando o choro, almejando ouvir “Eu te perdoo”
-Sei que errei com você e fiz a pior coisa que alguém poderia fazer. Eu vacilei.
-Eu sei – Lorena murmurou, mexendo os dedos e eu os toquei, colocando a sua mão em meu peito.
-Me arrependo tanto – Choraminguei.
-Eu te perdoo, Luan. – Sua voz estava tão baixa, mas eu ouvi, chorando, aliviado.
Eu amava tanto Lorena, que quase morri quando ela parecia ter morrido, renasci quando vi seus olhos caramelados fixos em mim. Meu coração estava em festa, apaixonado, era nítido.
-Obrigado – Falei, e beijei a mão de Lorena, apaixonado. Encontrei seus olhos sobre os meus, tão vidrados, tranquilos. Fui embargado pela vontade de beijar Lorena, eu fui, beijei a sua bochecha e fiquei perto o bastante para beijar a sua boca.
Mas não sabia se deveria, olhava os lábios de Lorena, entre abertos, a mulher ofegava e meu coração batia forte em meu peito. Estava inseguro demais, não queria fazer algo que ela não aprovasse. Beijei a bochecha e me odiei, me questionando o porque não havia beijado a boca de Lorena?UM CAPÍTULO AGONIZANTE E PRAZEROSO AO MESMO TEMPO
KKKKKKK AI QUE DELÍCIA
TAO GOSTANDO DA MARATONA?
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Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDO
RomanceTRILOGIA DO AMOR Após descobrir a nova amante de seu marido e ser deixada por ele, Lorena grávida e com seus dois filhos se vê obrigada a lidar com a separação dolorosa e os danos causados por Luan, sozinha educa e cuida dos filhos, Nicole e Breno...