Capítulo 34

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Lorena

Sentia meu corpo leve, respirei fundo, estava tonta e me recusava a abrir os olhos, ofeguei e lentamente abri os olhos, estava em um quarto, em uma poltrona, em frente a um corpo, entubado, ainda vivo pelo aparelho. O coração tinha o pulsar lento e devagar, a respiração tão lenta, que tive medo.

Não conhecia a pessoa, mas tive medo de sua possível morte.

Lentamente caminhei até a cama, estava tão preocupada, quis saber quem era, dar apoio e forças a família. Encarei o corpo, cada vez mais confusa, me aproximei mais e mais, quis chorar quando identifiquei em era.

Era eu.

Meus olhos marejarem, tudo era tão estranho.

Como fui parar ali? Não era nem a minha irmã.

Estava tão confusa que toquei o corpo, sentindo a minha mão ultrapassar, como se eu fosse um vulto.

Continuava encarando, sem entender.

Quase chorando de desespero. Tudo parecia ser um sonho.

A porta lentamente abriu, direcionei meu olhar para a mesma, vi Luan e Nicole adentrarem, a minha filha chorou, em prantos abraçou o pai. A menina soluçava, seu pai olhava o corpo, triste, com o olhar suplicante e carregado de sofrego.

-Vai ficar tudo bem, filha – Luan consolou Nicole.

-Não vai pai! – A minha filha se agarrou mais ao pai, chorando – A vida sem a mamãe, não tem graça.

-Filha – Murmurei, sentindo uma enorme tristeza.

-Mãe – Minha filha se jogou sobre o corpo, abraçando e soluçando de tanto chorar.

O aparelho mostrou as batidas do coração, mais fortes que antes. Eu quis chorar quando não o senti batendo em mim.

-Eu preciso tanto de você, não me deixe ficar sem você! Por favor!

Luan se aproximou e pegou em minha mão, a acariciou com tanta ternura, e eu senti. O coração bombeou mais forte, mostrando na pequena tela, o primeiro sorriso se formou, desde que ele chegou. Seus olhos encheram d'água e beijou a minha mão.

Eu precisava voltar.

-Filha – Falei enquanto afaguei os cabelos de Nicole – A mamãe está aqui! Nicole! Olha, eu estou aqui! Filha – Chamei e ela me ignorou, chorando – Eu vou fazer o que for possível, para voltar.

-Ela não te escuta – Sobressaltei quando ouvi, olhando em direção.

Era um homem, mais para um senhor, de cabelos brancos e grisalhos, acompanhado de sua barba.

-A sua filha, não pode te escutar – Sua voz era suave e doce, embargada de ternura, havia carinho e amor em seu olhar.

-Quem é você? – Indaguei com desdém.

-Moro aqui – Ele deu de ombros, se aproximando.

-Como assim? Você mora aqui?

-Quem são? – Indagou, olhando para Luan e Nicole.

-A menina é Nicole, a minha filha. O homem é o pai dela – Olhei para o senhor – Meu ex-marido.

-Separação difícil? – Dei de ombros.

-Quem é você?

-Um amigo, Lorena. 

-Ótimo, meu cérebro criou você – O senhor riu, observando Nicole, Luan e meu corpo. Olhei para os dois, que estavam sofrendo e chorando, havia tanto sofrimento que me quebrava e me fazia sofrer, querer chorar.

Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora