Capítulo 22

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Luan

Estava em frente ao espelho, me encarando e sentindo os sentimentos mais brutos que um ser humano poderia sentir por ele mesmo.

Meu coração estava dilacerado, ardia em dor. E eu não queria mais sentir, não queria mais me ver sozinho e me sentir assim. Era um inferno, a culpa que eu carregava, o arrependimento eram torturantes. Eu só queria o perdão de Lorena e de meus filhos.

Só queria sair do inferno em que estava, onde me joguei de cabeça. Sendo um completo imbecil.

A minha vida estava difícil, estava tudo confuso e eu não sabia o que fazer.

Estava cansado de mim, de me carregar. De carregar a dor e o vazio que se alojaram em meu peito e não saiam. Estava cansado de sentir tantos sentimentos ruins, só queria ser feliz, por uma vez, por um dia.

A culpa latejava ainda mais ao dizer para Lorena, o quanto eu a amava; Porque havia feito aquilo?

Era humilhante. Eu me torturei, supliquei.

Por um momento a dor fugiu de mim, ficou quieta. Foi quando vi Lorena sorrir, e não me importei se não fosse para mim, eu vi ela sorrir, me iluminando da minha própria escuridão.

Eu suplicava todos os dias para a escuridão, que fosse embora e nunca mais aparecesse. Nunca, a dor estava grudada em meu peito. Alojada.

Naquele momento eu queria apenas um cigarro, um trago e um divorcio.

Era um pequeno passo para sair do inferno?

Almejava que sim.

Lorena

Estava na sacada do quarto de Junior, o vento batia em meu rosto. A mansão era enorme, além de inúmeros quartos, escritórios e salas. Havia uma academia e uma piscina, grande. Já estava prestes a me jogar, o sol já estava esquentando.

Se a dor de cabeça, deixar.

Sai do quarto de Junior, a minha dor de cabeça latejava e eu já estava ficando louca com ela. Sorri ao encontrar Vitoria e Antônio, a enorme sala havia uma pegada rustica e eu achava linda, era um rustico charmoso, rico.

-Boa-tarde querida – Desejou a mulher, sorri ainda mais e a cumprimentei.

-Boa-tarde. Como a senhora está? – Perguntei e a mulher se afastou.

-Estou ótima – Falei e olhei para o senhor ao seu lado.

-Antônio, essa é a namorada do Juninho – Disse a senhora, franzi o cenho incomodada.

-Linda a moça – Ele disse e depositou um beijo em minha mão – Achei que meu filho nunca iria tomar juízo.

Os dois eram senhores, bem formais, educados e elegantes.

-Dormiu bem? – A mulher perguntou.

-Sim e a senhora?

-Descansei.

-Onde está o Junior?

-Academia – Respondeu o Sr. Antônio – Fica mais lá, do que aqui.

-Hoje iremos fazer um jantar em casa – Disse a mulher, me olhando com doçura – Poderia vir.

-Adoraria – Sorri ao dizer – Quero ficar com meus filhos hoje.

-Pode traze-los.

-Amei o convite dona Vitoria – Falei, bem sem graça – Melhor não.

Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora