Capítulo 15

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Lorena.

Olhei a janela e vi Luan em seu carro, estacionando em frente a minha casa, ele olhou onde eu estava e vi seu olhar, intenso e perdido. Talvez estivesse tentando se encontrar.

Sabia que já não éramos mais nada um do outro, ou amantes, namorados, amigos, marido e mulher, companheiros e cumplices. Éramos apenas pais de três crianças e isso me deixava triste, meu coração doía e quebrava.

Era para ter amor, desejo, cumplicidade, alegria, paixão, felicidade, segurança, só tinha dor, desespero, magoas, angustias, solidão e insegurança.

Insegurança por não saber, se sou ou não amada por ele, eu queria que ele me amasse, como eu o amava. Sem dor, sem culpa, sem manipulações. Insegurança por não saber se alguém iria me amar, assim como amei Luan. Se alguém iria me desejar outra vez, se serei feliz e se alguém será fiel a mim. Tudo doía. Não doía apenas pela traição, era porque fui abandonada por alguém que muito amei, ele escolheu um alguém tão vazio, que não seria capaz de fazer tudo o que fiz.

Marcia era uma mulher bela e surpreendente, sabia que não seria ela que o faria feliz, não seria. Ela nem o apoiaria nas suas escolhas e nem acolheria nas indecisões. Luan não seria feliz assim como foi comigo, não jogando praga. Estava sendo realista e verdadeira.

Subi as escadas e fui em direção ao quarto de Nicole, fiquei preocupada com o que aconteceu, estava tão quieta e séria. Ela não era assim.

-Filha posso entrar ? – Indaguei, quase entrando em seu quarto – Está tudo bem?

-Sim – Sentei em seu cama e a olhei.

-Aconteceu alguma coisa?

-Não – Nicole respondeu ríspida.

-Seu pai disse que você ficou assim do nada – Balbuciei, muito preocupada.

-Não é nada mãe – Ela disse e me olhou – Só estou triste por causa da separação de vocês – Minha filha respondeu e eu sabia que não era aquele o motivo.

-Tem certeza? – Perguntei tocando em seu braço.

-Tenho – Nick suspirou e deu um pequeno sorriso – Ele não volta, né?

-Não sei filha.

Eu sabia da resposta, por mais que uma parte insistia e dizia sim, uma grande parte e sensata dizia não. Não era só porque eu o amava e ele poderia se arrepender e voltar, era porque eu não iria permitir. Iria me reconstruir, me pôr de pé e viver. Sem melodrama.

-Sabe que apelido seu pai deu ao bebê?

-Não, qual?

-Doce de leite – Respondi com um pequeno sorriso, com uma pequena ponta de esperança.

-Ele não volta mãe – Ela olhou para baixo, com os olhos marejados – Papai não volta – Dei de ombros, ainda que meu lado sensato brigasse comigo e falasse que deveria deixar Luan, eu ainda acreditava.

Era uma guerra.

-Você ainda acredita que ele volta ? – Nicole indagou.

Desviei o olhar, dei de ombros e olhei todo o seu quarto lilás, sua enorme cama de casal ficava no canto, uma poltrona branca com um urso enorme em que Luan havia dado, estava em um canto. A mesinha do notebook ficava perto da porta, onde ela vivia. Em uma das quatro paredes havia três prateleira de vidro com livros, filmes e fotos. Lancei meu olhar a ela, Nicole estava impaciente e esperando pela resposta. Ansiosa e curiosa.

Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora